Apesar do jogo de cintura para contornar a crise de matérias-primas na indústria automotiva, a Volkswagen se viu obrigada a retirar a central multimídia Composition Touch do Fox, um equipamento de série do hatch há anos. A medida já está em vigor e afeta veículos produzidos a partir desse mês.
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A informação foi obtida por QUATRO RODAS através de lojistas que relataram dificuldades na versão de entrada, ironicamente chamada de Connect, junto à fabricante. Contatada, a VW confirmou a retirada do equipamento também na versão de topo Xtreme, sem prazo definido para normalização.
Desse modo, todas as versões do VW Fox já estão saindo da fábrica sem a central Composition Touch, que tem tela sensível ao toque de 6,5’’ e suporte a espelhamento de tela, Android Auto e Apple CarPlay.
Como até mesmo modelos bem mais caros, como o Nivus Comfortline, utilizam a central, supõe-se um direcionamento do estoque escasso a modelos com maior saída e valor agregado.
Para compensar o desfalque, a Volkswagen garantiu que tanto o Fox Connect (R$ 63.250) quanto o Fox Xtreme (R$ 68.990) serão comercializados com preço reduzido. A marca, entretanto, não informou o desconto aplicado. “Como alternativa, os clientes podem adquirir uma central multimídia na rede de concessionárias no momento da compra, como acessório”, acrescentou.
A Volkswagen julgou como “inevitáveis” as consequências práticas da falta de semicondutores na indústria automotiva. A situação se agravou desde o início do ano, quando países como EUA iniciaram retomada do setor, com demanda reprimida.
Em um alinhamento gigantesco de problemas, as fabricantes de chips e componentes eletrônicos — majoritariamente localizadas na Ásia — viram a capacidade produtiva ser reduzida pelos rígidos lockdowns da região.
Ao mesmo tempo, houve aumento na demanda uma vez que, em isolamento, pessoas do mundo inteiro investiram em computadores, TVs e outros eletrônicos. Piorando a situação, polos produtivos no Texas e no Japão foram duramente atingidos por nevasca e um incêndio, respectivamente, levando a Anfavea a estimar apenas para o ano que vem uma eventual normalização.
Segundo estudo do Boston Consulting Group, cerca de 120 mil veículos deixaram de ser produzidos no primeiro semestre no Brasil por conta da escassez.
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