“Um SUV conversível é um desafio tanto estética quanto formalmente.” Foi o que disse Michael Mauer, atual designer-chefe da Porsche ao analisar um velho protótipo que está em exibição no museu da montadora. Trata-se de Porsche Cayenne conversível de 2002, quando Mauer ainda não trabalhava na montadora e o SUV fazia sua estreia.
Essa era uma das três variações pro SUV que a Porsche sonhava em fazer um dia. Além da conversível, também constavam nas planilhas dos desenvolvedores uma versão com três fileiras de assentos e 20 cm mais comprida e uma cupê, a única que viu a luz do dia, sendo lançada em 2019.
Mesmo com esse protótipo, o Cayenne conversível passou longe de ir para as linhas de montagem, embora a Porsche tenha colocado fé no projeto no início. Esse exemplar, na verdade, nunca pode ser dirigido e é chamado de Modelo de Função de Pacote (ou PFM, na sigla em inglês) e não tem os reforços estruturais necessários na carroceria que um conversível exige, sendo usado apenas para avaliar quatro critérios funcionais e estéticos.
Primeiro era o design da traseira. Segundo, o conforto dos assentos, já que o teto tem caimento de cupê na traseira e o para-brisa e pilares A precisaram ser encurtados. O terceiro era a praticidade de um modelo grande com duas portas 20 cm mais longas que as do Cayenne padrão. E o último era a possibilidade de acomodar uma capota de maneira simples e eficiente.
Falando na capota, para o Cayenne conversível eles pensaram em um sistema semelhante ao atual Porsche 911 Targa. A tampa do porta-malas iria abrir em ambas as direções e a capota seria dobrada em forma de “Z” e seria guardada em um compartimento exclusivo na parte de trás do porta-malas.
Porém, esse sistema existiu apenas nas simulações dos computadores. No protótipo, o teto de tecido tem que ser retirado manualmente.
Outro problema encontrado foi o design da traseira. A Porsche não se decidia sobre onde ficariam as lanternas. Então a equipe tomou a decisão mais óbvia possível: criou o protótipo com a luz esquerda mais baixa e semelhante a versão padrão, enquanto a direita foi colocada mais no alto.
O resultado é esse protótipo, que independentemente da posição das luzes traseiras, continuaria bem estranho. A Porsche ainda conta que teve dúvidas se o design estava a altura da montadora e que as previsões de lucro não eram muito promissoras.
Agora como peça de museu, o Porsche Cayenne conversível está exposto no Museu da Porsche, em Stuttgart, na Alemanha e é rebocado sempre que precisa aparecer em outro lugar, afinal, ele não é seguro para dirigir.