Pai e filho restauram Belina e contam os perrengues de viagem de 7.000 km
Os Coronado são apaixonados por viagens e clássicos. Eles já rodaram a América do Sul a bordo de um Del Rey
O empresário Wagner Coronado tem a sua história com carros misturada com a da QUATRO RODAS e, de forma especial, comigo. Fui eu quem escreveu a primeira reportagem contando a aventura da família Coronado pela América do Sul, a bordo de um Ford Del Rey 1986, em maio de 2013.
Dez anos depois, os Coronado têm uma nova aventura. E desta vez a bordo de uma Ford Belina 1988, completamente restaurada pelo próprio Wagner e seu filho Raphael.
As grandes viagens rodoviárias da família tiveram inspiração em uma reportagem publicada em janeiro de 1983 na QUATRO RODAS, na qual foram percorridos 21.500 km de São Paulo a Detroit (EUA) – tudo a bordo da picape Pampa e do Ford Del Rey.
Aí está a explicação da opção pelo Ford Del Rey para as primeiras aventuras rodoviárias da família Coronado. Wagner, sua esposa e os dois filhos foram para o Uruguai, a Cordilheira dos Andes e o Chile.
“A paixão por viagens foi passada para toda a família, mas meu filho Rapha também herdou a paixão por carros antigos e por mecânica”, conta Wagner. Raphael formou-se como tecnólogo em mecatrônica e atualmente trabalha na empresa do pai em treinamentos para o setor automotivo.
“Eu e o Rapha retomamos uma ideia antiga, a compra de um carro para ser utilizado nos treinamentos do projeto Rota do Asfalto, que previa sua inteira desmontagem e estudos de seus sistemas mecânicos”, diz Wagner.
A busca por um carro antigo começou no início de 2020 e logo pai e filho encontraram a Ford Belina 1988. “O estado era deplorável, mas a documentação estava em ordem e a carroceria íntegra”, conta Raphael. A partir daí, a Belina começou a ser restaurada aos poucos, mas já com um objetivo: estar em forma para a viagem de 7.000 km para Mendoza, na Argentina, passando pela Cordilheira dos Andes, como já haviam feito com o Del Rey.
“Dá pra dizer que fizemos o mesmo desmonte com a Belina que a revista faz na seção Longa Duração, foi um processo completo de desmontagem e remontagem com muitas peças novas, inclusive o motor.”
A Belina ficou pronta e pai e filho não escondem o orgulho que sentem em ter feito tudo sozinhos.
Em outubro de 2022, a tão sonhada viagem começou, durou 14 dias e a Belina percorreu sem nenhum contratempo os 7.000 km. “De todo o trecho, só 700 km eram de rodovias duplicadas, o restante apenas estradas de mão única e muitas delas com asfalto tenebroso e muitos buracos. Mesmo assim a Belina venceu o desafio”, relembra Wagner.
A viagem, que começou em São Paulo, onde a família vive, foi contada em detalhes em vídeo e fotos no perfil oficial do projeto Rota do Asfalto no Youtube e no Instagram.
Estou pronta para contar a próxima viagem desses aventureiros, que se ainda não está no papel, já existe em pensamento.