Segredo: Renault quer novo Sandero brasileiro refinado como carro europeu
Desvendamos, com exclusividade, o design das versões brasileiras de Logan, Sandero e Stepway, que serão mais refinados e equipados que os Dacia
Já está nos planos da aliança Renault-Nissan a racionalização de plataformas. As duas versões da base B0 da Renault e as duas da plataforma V da Nissan serão substituídas pela CMF-B, estreada pelo Clio europeu há alguns anos e já em uso na nova geração dos Dacia Sandero e Logan.
E pode ficar a cargo dos dois compactos, devidamente apadrinhados pela Renault, a estreia da nova base no Brasil em 2022.
A engenharia dos franceses na fábrica de São José dos Pinhais (PR) já trabalha nos projetos da família, identificada pelo codinome XJF. Diz respeito a Sandero, Logan e Stepway – mais conhecido internamente como VSUVE.
Por mais que exista gente no Brasil envolvida no desenvolvimento, o projeto ainda foi aprovado pela matriz. Isso não quer dizer, porém, que tudo está perdido: comum o projeto só ganhar vida quando 80% dele já está completo.
Só que há, sim, um atraso. A produção dos novos Logan e Sandero na Romênia e no Marrocos já foi aprovada e a Renault decidiu que eles não serão fabricados na Argentina, como os atuais. Entretanto, a validação da produção dessa geração por aqui e na Colômbia ainda não está assinada.
O que também não está aprovada é a produção local de um inédito motor três-cilindros 1.0 turbo que os franceses estão desenvolvendo na Índia, que pode surgir mais potente que o conjunto que estreia nos novos Dacia com 101 cv.
Mas não há muita escapatória: ou adota o novo motor, ou a Renault terá muita dificuldade para cumprir a próxima fase das regras de eficiência do Rota 2030. E a combinação com o atual câmbio CVT da Jatco, compartilhado com os Nissan, deverá ajudar nisso.
Uma coisa, porém, que já está definida é que as versões nacionais não seguirão o caminho da eletrificação, como os Dacia, que futuramente terão versão híbrida.
Na comparação com os Dacia Sandero e Logan atualizados, as respectivas versões brasileiras terão muito mais mudanças no visual que nas gerações anteriores. A intenção da Renault é torná-los mais independentes da empresa romena e melhorar a percepção de qualidade por aqui.
Isso incluirá, também, oferta de equipamentos exclusivos no nosso mercado. Por esse motivo, ensaiamos como seria o design deles com elementos próprios da Renault.
Em relação aos modelos da Dacia, as versões nacionalizadas deverão ter novos para-choques, grade, faróis e lanternas inspirados nos carros da marca francesa para o mercado europeu.
A estratégia do refinamento fica bem evidente nos faróis, muito mais elaborados que os dos Dacia, mas sem enorme prolongamento na direção do para-choque. O que ele ganha são diversos pontos de leds e bloco elíptico, que ainda permitiria ser full-led. Com isso, até mesmo peças de estamparia, como capô e tampa do porta-malas, podem mudar.
O novo Renault Stepway, por sua vez, terá para-choque frontal inspirado nos SUVs da Renault para a Europa.
Também é possível que a cabine receba novos elementos, como central multimídia maior e ergonomia melhorada, além de materiais de acabamento e revestimento mais caprichados. Equipamentos mais sofisticados também são esperados, pois a intenção é encarar o Volkswagen Polo sem o estigma de carro de baixo custo.
Claro que, apesar das novidades estéticas e melhoria na qualidade, as dimensões deverão continuar iguais às dos irmãos romenos e que, no caso do Sandero, se mantêm próximas à geração anterior.
Em comparação com o hatch vendido nos dias atuais, a nova geração pode crescer apenas 1 cm no entre-eixos (que terá 2,60 m), enquanto o Logan chegará aos 2,64 m. Outro detalhe é que o porta-malas também será praticamente o mesmo, 8 litros maior, com 328 litros.
Como já aconteceu com a nova geração do Duster, que estreou por aqui no segundo semestre de 2019, Logan e Sandero atualizados têm o para-brisa um pouco mais inclinado. Além disso, a marca rebaixou o teto em 1 cm e alargou os para-lamas para melhorar a silhueta da dupla.
Também é importante dizer que, na versão romena, o vão livre do solo não foi alterado, mesmo com câmbio automático CVT. Isso pode colocar fim à estranha solução adotada por aqui, onde ambos os modelos têm suspensão elevada emprestada do aventureiro Stepway para comportar a transmissão continuamente variável, que ficaria sujeita a acidentes com a altura normal por estar mais exposta que a caixa manual. Mas é claro que não será nenhuma surpresa se a geometria original sofrer algum tipo de modificação para suportar os buracos das vias brasileiras.
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