Na última segunda-feira (14), o prefeito Fernando Haddad assinou um decreto que regulamenta a isenção do rodízio municipal para todos os veículos híbridos e elétricos da cidade de São Paulo. Segundo Ricardo Guggisberg, presidente executivo da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), a iniciativa deve tornar esse tipo de automóvel mais atraente aos consumidores.
O rodízio de carros na cidade foi implantado em 1997 para reduzir os níveis de emissão de poluentes dos veículos automotores. O problema é que, de acordo com a Prefeitura, a medida já não é mais tão eficiente, uma vez que as pessoas estão comprando um segundo carro. “A liberação dos veículos híbridos e elétricos não afetará o trânsito, mas sim a tendência de se adquirir esse segundo carro, geralmente mais velho e mais poluente, para driblar o rodízio”, afirma Guggisberg.
Como não lançam gases nocivos à atmosfera, os veículos híbridos e elétricos atendem ao objetivo original do rodízio, que era melhorar a qualidade do ar de São Paulo. Para Roberto Braun, diretor da ABVE, “trata-se de um importante reconhecimento do poder público aos benefícios desta nova tecnologia para a sociedade e para o ambiente”.
Embora o valor ainda seja um dos grandes obstáculos para a popularização desses automóveis, eles são teoricamente mais baratos no que diz respeito à manutenção e abastecimento. Segundo Guggisberg, essa economia é tão significativa que chega a cobrir boa parte do financiamento do carro. “Mesmo com o aumento da conta da energia elétrica, abastecer um veículo desses custa muito menos do que um modelo convencional”, completa.
Os automóveis beneficiados pela medida poderão ser conhecidos na 11ª edição do Salão Latinoamericano de Veículos Elétricos, que acontece de 24 a 26 de setembro no Pavilhão Amarelo do Expo Center Norte, na própria capital paulista. Além de carros, o evento também terá lançamentos em motocicletas, bicicletas, patinetes, skates e até ônibus – todos movidos total ou parcialmente à eletricidade.
Atualmente, 5% da frota mundial corresponde aos elétricos. Estimativas da ABVE indicam que, no Brasil, há somente cerca de três mil deles. Para Guggisberg, a isenção do rodízio será fundamental para incentivar o crescimento da demanda por esses veículos, que têm potencial para substituir todos os carros em circulação. Vale lembrar que a Prefeitura recentemente também aprovou desconto de 50% no pagamento de IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) para os donos desses automóveis.