Ribeirinho salva Chevrolet Corsa de enchente usando apenas duas canoas
O morador de Coxim, no Mato Grosso do Sul, teve sua casa tomada pelas águas do rio Taquari e improvisou uma balsa para salvar seu carro da inundação
Verão e enchente são praticamente sinônimos no Brasil. Nessa época do ano, muitas pessoas fazem o que podem para proteger seus bens e evitarem ao máximo o prejuízo causados pelas inundações. Com os carros, não é diferente.
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Os mais corajosos, enfrentam os pontos de alagamentos. Outros, não têm a mesma sorte e, infelizmente, acabam tendo sérios problemas. Para não passar por essa situação, um ribeirinho da cidade de Coxim, no Mato Grosso do Sul, ao melhor estilo MacGyver deu um jeito de salvar seu Chevrolet Corsa Wind da enchente do rio Taquari. O caso aconteceu na última quinta-feira (3).
Com duas canoas, duas pranchas de madeira e uma corda, Guimel dos Santos Miranda fez uma balsa improvisada para subir cerca de 2 km rio com seu Corsa, até o porto municipal.
Primeiro, Guimel amarrou sua embarcação à de seu pai. Depois, colocou as duas pranchas sobre as canoas e subiu o carro. “Não amarrei o carro no barco porque se caso caísse, não afundava os barcos. Tive que arriscar”, explicou o ribeirinho ao site Campo Grande News.
O ribeirinho contou com a ajuda da filha, que insistiu em ir junto com o pai. “Eu e ela sabemos nadar e coloquei o colete nela também”, conta. A esposa também quis ajudar, mas por não saber nadar, Guimel preferiu que ela ficasse em casa, por segurança.
De acordo com o Imasul (Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul), o rio Taquari subiu para 508 cm por conta das fortes chuvas na região. Para que a situação fique ainda mais clara, as redondezas entram em estado de emergência quando o volume do rio chega a 400 cm.
Guimel conta que está há 3 dias ilhado com a esposa e dois filhos. Na noite de quarta para quinta, ficou assustado com o aumento das águas, que chegaram a invadir sua casa. “Estou há três dias ilhado, mas essa noite fiquei com medo. É minha viatura. Vai que o rio sobe mais e leva meu carro embora? Como preciso muito dele, resolvi tirar de lá. Fiquei com medo de perder [o carro].”
Afastado do trabalho nas fazendas por conta de um problema no joelho, Guimel depende do Corsinha, que na tabela custa cerca de R$ 10.000, para ser seu meio de locomoção. O ribeirinho aguarda a liberação para uma cirurgia na capital Campo Grande, que fica a cerca de 250 km de Coxim.
Felizmente, Guimel e o Corsa conseguiram concluir o trajeto pelo rio. O carro está seguro e em terra firme, mas a preocupação continua. “Graças a Deus não perdemos nada, quando vimos que a água tava subindo levantamos tudo. Agora já deu uma baixada boa, só que parece que vai chover mais. O jeito é ficar sempre alerta. Torcer e pedir a Deus para a água baixar mais”, disse o ribeirinho ao jornal local.