Vídeo: os segredos do GWM Haval H6 GT, SUV que estreia agora no Brasil
SUV cupê conta com três motores, quase 400 cv e design que, além de bem chamativo, foi calculado para cair no gosto do brasileiro
Livro de cabeceira de artistas a empresários, passando por políticos e generais, o clássico “A Arte da Guerra”, do estrategista militar Sun Tzu, foi há escrito há cerca de 2.500 anos, mas traz pensamentos que até hoje mostram pertinência.
Um deles diz respeito a formas de vencer com inteligência; isto é, trocando a força bruta por eficiência e sagacidade. De certa forma, é possível dizer que a Great Wall Motors seguiu um pouco desse pensamento. Conterrânea de Tzu, a fabricante desembarca no Brasil reduzindo seu nome para GWM, mas sonhando alto.
Antes mesmo de lançar seus primeiros carros, comprou a fábrica ex-Mercedes-Benz em Iracemápolis (SP). Suas primeiras peças publicitárias estrearam na TV aberta na virada do ano, unindo música dos Beatles ao DJ Alok. E seus primeiros carros que serão vendidos no Brasil estão prestes a serem lançados.
Inicialmente, são dois SUVs médios, que compartilham da mesma mecânica. O GWM Haval H6 Premium tem carroceria mais tradicional, com frente que lembra o Peugeot 3008, e já fomos ao Rio de Janeiro conhecê-lo em vídeo. Agora, é a vez do Haval H6 GT, que aposta pesado no estilo.
Um, dois, três motores
Ambos os utilitários têm a mesma mecânica. No caso, um conjunto chamado eTraction, que une o motor 1.5 turbo (dianteiro) a um par de motores elétricos, um em cada eixo. São 393 cv (67 cv a mais que os Haval H6 de outros mercados) e 77,7 kgfm combinados — a GWM não divulga a potência de cada motor argumentando que isso pode confundir os clientes.
Os dois motores elétricos movem o SUV na maior parte do tempo e até os 145 km/h, afinal de contas, é em baixas velocidades que os motores elétricos vencem, com folga, os térmicos quando o assunto é eficiência energética. Em velocidades maiores e em arrancadas com pé cravado, o motor a gasolina contribui no impulso, mas, na maior parte do tempo, ele serve como gerador, alimentando as baterias.
Enquanto gerador, o 1.5 turbo consegue rodar em faixa de alta eficiência, e isso é determinante para que o Haval H6 GT chegasse aos números de consumo no teste de QUATRO RODAS. Foram 20,4 km/l de gasolina na cidade e 19,0 km/l na cidade.
Mas não é necessário queimar gasolina para dirigi-lo. A bateria de 34 kWh é tão grande quanto a de carros elétricos de entrada e geram alcance superior a 100 km. O proprietário pode, por exemplo, carregar o carro à noite em um wallbox, levando a carga de 0 a 100% em 5h. Incomum para híbridos, também carregamento por corrente contínua (DC), a famosa carga rápida, que leva a bateria de 10 a 80% em cerca de 30 minutos.
Estilo à brasileira
A grande diferença do H6 GT para o irmão mais comportado é o visual, principalmente por conta da grande moda da vez, a traseira cupê. O caimento só não é maior porque as portas (mesmas do H6 Premium) limitam a inclinação, mas o estilo completado pelo aerofólio duplo, difusor de ar chamativo e para-choque com recortes bem marcados deve agradar.
A GWM faz questão de reforçar o quanto a opinião do brasileiro determinou as alterações do carro em relação ao que se tem na China. Isso fica evidente na ausência de partes cromadas e, por exemplo, na régua com textura de fibra de carbono que une as lanternas. O visual bem esportivo também predomina nos freios vermelhos, caixas de roda bem chamativas e no para-choque dianteiro, onde também há revestimento em preto brilhante.
É curioso que na grade haja o emblema “HAVAL”, mas vale lembrar que, no Ásia, essa é uma marca à parte da GWM, assim como a Ora e a Tank, que também devem chegar ao Brasil. Ao menos por enquanto, o designador será utilizado como faz a Caoa Chery e sua linha Tiggo, mas isso pode mudar caso o consumidor se acostume ao “ecossistema” da marca e suas subsidiárias.
Interior e tecnologia
Por dentro, a grande diferença do H6 GT para o H6 Premium está no acabamento, que, no esportivo, traz uma imitação elegante de fibra de carbono e o refinado tecido suede, que abundam por toda a cabine.
Os bancos se destacam pelo conforto, e o os ocupantes da frente dispõem de um console central bem à moda dos chineses. Há um andar inferior, apropriado para acomodar pequenas bolsas, e o superior com seletor giratório de marcha e botões discretos para o auto-hold e freio de estacionamento.
