Novo Nissan Versa sacrifica espaço para ficar mais bonito
Sedã tem visual de carro de luxo, mas não perdeu o espírito de compacto nos detalhes
É difícil reconhecer o Nissan Versa em sua nova geração. Se antes o sedã compacto ficava deslocado em meio aos outros sedãs da marca, agora, enfim, parece ser da mesma fabricante de Sentra, Altima e Maxima. Mas isso teve um preço.
QUATRO RODAS teve contato com o novo Versa durante o Salão de Nova York e pode antecipar algumas características do modelo, que deverá desembarcar no Brasil em 2020, importado do México. A nacionalização aconteceria depois.
Até o momento, a fabricante mostrou apenas a versão topo de linha SR, com adereços esportivos, tais como o spoiler na tampa do porta-malas, o extrator na base do para-choque e as rodas aro 17 diamantadas e capas pretas nos retrovisores, além dos faróis com luzes diurnas de leds integradas, que não estarão em todas as versões.
Também não divulgaram as novas dimensões do Versa. A Nissan se limitou a dizer que ele está maior, mais largo e mais baixo, por conta do perfil mais esguio e do caimento do teto suavizado.
Se antes sobrava espaço para a cabeça nos bancos dianteiros, agora o espaço é correto.
Mas os passageiros são bem recebidos: o painel é praticamente igual ao do Kicks, com os mesmos quadro de instrumentos parcialmente digital, volante, console central e até faixa central de couro sintético. Só as saídas de ar centrais são diferentes.
Como no SUV, a coluna de direção tem ajustes de altura e profundidade.
A percepção de qualidade é melhor que antes. Não há plásticos com cantos afiados ou junções mal feitas. Mas também não há plásticos de toque macio e as portas permanecem com acabamento simples.
O nicho dos botões dos vidros elétricos simula a textura de fibra de carbono, mas só há couro sintético na região onde o cotovelo encosta.
Os bancos, embora sem revestimento de couro, são melhores que os antigos. Mais compridos e com encostos envolventes, são, de longe, mais confortáveis que os da geração passada. Mas isso tem um porém.
Não sobra tanto espaço no banco traseiro como antes. Se era possível cruzar as pernas sem encostar em nada, quase como em um Rolls-Royce, agora não sobra tanto espaço. Mas ainda sobra.
Os bancos dianteiros mais encorpados, talvez pela presença de airbags laterais, podem estar relacionados a isso.
Um problema não foi resolvido: quem tem mais de 1,80 m de altura ainda raspa a cabeça no teto quando senta no banco traseiro. Além disso, os encostos de cabeça traseiros passaram a ser costurados, perdendo, assim, o ajuste de altura.
Pelo menos agora há um encosto para quem viajar no meio.
Não espere por saídas de ar-condicionado traseiras, como há no Volkswagen Virtus TSI, mas a Nissan se lembrou de colocar duas portas USB para recarga dedicadas aos ocupantes do banco de trás.
O porta-malas continua visualmente grande, mas não dará para comparar com os 460 litros da geração atual enquanto a Nissan não divulgar o volume.
O novo Versa ainda ganhou equipamentos sofisticados, como chave presencial, partida por botão, frenagem automática emergencial com detecção de pedestres, alertas de mudança de faixa, ponto cego e tráfego cruzado traseiro, controle de cruzeiro adaptativo e assistente de farol alto.
Hoje, apenas a chave presencial e a frenagem automática estão presentes no Kicks brasileiro.
Ainda escalaram um conjunto mecânico atualizado. O atual motor 1.6 16V é o mesmo do Kicks vendido nos Estados Unidos, com 122 cv em vez dos 111 cv atuais.
Com essa troca, o câmbio CVT também passa a ser da versão que simula trocas de marcha quando o acelerador é pressionado com mais convicção.
Mas ainda não foi dessa vez que pudemos conferir se o novo Versa é mais rápido que o antigo. Pelo menos pela beleza ele conquista.