É natural que, com a evolução tecnológica, os carros atuais sejam capazes de oferecer quase tudo aos seus ocupantes. Em breve, teremos até modelos autônomos circulando tranquilamente pelas ruas. Mas houve um tempo em que itens bem mais arcaicos eram considerados suprassumos – ou mesmo necessidades – quando o assunto era automóvel. Relembre alguns deles abaixo.
Falar em afogador é falar em carburador, o que gera sentimentos mistos nas pessoas. Mas como estamos nos lembrando dos momentos nostálgicos, vale mesmo é destacar o prazer de, antes de tomar o café da manhã, ir ao carro, puxar o afogador e dar a partida para não ter dores de cabeça quando saísse para a rua. Muitas crianças tiveram seu primeiro contato com os carros assim, pedindo aos respectivos pais para puxar a alavanquinha e girar a chave, só para ter o prazer de ouvir o ronco do motor.
As atuais centrais multimídias são capazes de oferecer digitalmente quase todo tipo de ajuste em termos de áudio com simples toques na tela, através de menus quase escondidos. As coisas não funcionavam assim há 20 e poucos anos. Ter um equalizador destes, com vistosos botões cromados formando padrões em forma de onda, elevava o status sonoro de seu carro em muitos degraus.
Primeiros painéis digitais
Quem entra num modelo premium atualmente pode visualizar as informações a respeito do carro de modo superinterativo, em telas LCD de alta definição totalmente configuráveis. Alguns possuem até projetores de dados ao nivel dos olhos (HUD) no vidro do para-brisa. Muito interessante, mas, no começo dos anos 90, modelos como os Chevrolet Monza EF500 e Kadett GSi se destacavam da turma com seus mostradores digitais que mais pareciam um conjunto de relógios Casio reunidos no painel.
Item que agregava muito valor e diminuía a sensação de cansaço em longas viagens, os toca-fitas eram sinônimo de sucesso aos donos dos carros. Não era incomum pedir ao amigo que tinha um gravador de fitas K7 para preparar uma coletânea com os grandes sucessos do momento para embalar os passeios de fim de semana. E havia dois features bastante importantes: o sistema Dolby de redução de ruídos – ideal para tirar aquela chiadeira das fitas copiadas de discos de vinil – e a função autoreverse – para trocar o lado da fita automaticamente.
A solução mais em conta para aqueles que não tinham condições de bancar um modelo com ar-condicionado – lembrem-se de que se tratava de um item raro há algumas décadas. Entre o para-brisa e a janela em si, aquele dispositivo podia se abrir e permitir a entrada de ar fresco na cabine sem que os vidros precisassem ser baixados. Em alguns modelos, era necessário algum esforço para abrir o quebra-vento, mas valia a pena. O problema era o barulhão que eles causavam em alta velocidade.
Não há como negar: antes de qualquer coisa, eles garantiam um aspecto interessante ao carro quando acionados. Na prática, pareciam verdadeiros olhos, e não meros itens cuja função era iluminar a via adiante – apesar de este ser o efetivo propósito. Apesar de ter sido muito bem-sucedido, inclusive entre os esportivos das últimas décadas do século passado, a tecnologia foi sendo abandonada pela indústria automotiva a partir dos anos 2000, em parte por conta da segurança (o fato de ser saliente aumentava o perigo em caso de atropelamento), em parte por conta dos faróis mais modernos, que iluminavam mais sem precisar de tanto espaço.
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