VW Kombi brasileira quase trocou base do Fusca pela do Gol bolinha
Modelo chegou à fase de protótipo com escala em tamanho real no fim da década de 1990 e levaria sete passageiros, mas foi cancelado pela matriz na Alemanha
![Minivan para substituir VW Kombi](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/04/whatsapp-image-2020-03-23-at-19.28.41.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
A Volkswagen Kombi se manteve praticamente igual durante 63 anos e nove meses. Mas você sabia que a “Velha Senhora”, considerada o carro que ficou mais tempo em produção, quase teve um substituto desenvolvido no Brasil – e com plataforma emprestada do Gol?
“Desenvolvemos várias propostas para substituir a Kombi, mas o programa nunca foi além dos modelos em escala 1/1. Isso porque a matriz na Alemanha nunca aceitou um veículo adaptado com peças de carros feitos no Brasil”, explica Luiz Alberto Veiga, ex-designer da VW.
![SUV baseado no VW Fox](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/04/dsc_009-800x532-1.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Responsável pela criação de Gol bolinha (a segunda geração), Fox, Logus, Polo Sedan e Pointer, Veiga também foi pai de diversos projetos que não saíram do papel – como Voyage “bolinha” e um SUV médio derivado do Fox –, além da minivan com influências de Polo e Touran.
A única foto do protótipo criado pela Volkswagen pode ser encontrada com facilidade, mas há poucas informações do modelo. Mas alguns detalhes foram denunciados pela placa, que tem a sigla da cidade alemã de Wolfsburg, sede da empresa, e ainda indica o ano de 1998.
![Volkswagen Lupo](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/04/autowp.ru_volkswagen_lupo_1.4_16v_5.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Considerando que a identidade visual dos faróis duplos arredondados foi aplicada pela marca no fim da década de 1990, quando o subcompacto Lupo ganhou vida, é possível deduzir que a minivan começaria a ser feita por aqui (caso tivesse luz verde) no início dos anos 2000.
O projeto remetia à veterana Kombi, mas não conseguia reproduzir algumas das características que fizeram a fama do modelo. Isso porque a plataforma do Gol de segunda geração não teria a mesma posição do motorista e nem mesmo as qualidades para transporte de carga.
![Volkswagen Kombi Last Edition Volkswagen Kombi Last Edition](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/10/650_kombi_02.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
“O modelo original tem um aproveitamento de espaço incomparável, já que o motorista está sentado praticamente em cima do eixo dianteiro. Em termos de aproveitamento de espaço, é a melhor disposição. Porém, em termos de segurança, é catastrófico”, explica Veiga.
Àquela época, até mesmo o hatch tinha problemas de aproveitamento do espaço interno por conta do motor longitudinal, aposentado somente na terceira geração (G5), revelada em 2008. Entretanto, o protótipo prometia fazer milagres, com capacidade para até sete pessoas.
![Gol GTI G3 1999 2001](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2018/11/autowp-ru_volkswagen_gol_27-e1541858714615.jpeg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Considerando as características do Gol vendido aqui cerca de 20 anos atrás, é provável que a “nova Kombi” tivesse airbags e freios com ABS, oferecidos na primeira atualização da segunda geração (apelidada G3), assim como pedais deslocados à esquerda e volante à direita.
“O baixo volume de vendas sempre foi a razão pela qual não se criou um substituto da Kombi. Afinal, investimentos altos para segmentos pequenos não funcionam. Sem dizer que a matriz jamais aceitaria algo que não fosse totalmente seguro e funcional”, diz o ex-designer.
![VW Transporter 6.1](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/08/006851b4-2020-vw-bulli-6.1-2.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)
Não há informações sobre quais conjuntos mecânicos a Kombi derivada do Gol teria, mas a imagem sugere que o projeto preservaria o motor longitudinal dianteiro do hatch, trazendo ainda portas laterais com abertura tipo suicida.
Se já não é mais possível desenvolver um projeto com as características da “Velha Senhora”, que foi aposentada no Brasil no fim de 2013 por não se adequar às normas de segurança que passariam a valer no ano seguinte, lá fora o furgão original rendeu mais três gerações.
Desconsiderando o Transporter comercializado na Europa, que já não remete à Kombi lançada em 1950 – o visual está alinhado aos veículos de passeio atuais e o motor é dianteiro –, a marca estuda o retorno do modelo com jeitão retrô e conjunto elétrico ao nosso mercado em 2023.
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![capa732-1-e1585147347794](https://gutenberg.quatrorodas.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/04/capa732-1-e1585147347794.jpg?quality=70&strip=info&w=1024&crop=1)