Traços culturais que marcavam os carros de diferentes países
Modos e maneiras são uma questão de berço
A globalização dos projetos de carros fez com que muitas das características próprias de cada país fabricante se tornassem coisas do passado. Algumas, porém, persistem por aí. Confira:
Limpador CVT
Carros americanos e alguns japoneses (como o Nissan 350Z acima) possuem diversas opções de velocidades no limpador de para-brisa, num botão giratório. Os europeus sempre tiveram duas ou três velocidades (para selecionar, mova a alavanca na vertical), e recentemente adotaram temporizador variável.
Cabeça aberta
Carros com tradição em Le Mans eram feitos para sair depressa – o piloto largava a pé, e tinha de entrar e ligar o carro. Parte do teto do Ford GT 40 era integrada à porta, para se entrar em pé e então sentar. O problema era quando chovia: impossível não molhar o interior ao abri-las.
Suor nas mãos
Carros europeus tinham as saídas de ar voltadas para as mãos do motorista, para aquecê-las no frio, como no primeiro Focus. Nos Estados Unidos (com um clima igual ao europeu), as saídas privilegiavam o uso do ar-condicionado, evitando as mãos e priorizando a cabine.
Macacão
Esportivos italianos clássicos, como o Alfa Romeo Giulia, possuem coluna de direção curta, com o volante próximo do painel, e pedaleira próxima do assento. Pedem motoristas com braços longos e pernas curtas, conhecida como “a posição de dirigir de um símio”.
Torradeira
Os franceses sempre apostaram em soluções criativas de interior. Os primeiros Citroën CX tinham os controles de ventilação entre os bancos. Depois, o espaço acabou ocupado por um toca-fitas virado para cima (como uma torradeira). Ainda hoje, vários Renault saem de fábrica com botões estranhamente localizados embaixo do freio de mão.
Servido à francesa
Os franceses (sempre eles) também acham mais prático pôr o estepe sob o carro, numa bandeja. No caso do Gordini, ele ainda por cima ficava na dianteira. Carros de origem alemã com estepe fora, como a antiga Zafira (um projeto Opel), são raridade.
Reflexo Cultural
Os japoneses costumavam ter retrovisor externo encapsulado, com uma moldura de borracha nas laterais para proteger contra impactos e corrosão. E traziam a camada de metal refletivo na parte de trás do vidro, como os europeus – e não na parte da frente, como fazem os americanos.
O sol nasce para todos
Carro de origem francesa, como o C4 Pallas, tinham para-sol de plástico soprado. Os alemães não gostavam disso (pois pode machucar a cabeça de quem bater na beirada dele), então preferem de isopor. Os americanos utilizavam o de papelão, que faz a mesma coisa e é mais barato.
Selo de exportação
Lente do farol, refletor e lâmpada vinham num conjunto selado, que era trocado inteiro – a salvo de poeira ou umidade. O “sealed beam” (que aqui virou celibim) foi obrigatório nos EUA de 1941 a 1984. Até o Fox, nosso Voyage exportação, foi adaptado.
Saída pela direita
Projetos da Inglaterra e do Japão (como o Honda City) trazem o cano de escapamento do lado direito. Assim, nesses países de mão-inglesa, a fumaça fica longe dos pedestres. E, para evitar incêndio, o bocal de abastecimento fica do lado oposto, à esquerda.