O Groupe PSA aposta forte no segmento de SUVs para elevar suas vendas – e participação de mercado – no Brasil.
Depois da chegada de uma nova versão do Peugeot 3008 e do 5008, a fabricante francesa concentra seus esforços no inédito C4 Cactus nacional.
O SUV está previsto para chegar somente em setembro, mas QUATRO RODAS teve acesso antecipado ao modelo e conta tudo o que já se sabe sobre ele.
Por termos guiado protótipos em desenvolvimento do C4 Cactus, não poderemos descrever itens como acabamento e impressões ao dirigir.
Mas, se quiser ter ideia de como ele se comportará, uma boa dica é guiar o novo C4 Lounge.
Finalmente, automático
Isso porque o C4 Cactus será o primeiro modelo da PSA feito no Brasil a oferecer o conjunto composto pelo 1.6 THP flex associado a um câmbio automático de seis marchas.
Até então esse trem de força estava disponível apenas no sedã argentino da Citroën e nos Peugeot 408 e 308.
Vale lembrar que, por conta de restrições da plataforma, o “irmão” Peugeot 2008 só oferece o motor turbo com a caixa manual de seis marchas.
Essa diferença foi possível porque o C4 Cactus adota uma versão modificada da arquitetura usada pelo 208, 2008, C3 e Aircross.
Apesar das diferenças, o SUV usa a mesma solução de suspensão dos outros modelos compactos, com um conjunto McPherson no eixo dianteiro e eixo de torção na traseira.
E, segundo o site Autos Segredos, o C4 Cactus também terá versões mais básicas, equipadas com o 1.6 16V aspirado de até 122 cv usado por outros modelos compactos do grupo.
Melhor e pior
Outra diferença do C4 Cactus que será feito em Porto Real (RJ) em relação à sua versão europeia é justamente nas molas e amortecedores.
Ao menos nos protótipos avaliados, o conjunto não usava o inovador amortecedor hidráulico progressivo criado pela empresa.
A Citroën se recusou a comentar qualquer detalhe sobre o SUV neste primeiro contato, mas nossa aposta é que a promissora suspensão fique de fora da versão nacional por conta de custos.
Apesar disso, o modelo desenvolvido para a América Latina tem um interior mais interessante do que o C4 Cactus europeu.
O painel da versão brasileira é mais conservador, porém mais completo.
No lugar da tela flutuante foi usado um quadro de instrumentos mais convencional – apesar de digital -, igual ao do C4 Lounge.
O sistema multimídia também é igual ao do sedã, mas com uma inversão em relação ao C4 Cactus europeu.
Aqui os difusores do ar-condicionado ficam por cima da tela, enquanto lá fora ocorre o contrário.
A pouco prática centralização dos controles do ar-condicionado no próprio multimídia também se repete no Cactus nacional.
Os únicos botões físicos para a climatização são para o modo de desembaçador e de refrigeração máxima – além do botão que abre o comando no sistema no multimídia.
Por falar em botão, um grande comando giratório se destaca logo abaixo da tela central de LCD.
Ele serve para comandar o sistema Grip Control, já presente no 2008 THP, que altera as configurações do ESP para otimizar a tração do SUV (que tem tração dianteira) em terrenos de baixa aderência.
Nos modelos avaliados fez falta também a ausência de borboletas para trocas de marcha, teto solar e opção para mais entradas USB (havia apenas uma).
Avisa e para
Uma boa surpresa foi o pacote de equipamentos disponíveis no Brasil.
Nos protótipos avaliados estavam itens como abertura de porta e partida do motor por chave presencial, luzes diurnas em LEDs, teto bicolor, ar-condicionado com três modos automáticos (suave, padrão e forte), ESP e seis airbags.
A novidade do conjunto, já ofertado por boa parte da concorrência, está na inclusão de alerta de troca inadvertida de faixa, aviso de cansaço do motorista e frenagem autônoma de emergência.
Os itens são raros no segmento e podem servir como diferencial para o SUV se destacar na concorrida faixa de preço no qual se situará.
A expectativa é que a versão topo de linha do C4 Cactus seja posicionada logo acima do Peugeot 2008, que atualmente custa R$ 89.990.