Mesmo com o lançamento previsto apenas para o último trimestre de 2022, a Fiat promoveu um primeiro encontro entre a imprensa brasileira e o aguardado Pulse Abarth. O cenário não poderia ser mais emblemático: o Autódromo José Carlos Pace, o aclamado Autódromo de Interlagos. Mas há algo a mais por trás disso.
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É que o Pulse Abarth fará sua primeira aparição pública em movimento neste final de semana, como carro madrinha da primeira temporada da Fórmula 4, que acontecerá no templo brasileiro do automobilismo nos dias 30 e 31 de julho, e 6 e 7 de agosto. Mais do que isso, a Abarth será patrocinadora oficial da categoria e deixará o modelo exposto ao público no local.
Em ambas as ocasiões, porém, tanto o público quanto a imprensa só poderão (ou puderam) ter um gostinho do que será o primeiro Abarth totalmente nacional (já que, além da produção, também foi concebido por aqui). No caso dos jornalistas, grupo em que QUATRO RODAS esteve presente, teve algo mais: uma volta rápida de carona, com um piloto da Fiat ao volante.
“É como um teaser que poderia ser um e-mail, mas que resolvemos fazer presencialmente”, disseram os representantes da Fiat durante a apresentação.
Antes de contar sobre a tal volta rápida, alguns dos poucos números revelados pela marca. Finalmente o motor 1.3 turbo flex que já equipa Toro, Renegade, Compass e Commander foi confirmado para o Pulse Abarth. Assim como nos demais, ele terá até 185 cv e 27,5 kgfm com etanol, conquistando a marca do Abarth mais potente da história. Será automático de seis marchas.
Os números de desempenho serão dignos de um esportivo, segundo a Fiat, que anuncia uma aceleração de 0 a 100 km/h em “menos de 8 segundos” e uma velocidade máxima de “mais de 210 km/h”. “Não vamos entregar tudo agora”, disseram sobre os arredondamentos dos dados. O tempo será menor do que os 8,4 s do Polo GTS, que também é menos potente com seus 150 cv.
Como é o Pulse Abarth
Visualmente, o modelo é um legítimo Abarth, com adereços, de certa forma, até exagerados (porém bonitos), como o friso no para-choque dianteiro, os retrovisores e as faixas laterais em vermelho, os grandes apliques plásticos nos para-lamas com fendas que simulam entradas de ar e o aplique traseiro que imita um difusor de ar.
Os logotipos da Fiat são substituídos pelo logo do escorpião na dianteira e pelo nome Abarth por extenso na traseira – neste ângulo, o nome Pulse tem a letra “e” em vermelho. Também há saída dupla de escape, logo Abarth os para-lamas e faróis full-LED (como os que virão no Fastback, com a faixa de LED superior intercalando com o indicador de direção).
Não há nada cromado no Abarth, nem mesmo a grade, que adota as bordas em preto brilhante. Na parte superior, que se estende acima dos faróis, há um envelopamento de textura de fibra de carbono. As rodas de 17 polegadas têm desenho raiado, esportivo, e são calçadas com pneus 215/50. As unidades apresentadas usavam pneus Dunlop SP Sport Maxx 050+.
A propósito: o interior do modelo segue sob sigilo e não foi revelado. Durante todo o contato, painel e o console central ficaram cobertos, deixando à mostra apenas o quadro de instrumentos digital (com um indicador para a pressão do turbo) e grafismos exclusivos, a alavanca do câmbio e o botão do freio de estacionamento eletrônico.
Como é andar (de carona) no Pulse Abarth
A primeira impressão positiva veio no ronco saído do escape duplo do modelo, um tom grave e encorpado, e surpreendentemente alto para um esportivo “barato” – os preços ainda são um mistério, mas certamente ficarão acima dos R$ 160.000. O ronco permanece interessante em marcha lenta, nas acelerações e, principalmente, nas reduções, com simulações de punta-tacco.
Em trocas durante acelerações mais agressivas, é possível ouvir até pequenos “pipocos” vindos da traseira do carro. Aqui, nada de som virtual como no “rival” Polo GTS.
De carona, a sensação é de acelerações rápidas e fortes, com boas saídas e retomadas. Apesar da tendência de sair de frente e da cantoria dos pneus, o Pulse Abarth contornou bem as curvas de Interlagos graças ao ajuste exclusivo da suspensão, que está evidentemente mais rígida. Há, porém, óbvias limitações de tempos de frenagem e acelerações nas curvas.
Não há como dizer sobre a velocidade das trocas de marcha no modo automático, já que, a todo tempo, os pilotos guiaram o modelo no modo manual pelas aletas atrás do volante.
Já uma curiosidade de muita gente foi tirada: sim, os freios traseiros do Pulse Abarth são a tambor. Na pista, mesmo após sucessivas voltas, ele não apresentou cansaço aparente, apesar do mau cheiro que exalava fora do carro.