O que o Citröen C3 nacional pode aprender com modelo europeu?
Nova geração do C3 estreia na Europa com melhorias nos equipamentos e na segurança que viriam bem a calhar na versão nacional
Por um ano o Brasil teve o Citroën C3 uma geração à frente do modelo europeu. Até agora. O novo C3, agora baseado na plataforma CMP, estreou no Velho Continente com visual exclusivo por dentro e por fora, e sempre com motor elétrico.
Por lá, o objetivo é ser um carro elétrico moderno e barato a ponto de conseguir concorrer com carros chineses. E, justamente por isso, pode ensinar muita coisa ao Citroën C3 fabricado no Brasil – só com motores 1.0 e 1.6 flex, por sinal.
O C3 europeu segue à risca o visual e acabamento do modelo a combustão, mesmo com motor elétrico de 113 cv e bateria de 44 kWh. Mas algumas evoluções no projeto podem servir de aprendizado para o nosso C3 fabricado em Porto Real (RJ).
Design imponente com mais atitude
Quando foi lançado, o C3 tinha a proposta de ser um compacto mais aventureiro, parecido com o que a Renault fez ao chamar o Kwid de SUV dos compactos. Promessa que ele conseguiu cumprir, principalmente pelo seu vão livre de 18 cm.
As dimensões não mudam, mas o estilo adotado na Europa, com frente mais reta e faróis que formam uma única peça reforçaram a “atitude” do compacto. As linhas do C3 ficaram menos arredondadas, principalmente graças ao novo para-choque dianteiro. Também merece destaque os novos logotipos da Citroën.
O modelo europeu não abriu mão da pintura bitom, pelo menos nas versões mais caras, o que não é um problema, já que traz um toque de personalidade a mais em relação aos concorrentes. Mas não há adesivos protegendo a junção das cores ne ma coluna A.
Na traseira, mudaram o formato das lanternas, que estão mais quadradas. Elas ainda são integradas por uma barra preta, um recurso estilístico que veremos no novo C3 Aircross (seu lançamento será ainda em novembro). O para-choque traseiro muda e tem peça prateada na base.
Quadro de instrumentos simples, mas sem ser espartano
O C3 europeu será um dos elétricos mais baratos da Europa. Claro que isso significa que o carro não será muito sofisticado. Mas as soluções encontradas pela Citröen foram muito melhores do que o que temos por aqui.
O melhor exemplo está no quadro de instrumentos. Por ser elétrico, continua dispensando o conta-giros, mas o mostrador tem tela colorida mais ampla e é posicionado próximo ao para-brisas, bem no campo de visão do motorista. É o conceito de antigos Citroën, mas com as informações na direção do volante – que é diferente, com comandos mais completos.
Os gráficos são visivelmente melhores e há até espaço para um conta-giros em uma futura versão a combustão, que está confirmada para a Europa mas ainda sem data de lançamento. Essa disposição também cria um porta-objetos sobre o painel.
Mais segurança
Ainda na versão de entrada o C3 vem equipado com itens de segurança muito superiores ao nacional, que por sinal, ficou com zero estrelas na avaliação do Latin NCAP. E a maioria desses equipamentos foram citados pelo órgão avaliador ao fazer sua crítica ao modelo.
Um bom exemplo são os alertas de colisão com assistente de frenagem de emergência e o de evasão de faixa. O novo C3 europeu também vem equipado de fábrica com seis airbags, enquanto o nacional tem apenas dois. Os contos dianteiros, por sinal, também têm pré-tensionadores no carro gringo.
Mais conforto nos bancos e suspensão
Duas novas tecnologias de mesmo nome foram apresentadas pela Citröen no novo modelo. O Advanced Comfort é como foi batizado o novo sistema de suspensão, assim como os novos bancos, ambos prometendo deixar o carro mais confortável.
No caso da suspensão, o novo sistema usa batentes hidráulicos progressivos duplos que absorvem e dissipam a energia de compressão, ao invés de retorná-la em forma de rebote. Já os assentos Advanced Comfort são fabricados com espuma extra para serem mais confortáveis em viagens longas.
Não que o C3 nacional sofra com isso. Houve poucas reclamações no quesito conforto com o nosso carro de Longa Duração, a principal delas referente à suspensão traseira, que chega ao final do curso com facilidade quando o carro está carregado.
Mas se com o conjunto atual o feedback já é positivo, imagina com um conjunto nível europeu, que — convenhamos — não será tão exigido por lá quanto seria nas ruas e estradas esburacadas do Brasil.