Novos motores elétricos são menos complicados e mais eficientes
Novidades apresentadas na CES prometem aproveitamento maior de energia e menor tamanho. O nível de eficiência pode chegar próximo aos 100%
Motores elétricos são muito mais eficientes do que os a combustão. Se um automóvel convencional a diesel ou gasolina costuma ter, em média, 20% de aproveitamento energético, um veículo elétrico costuma chegar perto dos 90%. É um número ótimo, mas sempre é possível almejar mais, como bem provam três novos propulsores apresentados na CES (Consumer Electronics Show).
Os três têm algo em comum: além de mais eficientes, buscam menor dependência de materiais raros, durabilidade estendida, custo de manutenção ainda menor e pesos e volumes contidos. Podem não ser tecnologia inteiramente novas, entretanto, representam evoluções importantes.
Motor Síncrono Indutivo-Excitado no Rotor da ZF. Sabemos que o nome é complicadíssimo, mas, segundo a ZF, o projeto é diferente das Máquinas Síncronas de Imã Permanente (PSM), os mais usados atualmente, que se baseiam em ímãs e, com isso, requerem mais materiais de terras raras para serem produzidos. O processo de fabricação mais limpo pode diminuir a pegada de CO2 da produção em até 50%.
O Motor Síncrono Indutivo-Excitado no Rotor transmite a energia para o campo magnético por meio de um gerador de indução dentro do eixo do rotor, corrente passada não por imãs, mas por bobinas. Com ele, as perdas de transmissão podem ser reduzidas em até 15%. Por sua vez, a eficiência chega aos 98%.
A nova plataforma eDrive ainda será aplicada comercialmente. De acordo com a ZF, duas arquiteturas estarão disponíveis: de 400 volts ou 800 volts.
Quarta geração de motores da Magna
A nova geração dos eDrives da Magna também deu as caras no evento. Com apenas 75 kg e redução de 20% na altura, os propulsores elétricos podem ser instalados na posição vertical na frente ou horizontal atrás. Com arquitetura de 800V, a plataforma pode ser aplicada em carros de passeio ou comerciais.
Graças ao uso menor de alumínio e terras raras, o eDrive conseguiu diminuir a pegada de carbono da fabricação em 20%. Ainda no capítulo ecológico, a eficiência subiu para 93%.
Nova geração de eDrives da Mahle
O MTC (Magnet-free Contactless Transmitter) da Mahle mostrou vantagens no aspecto ecológico, dispensando terras raras, o que também pode permitir um preço mais baixo. Somado a isso, como o tamanho da nova unidade de força, o peso e uso de materiais diminuem na mesma proporção.
Sua promessa de durabilidade maior do que outros propulsores elétricos é, nas palavras da marca, possível porque a transmissão de corrente entre as partes móveis e estáticas do motor é feita sem contato, evitando o desgaste e manutenção. Não foge dos princípios de funcionamento de todos os presentes na lista.