Veloster, Elantra, Sonata e Venue: por que estes Hyundai estão no Brasil?
Estacionamento em São Paulo também abriga a nova geração do sedã Accent, um Creta fabricado na Índia e o Kona, um SUV diferentão
Os Hyundai Elantra, Sonata e Veloster fizeram algum sucesso no Brasil – e não faz muito tempo. Mas uma série de fatores, como real desvalorizado frente ao dólar e uma aposta maior na Chery fez a importadora Hyundai CAOA tirar o pé e não importar as novas gerações destes modelos.
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Mesmo assim, alguns exemplares das gerações mais recentes destes carros e de outros Hyundai inéditos no Brasil ocupa o canto mais escondido de um estacionamento na zona sul de de São Paulo.
Não dá para dizer que as cores e a condição deles, próxima do abandono, não chama atenção. Há nomes familiares, caso Accent e do Creta em sua configuração fabricada na Índia, e modelos com aspecto mais exótico como os SUVs Venue e Kona. Todos eles estão ao relento e sem qualquer cobertura ou camuflagem há alguns meses, o que é estranho.
Se o Hyundai Veloster vendido no Brasil entre 2011 e 2013 tivesse mecânica parecida com o do exemplar prata das fotos, sua imagem seria completamente diferente. Este tem motor 1.6 Turbo de 204 cv e 27 kgfm com câmbio EcoShift, de dupla embreagem e sete marchas, melhor que aquele 1.6 16V aspirado com 128 cv que equipava o “carro de três portas” vendidos aqui.
Outro é o Hyundai Accent, que era um dos carros importados mais baratos à venda no Brasil em meados dos anos 1990. Na especificação importada, igual a vendida nos Estados Unidos, é um sedã pouco maior que o HB20S vendido no Brasil (são 2,58 m de entre eixos contra 2,53 m) com visual atraente e motor 1.6 de 121 cv e câmbio automático CVT.
Ele está estacionado entre um Creta indiano, com visual mais antigo que o do carro nacional, e um dos Hyundai Sonata de nova geração reunidos ali. Além de seguir a nova linguagem de estilo da marca sul-coreana, ele tem um friso cromado horizontal que liga uma ponta a outra do para-choque e outros que ligam a linha de cintura aos faróis. Na traseira também há ligação entre as lanternas.
Nesta geração o Sonata está disponível nos principais mercados com motores 2.5 de 193 cv e 1.6 turbo de 182 cv, com câmbio automático de oito marchas nos dois casos. No Brasil, seria posicionado acima dos sedãs médios, mesmo posicionamento que assumiu quando foi vendido por aqui pela última vez, entre 2011 e 2014.
Quem concorreria com Toyota Corolla, Honda Civic e Chevrolet Cruze seria o Hyundai Elantra, que hoje, dois anos após ter deixado de ser importado ao Brasil, tem design extravagante e aparece nas fotos em duas versões.
Na verdade, esse exemplar azul é um extravagante Elantra N-Line, com motor 1.6 turbo de 200 cv e 27 kgfm, que pode ser acoplado tanto a um câmbio manual de seis relações, quanto a uma caixa automática de sete marchas. Seu principal rival no Brasil seria o Jetta GLI, com 2.0 de 230 cv.
Mesmo o mais conservador dos Hyundai fabricados lá fora é ousado para os padrões brasileiros. Mas nenhum se compara com o Kona, um SUV compacto importado em tom de verde abacate fosco. Não contente em ter os faróis divididos, ele também tem as lanternas traseiras com elementos separados entre si.
O modelo também abusa de vincos, apliques plásticos e até tomadas de ar, como a pequena abertura horizontal logo acima da grade.
O motor desta unidade, especificamente, é o mesmo 1.6 turbo de 177 cv e 27 kgfm com câmbio automatizado de dupla embreagem e sete marchas que equipa o New Tucson por aqui. Ainda há opções com o 1.0 turbo de três cilindros de 120 cv e 17,2 kgfm do HB20 e um 2.0 de 149 cv e 18,3 kgfm.
Mais comportado, o Hyundai Venue é um SUV menor que o Creta, com dimensões muito mais próximas de um HB20 – na verdade, o entre eixos é 2 cm menor, de 2,51 m. O conhecemos durante o Salão de Nova York, no ano passado, onde foi apresentado com o mesmo conjunto do Accent: 1.6 de 122 cv e câmbio CVT.
O mais curioso é que a placa dele diz, em coreano, que se trata de um carro usado para treinamento.
Resta lembrar que o estilo mais quadradão do Venur é semelhante ao da nova geração do Creta, que estreia no Brasil no ano que vem.
Quem trouxe esses carros?
Ainda que a Hyundai CAOA seja a empresa responsável pela venda dos importados da marca sul-coreana – caso do Santa Fe, que lidera a fila de carros –, quem importou todos eles foi a Hyundai Motor Brasil, responsável pela produção local da família HB20 e do Creta.
Em alguns dos carros é possível ver a papelada de controle da despachante aduaneira, onde a HMB consta como cliente, e a data de chegada. O Accent, por exemplo, desembarcou no Brasil no fim de março. O Venue, no início de setembro. Os Sonata teriam sido destinados, originalmente, ao Chile.
Consultada sobre estes carros e se avalia importá-los oficialmente, a Hyundai Motor Brasil enviou a seguinte resposta:
“Os veículos são de uso interno da Hyundai que, a partir do Brasil, coordena as operações comerciais na América Central e do Sul, locais onde esses modelos são vendidos regularmente.”
No passado, a Hyundai testou no Brasil o híbrido Ionic e também o SUV grandalhão Palisade.
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