A Toyota vem trabalhando em uma nova linha de motores a combustão que promete “mudar as regras do jogo”, nas palavras de Hiroki Nakajima, o diretor de tecnologia da montadora. A ideia por trás do projeto é manter esse tipo de tecnologia viva e torná-la mais eficiente e ecologicamente correta, visto que as leis de emissões ficarão cada vez mais rigorosas.
Serão três novos motores ao todo: 1.5 aspirado, 1.5 turbo e 2.0 turbo. A intenção é que eles substituam os propulsores usados atualmente pela Toyota em todo mundo. Mas o que eles trazem de tão especial?
A primeira vantagem apontada pela Toyota é que eles são de 10% a 20% menores que os motores atuais. O tamanho ajuda na redução de peso, mas também permite que os carros tenham uma linha de capô mais baixa, o que melhora a aerodinâmica e, consequentemente, a economia de combustível.
A ideia é que eles comecem a equipar os carros a partir de 2027, mas os testes já começaram. Um vídeo divulgado no canal da Toyota Times, é possível ouvir e ver como um carro — camuflado até com ajuda da edição de vídeo — se comporta com o novo motor.
Outro detalhe técnico que diferencia a nova família de motores a gasolina dos atuais é o curso do pistão mais curto. Essa foi a principal consequência de reduzir seu tamanho, o que gera uma perda de torque. Porém, a ideia é que eles sejam usados em sistemas híbridos, e o motor elétrico compensaria a falta de força.
Mas a principal característica que fará deles mais eficientes é a sua eficiência térmica. Ou seja, mais energia será convertida em movimento e menos será perdida como calor.
A Toyota não deu valores exatos ainda, mas seus motores a gasolina atuais trabalham com uma taxa de eficiência térmica de 40%, algo comum para os motores a gasolina. Ao aumentar esse número, os propulsores ficariam próximos do que é alcançado nos movidos a diesel.
O aprendizado para alcançar melhorar a eficiência veio dos motores a hidrogênio. Como sabemos, a Toyota investe muito nessa tecnologia, não só com o Mirai, mas também testando-a em outros modelos, como Hilux e até em um GR Yaris de corrida.
Ao trabalhar com motores a combustão de hidrogênio, os engenheiros da montadora puderam aprender mais sobre o seu gerenciamento térmico e aplicá-lo nos motores a gasolina.
Compartilhamento de tecnologias com Mazda e Subaru.
O lançamento dos novos motores faz parte de um projeto em conjunto com a Mazda e Subaru, que apesar de rivais, têm a Toyota como uma de suas acionistas. A ideia é que cada uma apresente a sua versão de motor a combustão para os novos tempos, cujas tecnologias seriam compartilhadas para projetos futuros.
Como era de se esperar, a Mazda está desenvolvendo um motor rotativo “onívoro”, pela sua capacidade de queimar diversos tipos de combustível, como gasolina, etanol, combustível cinético (e-fuel), hidrogênio e até um biocombustível feito de algas. Assim como o projeto da Toyota, o Wankel também será compatível com sistemas híbridos.
A Subaru também “jogou em casa” e optou por desenvolver um novo motor boxer híbrido. Chamado de e-Boxer, ele trabalha em série-paralelo, ou seja, o quatro cilindros atua como um gerador de energia para carregar a bateria e também pode tracionar diretamente o carro, variando de acordo com a situação.
Os motores da Mazda e Toyota ainda não tem uma data definida para chegarem ao mercado. Por outro lado, a Subaru está mais adiantada e pretende colocar o e-Boxer em produção em setembro, na sua nova fábrica em Kitamoto, no Japão.