* A Toyota anunciou nesta semana que o FJ Cruiser deixará de ser fabricado mundialmente, após exatos 10 anos de produção. Para lembrar de um dos modelos mais desejados que jamais foram importados oficialmente para o Brasil, vamos rever o Impressões ao Dirigir publicado pela QUATRO RODAS na época de seu lançamento.
Essa cara é familiar… Os faróis redondos e o formato da grade lembram o visual do antigoToyota Bandeirante, fabricado durante décadas no Brasil. Mas, com exceção do sobrenome, o moderno FJ Cruiser não tem nada a ver com seu saudoso parente. Além do porte imponente, o jipão tem desenho impressionante, que mais parece o de um carro-conceito. Ainda mais reforçado pela combinação de cores, como você pode conferir nas fotos da versão avaliada: carroceria amarela com capota branca e pára-choques que combinam o preto fosco com o cinza.
Visto de fora, o FJ Cruiser parece ter apenas duas portas. É que as traseiras são menores e não têm maçanetas externas. São discretas mas não convencionais: elas têm abertura invertida, as chamadas “portas suicidas”.
Mas nem só de estética é feito o modelo da Toyota, que é trazido pelo importador paulista Forest Trade e vendido por 85.000 dólares (em agosto de 2006, o equivalente a R$ 181.560). O FJ Cruiser oferece conteúdo e conforto, ao contrário de seu antigo ancestral nacional. A boa vida a bordo é garantida não só pelos bancos anatômicos, mas também pelo motor V6 4.0 24V a gasolina, que tem funcionamento silencioso e sem vibrações. Com 240 cavalos de potência e 38,4 mkgf de torque, ele roda o tempo todo com suavidade.
E não pense que o câmbio automático é daqueles longos demais, nos quais o silêncio e a suavidade são valores a abater do prazer de dirigir. Em nosso test drive, as marchas (são cinco) se revezaram com bastante eficiência, deixando sempre o motor em estado de alerta. Com o pé “leve”, a condução é tranqüila, mas basta pressionar o acelerador com mais força para perceber a redução de uma ou duas marchas, recuo suficiente para o pesado FJ Cruiser avançar com rapidez. O FJ é quase tão esperto quanto um sedã de mesma motorização.
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Na cidade, o conforto também é garantido pelos pneus largos, nas medidas 265/70 R17. Só mesmo uma cratera para perturbar o sossego do motorista. De quebra, os pneus – e a suspensão bem calibrada – garantem boa estabilidade nas curvas.
Para os que têm espírito aventureiro, o FJ Cruiser se apresenta preparado para as trilhas: ele conta com tração 4×4 longa e reduzida, bloqueio do diferencial traseiro e controle ativo da tração, tudo para ajudar o desbravador a não atolar.
Na cabine, os destaques ficam para o bom acabamento, o sistema de som de alta qualidade, com direito a disqueteira de painel e até um potente subwoofer, e os instrumentos no topo do painel (bússola, indicador da temperatura externa e inclinômetro). Como se vê, diante do luminoso FJ Cruiser, nosso velho Toyota Bandeirante só é mesmo uma pálida lembrança.
Veredicto
Uma boa associação de jipão 4×4 com visual de chamar atenção. Se seu gosto se enquadra nisso, essa novidade é uma boa pedida. De quebra, o porte do FJ Cruiser impõe respeito no trânsito.
Motor: | dianteiro, longitudinal, V6, 24V, 3956 cm3, 240 cv a 5200 rpm, 38,4 mkgf a 3700 rpm |
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Câmbio: | automático de 5 marchas |
Dimensões: | comprimento, 467 cm; largura, 190 cm; altura, 183 cm; entreeixos, 269 cm; peso, 1 946 kg |
Principais itens de série: | controle de estabilidade, ABS, airbags, ar-condicionado, lanternas auxiliares nos retrovisores, tomada de força no porta-malas |