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Skoda Octavia

Pequeno e econômico, seguiu a cartilha do partido, mas o estilo furou a Cortina de Ferro que o separava do Ocidente

Por Felipe Bitu | Fotos: Marco de Bari
Atualizado em 9 nov 2016, 12h10 - Publicado em 5 dez 2012, 17h06
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O fim da Segunda Guerra polarizou o mundo em duas frentes ideológicas. Na comunista, as montadoras tiveram pouca liberdade para inovar dentro de economias centralizadas. Mas uma delas alcançou posição de destaque: a Skoda Auto. Uma das mais antigas fabricantes ainda em atividade, ela foi nacionalizada após a ocupação alemã da então Tchecoslováquia e depois isolada pela Cortina de Ferro do leste europeu. O regime socialista acabou por atrasar a criação de um Skoda popular até 1955, quando nasceu o sedã 440. Quatro anos mais tarde ele assumiria o nome Octavia.

O nome fazia alusão ao oitavo projeto da fábrica após a estatização: o chassi do tipo espinha dorsal era uma tradição na empresa. Um tubo de aço ligava o motor, à frente, ao diferencial, atrás, acondicionando o cardã. A carroceria era apoiada em duas travessas e o chassi também servia de apoio para os feixes de mola transversais da suspensão, independente nas quatro rodas. De desenho limpo e elegante, o sedã não se parecia com nenhum carro de influência soviética.

Apesar dos 910 kg, o motor de 1 089 cm3 demorava a embalar o carro: o torque de 6,97 mkgf aparecia já a 2800 rpm, mas só com o bom uso das quatro marchas se alcançavam 4 200 rpm, quando gerava os 39 cv capazes de levá-lo apenas até os 105 km/h. Em 1957, surgiu a variante 445, com um 1.2 de 45 cv. Batizado de Octavia em 1959, ele ganharia desenho novo e suspensão dianteira de molas helicoidais.

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Cerca de 298000 unidades foram feitas até 1964, quando ele foi substituído pelo 1000MB – a perua Combi continuou até 1971, elevando o total para 67 000. Muitos foram exportados para outros países, caso do Octavia 1960 do advogado Aparecido Romano. “Ele é muito gostoso de guiar, chamando atenção por onde passa. Trata-se de um carro lento, sem pretensão esportiva: foi feito para passear a no máximo 80 km/h.”

Prejudicada pela economia planificada, a Skoda perdeu prestígio nos anos 70 e 80, com falhas no controle de qualidade. Em 1991, foi comprada pela VW e desde então tem se firmado como forte concorrente no Mercado, sendo hoje a maior fabricante de automóveis da Europa central.

FICHA TÉCNICA
Motor 4 cilindros em linha de 1089 cm3
Potência 39 cv a 4200 rpm
Torque 6,97 mkgf a 2800 rpm
Câmbio manual de 4 marchas
Dimensões comprimento, 405 cm; largura, 160 cm; altura, 143 cm; entre-eixos, 240 cm
Peso 910 kg
0 a 100 km/h em 29s
Velocidade máxima 105 km/h
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