Renault e chinesa dona da Volvo poderão criar nova marca de elétricos
Com a parceria, além de trocas estruturais, a Renault retornaria ao mercado chinês, enquanto a Geely teria sua entrada facilitada nos EUA
Após o fim da joint-venture com a DongFeng Motors, a Renault procura novos meios de retornar ao mercado chinês. Segundo fontes da agência de notícias Reuters, a fabricante francesa estaria negociando um novo acordo, desta vez com uma fabricante focada em elétricos e híbridos. Assim, a Geely, proprietária da Volvo, tem sido uma opção considerada.
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O acordo seria uma via de mão dupla, segundo as fontes da Reuters. Enquanto a Renault se beneficiaria voltando ao maior mercado do mundo, a Geely teria livre acesso à fábrica que a francesa mantém na Coréia do Sul, onde atua através da marca Renault-Samsung. Assim, uma nova marca (ou joint-venture) dedicada a veículos eletrificados seria criada.
Desse modo, a Geely poderia produzir e vender versões dos veículos da sua marca Lynk & Co, sob a bandeira da Renault-Samsung. Uma estratégia que também pode trazer benefícios à francesa, já que suas vendas na Coréia não andam tão boas. No ano passado, a Renault coreana vendeu 116.000 veículos, incluindo exportações – quase a metade se comparado a 2017.
A Geely também se beneficiaria conseguindo acesso aos Estados Unidos, importando os modelos produzidos na Coreia livres de impostos. Vale lembrar que, devido à pandemia e aos conflitos entre líderes americanos e chineses, as montadoras da China vêm encontrando dificuldade de atuar nos EUA, segundo maior mercado automotivo do mundo.
Sobre os veículos que surgiriam dessa joint-venture, podemos esperar por modelos com a cara da Renault. De acordo com as fontes da Reuters, a montadora francesa seria a responsável por marketing, vendas e design dos veículos. Enquanto isso, a Geely forneceria sua arquitetura Modular Compacta (CMA, na sigla em inglês), feita para veículos de médio porte e compartilhada com a Volvo.
Embora tudo pareça claro, a incerteza paira sobre uma terceira montadora: a Nissan. Há tempos, Nissan e Renault mantêm uma aliança global e chegaram a ter parceria com a DongFeng na China, até o acordo com a francesa se dissolver. As duas também compartilham componentes e plataformas entre seus veículos, como forma de diminuir custos de produção.
A Reuters diz que não há informações se a Nissan também tiraria proveito da plataforma CMA. É uma possibilidade, visto que a montadora japonesa desenvolve, produz e comercializa veículos em conjunto com a Renault.