Os funcionários da Ford realizaram mobilizações em Camaçari (BA) e Taubaté (SP) logo após a confirmação do encerramento das operações das fábricas no Brasil – e acusaram a empresa de desrespeitar o período de estabilidade na unidade paulista.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região (Sindimetau), todos os 830 empregos estariam garantidos até dezembro de 2021, como resultado dos tratados de redução de jornada e salários firmados durante a pandemia da Covid-19.
Claudio Batista, presidente da associação, diz que a decisão da Ford foi tomada de forma unilateral, sem negociações com o sindicato dos trabalhadores. “Nós faremos toda a luta necessária para tentar reverter essa situação”, explica o líder sindical.
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Os associados também aprovaram que o sindicato acione os poderes públicos municipal, estadual e federal em defesa das vagas que estão em risco. Segundo Batista, a empresa foi beneficiada com uma série de isenções fiscais ao longo dos últimos anos.
Na região metropolitana de Salvador (BA), os funcionário da Ford se reuniram em frente às instalações da norte-americana, inaugurada há quase duas décadas e de onde saíam os modelos EcoSport, Ka e Ka Sedan – todos aposentados após a decisão.
De acordo com a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari, a associação segue em busca de negociações para reverter o encerramento da fábrica e garantir “indenização justa aos milhares” de funcionários que trabalham no complexo industrial.
O Sindicato estima que a decisão custe os empregos de 12 mil trabalhadores diretos, sendo 5 mil da Ford e outros 7 mil de empresas de empresas fornecedoras e prestadoras de serviço.
Em entrevista no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro comentou a decisão da marca. “Lamento os cinco mil empregos perdidos. Mas o que a Ford quer? Faltou a Ford dizer a verdade. Querem subsídios”, afirmou o chefe do poder executivo.
Bolsonaro questionou: “Querem que continuem dando 20 bilhões para eles, como fizeram nos últimos anos? Dinheiro de vocês, do imposto de vocês”. O valor citado é de isenções fiscais acumuladas desde 1999, quando da construção da fábrica de Camaçari, de acordo com a base de dados da Receita Federal.
Segundo a Ford, o motivo do encerramento das fábricas é o “ambiente econômico desfavorável” no país, agravado pela pandemia da covid-19.
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