Novos Jeep Wagoneer oferecem luxo, motores V8 híbridos e até 7 telas
Reboot do icônico modelo da Jeep chega em duas versões V8, com muito luxo e ainda mais telas
A espera grande foi recompensada de modo equivalente e a Jeep apresentou a nova geração dos Wagoneer e Grand Wagoneer. Prontos para brigar no nicho da Ford Suburban e do Chevrolet Expedition, os utilitários optaram pela receita clássica e seu legado: luxo, motor V8 e tamanho, mas sem esquecer da tecnologia.
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Os modelos chegavam renovados ao portfólio da marca americana como uma “extensão premium”, feita sob medida aos gostos do consumidor local. Como se trata de um nicho reduzido, a Jeep não economizou nas especificações à moda do consumidor.
Questão de referência
O mais humilde Wagoneer, por exemplo, traz o mesmo motor V8 5.7 HEMI da RAM 1500 à venda no Brasil, com 397 cv de potência e 55,8 kgfm de torque. Se aqui o insano consumo de gasolina não parece ter impedido o sucesso da picape, no Norte não é bem assim, já que o SUV estreará o sistema híbrido parcial eTorque de nova geração.
Dedicado à economia de combustível, o eTorque usa seu gerador elétrico em situações como paradas no trânsito, antecipando o desligamento do motor e, na partida, religando-o mais rapidamente, imitando o torque a baixas rotações de motores diesel.
A tecnologia recupera energia das frenagens e, enquanto o motorista não pisa no acelerador, desativa injeção e ignição de quatro dos oito cilindros. Ao mesmo tempo, a eletrônica otimiza as variáveis do comando de válvulas para maximizar a eficiência via fechamento tardio da válvula de admissão, o que aumenta a expansão pós-combustão.
O motor elétrico ainda cuida de operar a ventoinha do radiador, prometendo operação mais silenciosa e economia de combustível ao eliminar perdas de energia por correntes elétricas parasitas. Ao mesmo tempo, a grade frontal tem ângulo variável e, caso a temperatura esteja sob controle, pode ser completamente fechada para melhorar a aerodinâmica.
Tudo isso também vale para o Grand Wagoneer, que tem as mesmas dimensões mas é movido pelo V8 6.4 de 487 cv de potência e 62,9 kgfm de torque, prometendo rebocar até 4,5 toneladas sem problemas.
Ambos os modelos têm transmissão automática de oito velocidades e tração integral (que no Wagoneer não é de série) com três opções de 4×4. A Quadra-Trac I, por exemplo, é mais simples e opera com tração integral a todo instante, sem botões seletores. Segundo a Jeep, essa é a opção mais econômica, dada sua eficiência ao transferir torque preferencial à roda com maior aderência no momento.
A Quadra-Trac II é parecida, mas possui caixa de transferência com duas velocidades e usa sensores para otimizar seu bloqueio de diferencial, jogando torque máximo a uma roda prestes a perder tração. Se ainda assim destracionar, o torque é revertido a outra roda, com mais contato.
Terceira opção, o Quadra-Drive II também traz duas velocidades e se destaca pelo diferencial traseiro com deslizamento limitado (eLSD), útil às trilhas. Assim como a Quadra-Trac II, a transmissão conta seletor para cenários esportivos, com pedras, neve, areia/lama e automático. Caso opte pela suspensão a ar Quadra-Lift, essa tem sua altura variável conforme o cenário, com até 9 cm de elevação adicional.
Suíte de luxo
Espaço não falta ao novo Jeep, que comporta até oito passageiros nas configurações 2/3/2 ou 2/2/3, com “cadeiras de capitão” na fileira de dois assentos. Quem embarcar na nave-mãe Grand Wagoneer se verá envolvido por acabamento em nogueira americana acetinada, comum em barcos de luxo. Onde a madeira não serve, entram estofamento em couro Nappa ou o ainda mais caro Palermo, nas versões de topo.
Os assentos têm memória de configuração, aquecimento e refrigeração e a primeira fila conta até com sistema de massagem lombar. O Wagoneer clássico também é lembrado no volante de dois raios, mas daí a modernidade toma conta e os displays abundam.
Ao todo, são 50 polegadas de telas na Wagoneer e insanas 75 polegadas no Grand Wagoneer. Na conta, há o painel de instrumentos digital (12,3’’), central multimídia principal (12’’), central auxiliar (10,25’’) e tela dedicada ao passageiro da frente (10,25’’).
Atrás vão mais três telas, sendo uma a cada passageiro e outra entre os assentos. Todos displays individuais contam com entrada HDMI e conexão ao sistema Uconnect 5, também usado pela Fiat.
O destaque multimídia, porém, é o acesso ao streaming Fire TV da Amazon, que também oferece sua assistente Alexa para cuidar dos comandos de voz. Proposta bem semelhante foi apresentada pela FCA do Brasil ano passado, devendo estrear no novo SUV da montadora.
Tal como previsto ao Progetto 363, os novos Jeep contam com hotspot 4G, capaz de oferecer conexão Wi-Fi a até oito dispositivos. Para carregá-los, há nada menos que onze portas USB espalhadas pelo carro.
A tecnologia também é usada na segurança, sendo o utilitário um veículo autônomo de nível 2, capaz de se manter em faixas de rolagem por conta própria em situações tranquilas. Os sensores ainda servem para detectar obstáculos em viagens noturnas e ameaças em cruzamentos em nível, com ajuda do head-up display projetado no para-brisas.
Já em pré-venda nos Estados Unidos, os Jeep Wagoneer partem de R$ 332.000, com a versão de topo do Grand Wagoneer chegando a R$ 614.000. Não dá para reclamar do custo-benefício sabendo que um Jeep Compass no Brasil passa tranquilamente dos R$ 200 mil.
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