O quadro de instrumentos de 10’’ é um dos pontos mais ousados, por conta de sua tela flutuante. Marcas de apelo mais tech vêm apostando nessa opção, mas sempre oferecendo uma interface criativa que reinventa de maneira atraente os ponteiros e mostradores. No caso do Haval, isso não existe; há uma interface padrão de carros da China que já mostra sinais de cansaço.
A central multimídia, por outro lado, cumpre tudo que se espera: suas 12,3’’ têm ótima resolução, brilho e qualidade de imagem. A conexão com Android Auto e Apple Carplay é sem fio e a GWM já fechou uma parceria com a Claro, a fim de oferecer internet a bordo para a plenitude de serviços conectados previstos.
Falando em tecnologia, o H6 GT ainda conta com reconhecimento facial que, via pequena câmera na coluna A, identifica os ocupantes e, automaticamente, ajusta itens como posição dos bancos (os dois da frente com comandos elétricos), retrovisores, modos de condução e mais. Esse é um dos equipamentos exclusivos do H6 GT, junto com o som premium e os pneus Michelin Pilot Sport 4 SUV.
O pacote tecnológico, claro, inclui sistema de condução autônoma. Há controle de cruzeiro adaptativo com stop-and-go (ou seja, capacidade de atuar no anda e para de engarrafamentos), assistente de permanência em faixa até em curvas e frenagem autônoma de emergência. São cinco câmeras e 14 radares distribuídos ao redor do veículo, que servem até para desviar de caminhões.
Preços e versões
A GWM quer posicionar o Haval H6 acima dos Jeep Compass diesel e Toyota Corolla Cross Hybrid mais caros, e abaixo dos SUVs das marcas de luxo. De acordo com o chefe de operações comerciais (CCO) da GWM, Oswaldo Ramos, a forma como a Audi trabalha as carrocerias SUV e SUV cupê norteia o posicionamento dos Haval H6.
Dessa forma, o H6 GT será posicionado acima do H6 Premium, com uma diferença de preços entre R$ 20.000 e R$ 30.000. Se a expectativa para o Haval H6 Premium é R$ 260.000, o H6 GT custaria até R$ 290.000. O único valor que já sabemos é o preço da entrada na fila de espera, que sai por R$ 9.000. O pagamento não apenas garante uma das 700 unidades do primeiro lote como, claro, também é abatido do valor do veículo.
Quem desembolsar esse montante terá acesso, por ordem de chegada, às primeiras unidades da Great Wall Motors no Brasil. Elas já foram fabricadas na China e estão em trânsito, via barco, rumo ao mercado nacional. A pré-reserva pode ser feita através do Mercado Livre, e não é à toa: um das promessas da GWM é o processo de venda e pós-venda.
Dessa forma, as 700 unidades do primeiro já estreiam o sistema de delivery e, em qualquer cidade do Brasil, que adquiri-las receberá o carro em casa. Segundo a marca, haverá 50 concessionárias espalhadas pelo país até o meio do ano; em seu entendimento, “suficientes para cobrir 100% do território nacional.”
Fotos do GWM Haval H6 GT
Desempenho do GWM Haval H6 GT
Quatro Rodas levou o GWM Haval H6 GT para a pista de testes com exclusividade em janeiro. O resultado dos testes de desempenho e consumo você confere a seguir:
Teste – GWM Haval H6 GT
Aceleração
0 a 100 km/h: 4,8 s
0 a 1.000 m: 25,8 s – 188,7 km/h
Velocidade máxima 189 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 2,2 s
D 60 a 100 km/h: 2,8 s
D 80 a 120 km/h: 3,7 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 13,4/24,4/54,1 m
Consumo
Urbano: 20,4 km/l
Rodoviário: 19 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 43,5 (charge)/- dBA
80/120 km/h: 64,4/69,9 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 97 km/h
Volante: 2 voltas
Seu Bolso
Preço estimado: R$ 290.000
Garantia: 5 anos
Condições de teste: alt. 660 m; temp., 24,5 °C; umid. relat., 74%; press., 1.012 kPa. Realizado na Pista de Testes ZF
Ficha Técnica – GWM Haval H6 GT
Motor: gas., diant., transv., 4 cil., 16V, turbo, inj. direta, 1.499 cm³; 2 elétricos síncronos; potência comb., 393 cv; torque comb., 77,7 kgfm
Câmbio: automático, DCT, 2 marchas, tração integral
Bateria: 34 kWh; autonomia, 170 km
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
Pneus: 235/55 R19
Peso: 2.050 kg
Dimensões: compr., 472,7 cm; larg., 194 cm; alt., 172,9 cm; entre-eixos, 273,8 cm; porta-malas, 560 litros; tanque, 55 litros