Novo Renault Kangoo E-Tech custa R$ 259.990 e já está esgotado em 2023
Furgão elétrico da Renault muda de visual e de mecânica, dobrando a potência e aumentando sua capacidade de carga e alcance
Bem antes do Zoe chegar ao Brasil (e quando os carros elétricos ainda eram raridade no mundo todo), o Renault Kangoo já tinha versões a bateria vendidas no mercado nacional. Uma década depois, o utilitário de carga está de cara nova, trazendo também novidades no motor, baterias e outros detalhes mecânicos.
O novo Renault Kangoo E-Tech está melhor em praticamente tudo, indo da capacidade de carga à potência. Mas o que é notado primeiro é sua aparência — não que estética seja algo primordial na escolha de um carro comercial, mas a montadora tentou dar novos ares para o segmento mesmo assim.
O Kangoo ganhou novas linhas, que deixam a forma geral do furgão mais arredondada, saindo do lugar-comum de veículos comerciais sempre quadrados. O capô ganhou vincos que combinam com as linhas laterais, mais esculpidas. Já os faróis têm DLRs de led em forma de C, que dão um toque de modernidade. Embora seja elétrico, o carro tem algumas aberturas na grade, estilizada por barras e o losango da marca em cromado.
Entre as coisas que aumentaram, está ainda a capacidade de carga: o compartimento traseiro tem agora 4,29 m³ (2,2 m de comprimento, 1,5 m de largura e 1,3 m de altura), contra 3,6 m³ da geração passada. Não só isso: o peso bruto que pode ser levado aumentou de 650 kg para 800 kg. Segundo a Renault, isso se deve ao ganho de 30 cm no comprimento do furgão — totalizando 4,9 m — e à bitola maior e mais larga no eixo traseiro.
A mecânica também foi vital para esse incremente: o Kangoo elétrico ganhou novo motor, que dobrou a sua potência para 120 cv, além de 25 kgfm de torque. Ele é alimentado por uma bateria maior, de 45 kWh, que garante autonomia de 329 km em ciclo urbano e 300 km em ciclo misto, segundo a norma SAE J1634. O Inmetro reconhece autonomia combinada de 210 km, levando em conta um desconto rígido de 30% no valor nominal.
Outro detalhe é que o carregamento também está mais rápido. O novo Kangoo pode ser carregado em tomadas domésticas (com potência de 2,3 kW), wallboxes e carregadores públicos (de 3,7 kW a 22 kW em corrente alternada) e em carregadores ultrarrápidos (80 kW em corrente contínua). A Renault declara que o furgão leva cerca de 2h30 para ir de 15% a 80% em um wallbox de 11 kW e menos de 6h em modelos de 7,4 kW.
Para maior rendimento, há dois modos de direção: Normal e Eco. Eles podem ser combinados com outros três modos de frenagem regenerativa, feitos sob medida para estradas e vias rápidas (B1), deslocamentos urbanos (B2) e engarrafamentos e trechos de serra (B3), respectivamente). Independentemente da escolha, o sistema trabalha em conjunto com os freios hidráulicos para maximizar a quantidade de energia recuperada e, ao mesmo tempo, atenuar o desgaste mecânico.
Rearranjo espacial
As portas laterais do Kangoo E-Tech são deslizantes para facilitar a acomodação de grandes objetos, enquanto as traseiras podem se abrir em até 180°. Elas perderam as tradicionais fechaduras para ganhar o novo sistema de supertravamento da Renault, que só permite a abertura usando a chave. Desse modo, caso algum ladrão consiga entrar na cabine, não terá acesso ao compartimento de carga.
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Já na cabine, o furgão teve os assentos redesenhados para aumentar a resistência, além de oferecer ajustes de altura e profundidade. Além disso, o volante multifuncional também traz ajustes de profundidade e o isolamento acústico da cabine foi melhorado. Isso graças ao aumento da grossura dos vidros em 11%, reforço dos painéis e uso de espuma acústica.
Embora seja um veículo comercial, o Kangoo também necessita de recursos de conectividade desejados em carros particulares. Logo, a central multimídia tem 8’’ e conectividade com Android Auto e Apple CarPlay e o sistema Easy Link permite que diversas funções, como mandar mensagens, sejam feitas por voz.
Há também faróis de neblina em leds, sensor de chuva e crepuscular, ar-condicionado digital automático, sistema de som com quatro alto-falantes, retrovisores externos mais largos, quatro airbags, controles de tração e de estabilidade e assistente de partida em rampas.
Vale a pena?
A Renault anuncia que as vendas começam agora, mas apenas 200 carros estão previstos para 2023. Mas tem um detalhe, todos já foram vendidos na pré-venda. Isso representa um terço do que seu antecessor vendeu desde que estreou em 2013.
Entre as vantagens de ter um furgão elétrico, a Renault cita seu baixo custo por quilometro rodado, de R$ 0,15 contra R$ 0,50 de modelos similares a combustão, além de ter um custo 45% menor nas seis primeiras revisões. Tudo isso, custando R$ 259.990. Não há previsão para a chegada da versão de passageiros.