O Tesla Model 3 deve receber uma atualização importante, muito provavelmente com direito a reestilização estética, revelou a Reuters. Mas o que mais surpreende é que, de acordo com a reportagem, essa atualização está focada em simplificar o sedã elétrico para diminuir drasticamente seus custos da produção.
As mudanças mais sensíveis, dizem as fontes, ocorreriam no processo de fabricação do carro, uma vez que a redução de custos envolveria diminuir a complexidade construtiva do modelo e focar em aspectos que os compradores de Tesla valorizam, com a grande central multimídia.
“Mais e mais encontramos partes que não são necessárias. Foram colocadas lá por engano ou precaução. Eliminamos muitas partes do carro que não faziam nada”, disse o CEO da marca, Elon Musk, no início de novembro.
O projeto Highland, como é chamada a renovação do Model 3, também deve envolver mudanças estéticas — uma forma de realçar aos consumidores que o antigo carro-chefe da Tesla mudou. De acordo com as fontes, essas mudanças devem ocorrer no segundo semestre de 2023, começando na fábricas da Tesla em Xangai, a mais lucrativa da companhia.
Concorrência crescente
Para o analista Ed Kim, do AutoPacific Group em entrevista à Reuters, as atualizações são importantíssimas para manter a Tesla como um alternativa empolgante para os consumidores, em um momento onde a norte-americana aparenta estagnação no lançamento de novos modelos.
Ao mesmo tempo, a chegada de novos produtos da concorrência já faz estrago: no crucial mercado chinês, as vendas da Tesla caíram quase 10% nos últimos meses, muito por conta do sucesso de modelos da BYD. Para compensar a situação, a marca baixou o preço do Model Y e Model 3 — o último agora parte de aproximadamente US$ 38.000 no país asiático.
O problema, entretanto, pode se repetir ao redor do mundo, dado que praticamente toda grande fabricante automotiva se prepara para lançar linhas mais acessíveis de carros elétricos, superando a Tesla em aspectos importantes.
Por fim, o movimento de Elon Musk — que ainda prometeu um carro “popular” no futuro próximo — serviria para acalmar investidores, ultimamente preocupados com o enfoque dado pelo bilionário ao Twitter, sua recente aquisição.