De empresa que estava perto da falência, em um ano a Nio se transformou em uma das maiores rivais da Tesla. Isso, pelo menos na China. E foi lá mesmo que ela apresentou o ET7, um sedã elétrico com muito potencial.
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A Nio ganhou o noticiário no mercado de ações em 2020. Antes mesmo de entregar seus primeiros carros elétricos a marca recebeu aportes de gigantes locais, como Tencent e Baidu, além do aporte de US$ 1 bilhão por investidores apoiados pelo governo da cidade chinesa de Hefei, onde a Nio estabeleceu sua nova sede. Com toda essa movimentação, suas ações valorizaram mais de 1.000% em um ano na bolsa de Nova York.
E foi no melhor estilo Tesla que a Nio apresentou o ET7. O evento anual preparado pela empresa também revelou a segunda geração do Power Swap, estações de troca das baterias e uma nova tecnologia de condução autônoma.
O Nio ET7 é o primeiro sedã da empresa, que já tem linha formada pelo SUV cupê EC6, pelos SUVs grande ES8 e ES6, e pelo superesportivo elétrico EP9. E o que faz o ET7 ser tão especial é sua autonomia de até 1.000 km por carga em ciclo NEDC.
E é um sedã bem grande. Tem 5,10 m de comprimento, 1,99 m de largura, 1,50 m de altura e 3,06 m de entre eixos. São dimensões de carros como Audi A8, Mercedes Classe S, Porsche Panamera e BMW Série 7.
O estilo, sim, é bem diferente. Mesmo divididos, os faróis são bem pequenos, como uma tira de led na parte superior e bloco pequeno logo abaixo. E as linhas fluidas resultaram no baixo coeficiente de arrasto aerodinâmico, de 0,23 Cx.
Qualquer semelhança com os Tesla no interior não é mera coincidência. Há comandos no volante, com uma tela logo atrás dele cumprindo a função de quadro de instrumentos, mas quase tudo é comandado pela tela central de AMOLED e 12,8 polegadas. O painel tem uma faixa central de madeira e os bancos dianteiros e traseiros têm de série aquecimento, ventilação e função de massagem. O sistema de som ainda é um 7.1.4 com 23 alto falantes e 1.000 W de potência.
Na parte mecânica, o sedã chinês tem motor elétrico dianteiro de 241 cv de imã permanente e um assíncrono de 402 cv traseiro, totalizando 644 cv e 86,7 kgfm.
Mas há três opções de baterias. A menor, de 70 kWh, promete rodar 500 km. A de 100 kWh teria carga para 700 km e é a enorme bateria de 150 kWh que lhe concede mais de 1.000 km de autonomia, segundo a marca.
Só tem um detalhe: a marca usa o ciclo NEDC, muito otimista e que já foi tornado obsoleto pelas fabricantes, que hoje usam o ciclo WLTP para falar em autonomia elétrica.
Em matéria de tecnologia, o Nio ET7 apresentado tem tecnologia de condução autônoma baseada nas informações de 11 câmeras de 8 megapixels, um LiDAR de alta resolução ultrawide, radares de ondas de 5 mm, 12 sensores ultrassônicos, duas unidades de posicionamento de alta precisão e compatibilidade com tecnologias V2X e ADMS.
Todo esse pacote tecnológico compõe o sistema Aquila, capaz de gerar 8 gb de dados por segundo. Tudo é processado por um sistema de processadores chamado Adam, com quatro processadores Nvidia com 68 núcleos, com processamento de 32 gb por segundo.
É uma super plataforma eletrônica, mas a fabricante não falou sobre o nível de autonomia do carro. Mas já está definido que para usar o sistema será necessário fazer uma assinatura ao custo de 680 RMB, ou R$ 575. É, definitivamente, uma empresa que pensa como a Tesla.
Os preços do Nio ET7 começam em 448.000 RMB (R$ 379.750), ou 378.000 RMB (R$ 320.274) caso o comprador opte pelo aluguel das baterias.
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