A Volkswagen já está no estágio final de desenvolvimento do T-Sport, provável nome definitivo do SUV cupê compacto que será lançado no Brasil no segundo trimestre de 2020.
Embora a fabricante tente manter algum sigilo, QUATRO RODAS consultou fontes familiarizadas ao projeto, especialmente na cadeia de fornecedores – com quem, aliás, a marca já está fechando contratos para receber peças protótipos –, e passou vários dias preparando uma projeção fidedigna do que será o modelo de produção.
A primeira informação importante é que, embora construído sobre a plataforma MQB A0 do Polo, o que significa uma distância entre os eixos de 2,56 metros, o T-Sport beberá muito da fonte do T-Cross quando se fala em visual.
Faróis serão parecidos com os do hatch, mas a grade será mais larga e terá texturização similar à do SUV compacto. Também o capô elevado, com caimento mais abrupto na ponta, terá como inspiração o primo maior.
Já os traços do para-choque do SUV cupê dianteiro devem ser exclusivos.
Diferentemente dos esquetes apresentados pela Volkswagen, o caimento do teto não será tão parabólico assim.
Logo após a coluna A haverá um descenso tênue, que se acentuará a partir da coluna C rumo ao para-choque. É o mesmo conceito do grandalhão Atlas Cross Sport ou do Mitsubishi Eclipse Cross.
A grande sacada, porém, estará nas lanternas.
Estas serão integradas e comporão uma régua em preto brilhante, tal qual ocorre no T-Cross. Entretanto, segundo o parceiro Autos Segredos, sua faixa central será funcional, e não apenas reflexiva.
O nicho da placa traseira será posicionado no miolo da tampa do porta-malas.
Além disso, o T-Sport deve ser o primeiro Volkswagen nacional a adotar o logotipo renovado que será revelado nos próximos dias no Salão de Frankfurt, Alemanha.
Um spoiler lotado na aresta que separa teto e vidro traseiro conferirá aspecto mais esportivo ao pequeno SUV cupê, assim como a ponta levemente proeminente da tampa do porta-malas.
A linha de cintura será elevada em relação ao Polo, mas tanto ela quanto a altura livre do solo devem ser um pouco mais baixas que as do T-Cross.
O balanço traseiro, acompridado, permitirá um volume de porta-malas mais generoso que os 300 litros do Polo e, talvez, que os 420 litros do próprio T-Cross. Difícil será alcançar os 521 litros do Virtus.
QUATRO RODAS também já pode afirmar de maneira peremptória que o T-Sport será equipado com o motor 200 TSI, três-cilindros turbo flex de 128 cv e 20,4 mkgf, que já compõe as gamas de Polo, Virtus e T-Cross.
Resta o mistério sobre se as versões básicas receberão esse mesmo propulsor, uma derivação mais branda dele (com dados mais próximos aos do Up!, que rende 105 cv e 16,8 mkgf, sendo batizado como 170 TSI), ou o 1.6 MSI quatro-cilindros naturalmente aspirado de 117 cv e 16,5 mkgf, também flexível.
Outra curiosidade é que, apesar de ter sido revelado na Europa sob a alcunha provisória “New Urban Coupé”, o projeto recebe internamente no Brasil o código VW270 CUV.
VW270 era a denominação internacional do projeto do atual Polo, o que reforça que o T-Sport terá a base e, portanto, a distância entre-eixos derivada do hatch. Virtus e T-Cross, rememoremos, possuem uma medida 9 cm maior, de 2,65 m.
Assim, o posicionamento de preços tem tudo para ficar abaixo do próprio T-Cross, entre R$ 70.000 e R$ 100.000, o que dará à Volkswagen mais liberdade para trabalhar novas versões do SUV (o convencional, não o cupê) com motor 250 TSI (1.4 turbo flex de 150 cv e 25,5 mkgf).
Para iniciar a produção em série, a Volkswagen está instalando um novo maquinário de prensas em São Bernardo do Campo (SP), onde o T-Sport será produzido.
O processo faz parte do investimento de R$ 2,4 bilhões reiterado dias atrás. para as fábricas do ABC paulista e de São Carlos, no interior do estado, onde são fabricados motores.
Unidades pré-série já são montadas no complexo da rodovia Anchieta nos turnos matutino e vespertino, sob forte esquema de segurança. Falta apenas promover ajustes e testes no período noturno.
Entretanto, o SOP (start of production, na sigla em inglês) em série só deve começar entre março e abril de 2020, quando as novas máquinas estarão enfim prontas para operar em ritmo fabril.