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Por crise dos semicondutores, pode faltar carros novos no Brasil até 2022

Presidente da Anfavea ressalta complexidade na resolução do problema e afirma que não há solução para 2021

Por João Vitor Ferreira
Atualizado em 8 jun 2021, 18h28 - Publicado em 8 jun 2021, 16h40
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  • linha de produção GM
    (Divulgação/Chevrolet)

    A produção automotiva brasileira vem se recuperando do ano ruim que foi 2020, porém ainda está muito abaixo do seu normal.

    “Chegamos a um platô ao redor de 200.000 veículos (por mês) nos primeiros cinco meses por conta da restrição na oferta de componentes, em especial de semicondutores”, explica o presidente da Anfavea (Associação Brasileira de Montadoras de Veículos), Luiz Carlos Moraes.

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    Extremamente importante na produção automotiva, os semicondutores são usados desde os freios, até os sistemas de infoentretenimento. A sua falta fez com que o setor fechasse o mês de maio com 96.500 unidades para estoque, equivalente a 15 dias de vendas, quando o considerado normal seria para um mês de vendas.

    Moraes também afirma que não há solução para resolver o desabastecimento esse ano, visto que a complexidade do problema é muito grande. “Os semicondutores são produtos com uma produção muito complexa. Ontem mesmo (7), na Alemanha, foi inaugurada uma fábrica de semicondutores cujo investimento é de $1 bilhão de euros. Também existe um período de dois a quatro anos, desde a preparação até ela se tornar operacional.”, explica o presidente da Anfavea.

    O melhor exemplo que podemos citar da falta dos chips semicondutores é a fábrica da GM em Gravataí, no Rio Grande do Sul. Fechada desde março, a previsão para retomada da produção foi adiada para o dia 19 de julho, por conta da falta desse componente.

    Por crise dos semicondutores, pode faltar carros novos no Brasil até 2022
    A Chevrolet viu as vendas do Onix despencarem nos últimos meses. Produzido em Gravataí, o veículo perdeu seu posto de mais vendido do país por causa da falta de semicondutores. (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Esse desabastecimento, como explicou a Anfavea, fez com que a produção atingisse um teto, entre 180.000 a 200.000 unidades por mês. Se compararmos os cinco primeiros meses de 2021, a produção total foi de 981.500 unidades – 55,6% maior que no mesmo período do ano passado. Em condições normais, o Brasil teria capacidade para produzir até 5 milhões de veículos em um ano.

    Vale ressaltar que a demanda por esses chips não é exclusiva do setor automotivo, sendo muito requisitado também pelas indústrias de eletrônicos, telecomunicações e computação. E que o seu desabastecimento é global, fazendo com que a produção mundial caia de 3% a 5% do total previsto para 2021.

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    Mesmo com a produção em baixa, existem números motivadores. O mercado de veículos pesados, que também é afetado pela falta de semicondutores, atingiu sua melhor marca desde 2014, com 11.500 caminhões vendidos. Já as exportações registraram um aumento de 9,1% em relação ao último mês, com um total de 37.000 unidades exportadas em maio.

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    Capa Quatro Rodas 745 maio 2021
    (Arte/Quatro Rodas)
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