A indústria automotiva, por bem ou mal, está empenhada em ajudar a diminuir emissões de carbono, e o carro elétrico é o grande protagonista desse movimento. Mas o elevado preço desse tipo de veículo é um entrave para países mais pobres como o Brasil, que aposta pesado nos híbridos e no etanol.
A Stellantis é uma das que vêm tomando a dianteira nessa estratégia. O conglomerado que une marcas como Fiat, Jeep, Ram, Peugeot e Citroën está disposta a eletrificar, em diferentes níveis, boa parte de seu catálogo. E já planeja carros exclusivamente a etanol.
O primeiro item já havia sido adiantado por QUATRO RODAS, que revelou em julho do ano passado que os Fiat Pulse e Fastback receberiam sistema híbrido leve 48V, no qual um pequeno motor elétrico é conectado ao 1.0 turbo e auxilia em arrancadas ou em um start-stop avançado, semelhante ao Velejar do Kia Stonic.
Mas não para por aí: o novo Peugeot 2008, ainda inédito no Brasil, será mais um a receber essa tecnologia, que se estenderá a todos os modelos 1.0 turbo do grupo (a Strada turbo é a única que ainda não temos certeza).
O projeto P24, como é conhecido, deve trazer algumas novidades estéticas que estrearam recentemente com o e-2008, elétrico, na Europa, com destaque para as DRLs e o para-choque dianteiro redesenhados. Por outro lado, haverá simplificações mecânicas a fim de reduzir custos.
Entre essas mudanças, uma já confirmada é o motor 1.0 turbo flex, de Pulse e companhia, que rende 130 cv e 21,4 kgfm, acoplado ao câmbio CVT. Com o projeto de adaptação desse trem-de-força já sendo feito há algum tempo, a oferta de um Peugeot 2008 MHEV seria tarefa mais fácil, e já está internamente confirmada para o Brasil.
Com o plano de investimento de R$ 2,5 bilhões na fábrica de Porto Real, no Rio de Janeiro, esta mecânica também poderá ser estendida aos Citroën C3 Aircross e ao futuro SUV cupê derivado dele. Ambos são baseados na plataforma CMP, a mesma do novo Peugeot 2008.
A Stellantis ainda planeja ter carros com sistemas híbridos convencionais e híbridos plug-in, inclusive com estes sistemas eletrificados. Como o custo de um PHEV é elevado, é natural que ele estreie em modelos mais caros, como o Jeep Commander e Ram Rampage, capazes de diluírem melhor esse acréscimo. Ao todo, a empresa terá três tecnologias de eletrificação no Brasil e elas fazem parte do programa Bio-Hybrid.
O sistema será aplicado nas plataformas atuais, o que não inclui, portanto, a próxima geração do Jeep Compass – que será baseada na plataforma STLA Medium do novo Peugeot 3008. O SUV médio, entretanto, se encaixa nos que podem receber o sistema HEV e, claro, a versão exclusivamente a etanol do 1.3 turbo de 185 cv e 27,5 kgfm.
Vale lembrar que, em breve, o Commander e o Compass ganharão versão com o mesmo motor 2.0 Hurricane-4 a gasolina da Rampage, com potência 272 cv e 40,8 kgfm, além do apelo esportivo.