Substituir um campeão de vendas por uma nova geração é um movimento bastante arriscado e delicado. Não há chance de errar, sob o risco de jogar toda uma reputação por água abaixo. Para sorte da Honda, dificilmente isso acontecerá com o Fit. Pelo contrário: são enormes as chances dela não só reter seus clientes, como conquistar gente que nunca pensou em ter um Fit. E isso é um bom sinal.
O principal chamariz da terceira geração do monovolume está no visual. Em vez das linhas mais comportadas, feitas sob medida para agradar o público feminino (como mostram pesquisas realizadas pela própria marca), o novo Fit tem estilo mais agressivo. A frente inaugura a nova identidade visual da Honda no país, com traços futuristas e uma grade pronunciada. Um vinco ascendente “corta” as laterais, acabando nas lanternas em forma de cunha, prolongadas por refletores que cobrem as colunas “C”. Até os para-choques traseiros ganharam entradas de ar falsas, que podem não ser funcionais, mas deixam o carro com um ar bem mais esportivo. No geral, o novo Fit é 9 centímetros mais longo e tem distância entre-eixos 3 milímetros maior frente a seu antecessor.
A cabine ganhou mais refinamento, especialmente nas versões mais caras. Todos os mostradores e comandos ficam voltados para o motorista, numa solução que as montadoras de automóveis gostam de chamar de “cockpit”. A versatilidade dos bancos foi mantida com o modo ULT (do inglês “Utility Long Tall”), que permite rebater ou dobrar os assentos para o transporte de objetos longos ou altos. O modelo inclui ainda um quarto modo, chamado Refresh, no qual os bancos da frente podem ser completamente reclinados, transformando o interior em uma cama de casal. Como já acontecia no antigo Fit, o carro traz diversos porta-objetos espalhados pela cabine, incluindo até dois porta-copos com diâmetros reguláveis à frente das saídas de ar-condicionado laterais.
Toda a linha Fit será oferecida somente com o motor 1.5 16V i-VTEC. Baseado no antigo 1.5, ele incorpora tecnologias como controle eletrônico variável de sincronização e abertura de válvulas (varia o tempo e a profundidade da abertura das válvulas de acordo com a rotação do motor), aumento da taxa de compressão e a redução do atrito entre as peças. O conjunto também tem a tecnologia Flex One, que dispensa o reservatório de partida a frio. A potência chega aos 116 cv a 6.000 rpm, com torque máximo de 15,3 mkgf a 4.800 rpm quando abastecido com etanol. As versões EX e EXL contam com transmissão continuamente variável (CVT), ausente no antigo Fit. Em comparação com a caixa CVT da primeira geração, este novo conjunto traz um conversor de torque, melhorando a tração, aceleração e economia de combustível.
Segundo dados fornecidos pela Honda, o Fit 1.5 CVT faz 8,3 km/l na cidade e 9,9 km/l na estrada, com etanol no tanque. Com gasolina, ele é mais econômico, fazendo 12,3 km/l e 14,1 km/l. No caso do modelo com câmbio manual, os números de consumo são de 8,3 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada, abastecido com etanol. Se a escolha for pela gasolina, os números sobem para 11,6 km/l e 13,6 km/l, respectivamente. Estes resultados fizeram o carro obter a classificação “A” no ranking de economia de combustível formulado pelo Inmetro.
A linha Fit 2015 será formada por quatro versões. Por R$ 49.900, a opção de entrada DX traz ar-condicionado, direção com assistência elétrica, vidros e travas elétricas, airbag duplo frontal, freios ABS, grade frontal e espelhos retrovisores pintados de preto e rodas de aço com calotas aro 15. A versão seguinte é a LX, que por R$ 54.200 acrescenta itens como rádio Double Din com entrada USB, detalhes na cor da carroceria, banco do motorista com regulagem de altura, sistema modular ULT, retrovisores com regulagem elétrica e rodas de liga leve de 15 polegadas.
A partir da versão EX (R$ 62.900, apenas com câmbio CVT), o carro inclui uma tela touchscreen de LCD de cinco polegadas, Bluetooth, câmera de ré com três ângulos de visão (panorâmica, normal e superior), faróis de neblina, grade frontal em acabamento preto brilhante, rodas de liga leve aro 16, chave canivete, rádio Double Din com reprodução de arquivos em MP3 e WMA e entradas auxiliares P2 e USB. A versão topo-de-linha é a EXL (R$ 65.900), que troca o revestimento de tecido por couro e a iluminação âmbar por outra azulada. Esta configuração também inclui airbags laterais frontais, indicador ecológico e de consumo instantâneo, piloto automático,computador de bordo, para-brisa degradê, repetidores de seta nos espelhos retrovisores.
QUATRO RODAS avaliou a versão EXL pelas ruas e estradas de Florianópolis (SC), e pode comprovar a evolução do Fit. A transmissão CVT tem funcionamento mais suave do que a antiga caixa automática convencional do modelo, especialmente em baixas rotações. É nítida a mudança de comportamento do veículo quando o modo Sport é selecionado, fazendo o carro responder mais rapidamente aos comandos do motorista, especialmente nas acelerações. No dia-a-dia, a direção com assistência elétrica facilita as manobras em espaços apertados e o interior versátil permite carregar objetos grandes sem dificuldades. A vida também é fácil para os passageiros do banco de trás, que ganharam mais espaço para as pernas graças ao aumento na distância entre-eixos.
A Honda estima que a versão mais procurada deve ser a LX, respondendo por 49% do mix de vendas. A EX surge com 38%, seguida pela top EXL (10% do mix) e a versão de entrada DX deve ser a menos procurada, com apenas 3% das vendas. A marca projeta comercializar 48 mil veículos de abril até dezembro deste ano. Para o ano que vem, a expectativa é superar o volume de 50 mil unidades, uma média superior a 5 mil carros vendidos por mês. O novo Fit será oferecido com três anos de garantia.
Veja abaixo a lista de preços do novo Fit:
Honda Fit DX (manual): R$ 49.900
Honda Fit DX (CVT): R$ 54.500
Honda Fit LX (manual): R$ 54.200
Honda Fit LX (CVT): R$ 58.500
Honda Fit EX (CVT): R$ 62.900
Honda Fit EXL (CVT): R$ 65.900