Renault volta atrás com Alaskan e cancela chegada da picape ao Brasil
Após ser confirmada para nosso mercado, rival de Chevrolet S10, Ford Ranger e Toyota Hilux será vendida apenas na Argentina
Esqueça as brigas familiares entre Nissan Frontier e Renault Alaskan: os franceses voltaram atrás da decisão de vender uma picape média no Brasil.
E olha que o namoro com nosso mercado foi bem longo, com direito a visita durante o Salão do Automóvel de São Paulo, em 2018, unidades flagradas em teste e confirmação da própria marca no fim do ano passado…
Mas os planos de comercializar o modelo na Argentina continuam de pé e, para nossos hermanos, a produção já começou e a novidade deverá chegar às lojas nos próximos meses.
Assim, as disputas internas entre os três modelos praticamente iguais (não esqueça da já falecida Mercedes-Benz Classe X) nunca existirá por aqui. E como explicar as unidades que continuam pelas ruas do nosso país?
Segundo fontes ligadas à marca, nenhum veículo da Renault é desenvolvido especificamente para um único país e, por isso, algumas etapas do processo de adaptação para a América do Sul acabaram realizadas aqui – além de Argentina, Chile e Colômbia, locais que também têm centros de engenharia.
E por quê manter os planos para o país vizinho? Em crise econômica há anos e com variação cambial ainda pior que a nossa, os argentinos têm aproveitado para comprar carros novos com dólares em cotação paralela à oficial – que, por lá, foi batizada “blue”.
É uma jogada muito parecida àquela comum durante os tempos de hiperinflação no Brasil, quando veículos se tornaram investimento: para fechar negócio com a moeda norte-americana, as lojas jogaram os preços “blue” lá embaixo, na contramão da inflação.
Mas não pense que não teremos novidades em relação a essa família, definitivamente, muito ouriçada. Afinal, a Nissan Frontier receberá algumas das atualizações que deveriam ter chegado às lojas com a versão criada pelos alemães.
E não se engane com as semelhanças com a Classe X, porque, sob aquele visual quase igual às irmãs, havia muita atualização de engenharia (a ponto do projeto ter outro nome). Por isso, é provável que a “japonesa” tenha reforços estruturais, suspensões melhores e até motores mais potentes.
Procurada, a Renault afirma que “a Alaskan é um produto importante para ampliar a de gama de produtos e participará de um segmento extremamente competitivo”.
A empresa também diz trabalhar “para que o veículo chegue da melhor forma para o cliente final. Mas, no momento, não há previsão de lançamento no Brasil”.
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