A Mitsubishi L200 recebeu uma reestilização profunda em agosto de 2020, já na linha 2021. E, dois anos e meio depois, chamamos a picape novamente para atestar se ela ainda pode ser um bom negócio.
Afinal, a versão topo de linha, Triton Sport HPE-S, encareceu cerca de R$ 100.000 e a nova geração baseada na Nissan Frontier deve chegar no começo de 2023.
Subindo no ranking
Quando a linha 2021 chegou ao mercado, a L200 era a quarta picape média mais vendida. No acumulado de vendas de 2022, até novembro, ela ocupa a terceira posição. Ela passou a Ford Ranger, mas ainda está bem atrás da líder Toyota Hilux e da vice Chevrolet S10.
Esse sucesso pode ser atribuído exatamente ao seu design, mais moderno e ousado que nas rivais. A grade é em aço escovado e acompanha as molduras cromadas do para-choque em formato de bumerangue. O capô tem vincos pronunciados e está mais elevado, solução para deixar a picape com ares mais robustos e imponentes para quem vê de fora, e para quem dirige.
A versão topo de linha, avaliada, traz faróis em led com DRL integrado, ajuste de altura e lavador, assim como faróis de neblina. Os retrovisores têm rebatimento elétrico com luz de seta, capa cromada e desembaçador. As rodas, agora com 18 polegadas, têm design exclusivo e são calçadas em pneus de uso misto 265/60.
A capacidade de carga é de 1.055 kg – um número bem considerável no segmento. Tendo em vista que a líder Hilux transporta no máximo 1.000 kg.
O entre-eixos não é o maior da categoria, mas o interior oferece bom espaço para pernas. Elogio também para o encosto ligeiramente inclinado, que oferece conforto extra. Quanto mais vertical, mais cansativo para quem viaja no banco traseiro. O da Hilux, por exemplo, é mais vertical.
Mas precisamos falar sobre o polêmico sistema de recirculação de ar, que pode até ser chamado de “ventilador de teto”. Polêmico, pois não se trata de saídas de ar condicionado, mas apenas um ventilador do ar da própria cabine direcionado à segunda fileira, mas que está longe da eficiência do ar-condicionado bizona de quem viaja à frente e, em dias de calor, quase não faz diferença.
Desempenho e consumo decepcionam
A L200 é equipada com o conhecido motor 2.4 turbodiesel que rende até 190 cv e 43,9 kgfm. As principais rivais, como Hilux, S10, contam com motor 2.8 turbo diesel e oferecem 10 cv a mais, chegando a 200 cv.
Essa diferença não é tão perceptível no dia a dia, mas na nossa pista foi bem clara. Foram necessários 12 segundos para chegar aos 100 km/h, enquanto as concorrentes levaram, em média, um segundo a menos.
O consumo de combustível não é muito atraente. a média urbana é de 8,2 km/l e a rodoviária de 11,5 km/l – Hilux tem médias de 9,3 e 12,3 km/l.
A novidade é que esse modelo já conta com o novo câmbio automático de seis marchas, e com uma marcha a mais que o modelo anterior, garantiu mais fôlego ao quatro cilindros e também propiciou que trabalhasse mais silencioso, tornando a vida a bordo mais agradável.
Mais cara, mas dentro da média
A L200 Triton Sport foi lançada por R$ 237.990 há pouco mais de dois anos e, agora, custa R$ 327.474. É uma escalada de preço considerável, mas a questão aqui é que esse aumento apenas acompanhou o mercado e as rivais também ficaram cerca de 100.000 mais caras, chegando até a R$ 350.000.
Mas, há mais uma questão para se levar em conta na hora de escolher a L200. A nova geração deve chegar em março de 2023 e, além de mudar completamente em visual, tem chance de estrear uma mecânica híbrida leve, que pode resolver o consumo elevado.
O preço também deve acompanhar toda essa evolução e não deve ser convidativo. Que a L200 é uma picape robusta e versátil é muito claro, mas nesse momento a dúvida que fica é: compro agora ou espero a nova geração?