Locadoras do RS não tinham seguro para enchentes e perdem 3.000 carros
O prejuízo é de R$ 336 milhões e a estimativa é que 3.000 carros foram perdidos só em Porto Alegre e serão leiloados como sucata
A crise devido às enchentes no Rio Grande do Sul é sem precedentes, seja em questões econômicas, materiais ou pessoais. E o setor de locação de carros, também afetado, estima um prejuízo de mais de R$ 330 milhões em todo estado, considerando 985 locadoras de automóveis, com uma frota de 20.226 carros e comerciais leves, segundo a ABLA (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis).
Cerca de 3.000 carros foram perdidos só em Porto Alegre, boa parte deles no Aeroporto Salgado Filho, que completa nesta segunda-feira (3) um mês fechado – a previsão do Governo Federal é de uma reabertura só no Natal.
As locadoras nas proximidades do aeroporto ficaram completamente debaixo d’água e, o problema maior para essas empresas, é que a maioria dos veículos danificados não possui seguro contra alagamentos, já que muitas locadoras não incluem esse tipo de cobertura em suas apólices. O preço médio de um veículo de locadora é de R$ 112.000 segundo a entidade, estimando um prejuízo de R$ 336 milhões.
“Esses carros foram perdidos porque as locadoras não têm seguro próprio para alagamentos por causas naturais, apenas para clientes. Os poucos que possuem, não cobrem esse tipo de sinistro. Muitos desses veículos vão direto para leilões”, disse o vice-presidente da Abla, Paulo Miguel Junior, em entrevista ao portal UOL.
90% de queda na locação
A queda chegou a 90% em nossa operação RAC (Rent a Car), que é o aluguel diário de automóveis para pessoas físicas, segundo a ABLA. “Neste primeiro momento, de fato percebe-se uma diminuição considerável na locação de automóveis, inclusive em função dos estragos nas estradas que circundam a capital e no interior”, diz o diretor regional da ABLA no Rio Grande do Sul, Jair Limberger, por meio de nota oficial.
O executivo complementa: “Além de boa parte das pessoas físicas, é importante lembrar que as empresas também tiveram suas frotas comprometidas em função das águas. Logo mais adiante, com o avanço na adequação, mesmo que mínimas, das principais rodovias, as locadoras certamente retomarão a capacidade de atender à demanda de empresas, órgãos públicos e pessoas físicas, inclusive ajudando a impulsionar a retomada turística no estado e assim colaborando para que a economia gaúcha venha a se recuperar o quanto antes”.