Para fãs de carros, como nós, é difícil não gostar da variedade de modelos, inclusive dentro de uma mesma marca. Esse privilégio, entretanto, está cada vez mais insustentável, e na Volkswagen a ordem da vez é unificar processos, economizar dinheiro e investir em famílias.
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Uma delas é a elétrica ID., que logo terá o hatch e SUV ID.3 e ID.4, respectivamente, à venda no Brasil. A curto prazo, porém, a grande família da vez é mais simples, sendo baseada na plataforma MQB.
Graças à sua modularidade, a MQB permitirá uma grande renovação na linha mais barata da Volks. Dela sairão quatro modelos compactos até 2026, incluindo SUV, picape, hatch e sedã inéditos.
Eles substituirão clássicos como Gol e Voyage, que se tornaram inevitáveis vítimas da evolução tecnológica e estão cada vez mais ineficientes e inseguros para os padrões e as legislações atuais.
O primeiro carro nascido a partir desta nova leva de investimentos será o inédito Polo Track, cujo lançamento era esperado ainda para 2021, mas ficou para 2023 – muito provavelmente graças à crise global de matérias-primas.
O Polo Track aproveitará sua adequação às normas de segurança brasileiras para substituir, quase de uma vez, Fox e Up! e será fabricado em Taubaté (SP). Ele não seguirá o estilo do Polo europeu, já reestilizado, mas o Track terá para-choques inéditos, linha de leds na grade frontal e, principalmente, preço “baixo”.
Entre aspas mesmo, pois a Volkswagen já assume a tendência global de encarecimento dos carros. “Deixaremos de vender carros para virarmos uma empresa de mobilidade”, já comunicou a montadora, dando dicas de que os próximos modelos serão pensados também para esquemas de assinatura e compartilhamento.
Apesar do nome, o Polo Track não tem nada de aventureiro ou esportivo, e a busca pelo preço baixo limitará à simplicidade seus adornos estéticos.
Ele terá o mesmo motor 1.0 de 84 cv da atual versão de entrada. Contudo, o antigo motor 1.0 TSI de 105 cv e 16,8 kgfm que era usado no Up TSI, com câmbio manual de cinco marchas, também é cogitado. O Polo está abandonando o motor 1.6 16V para sempre em busca de maior eficiência.
Só isso, entretanto, não fecha a conta, e o CEO da Volkswagen da América do Sul, Pablo Di Si, garante novidades profundas a ponto de considerarem o Polo Track um “carro novo”, fabricado com medidas inteligentes de contenção de custos.
O investimento dessa “nova Volkswagen”, como frisam os alemães, supera os R$ 7 bilhões e, obviamente, envolve outros segredos como a estreia de carros híbridos.
A princípio, espera-se eletrificação para modelos mais caros (como T-Cross e Taos), mas o Nivus e o futuro SUV caçula da montadora (ainda sem nome oficial, mas que pode ser batizado de Gol) no Brasil (também à base da MQB) são cogitados. O VW T-Cross 2023 será reestilizado e será lançado em janeiro.
O atraso do Polo Track em dois anos, porém, não interfere na programação do lançamento dos Polo 2023 e Virtus 2023 com reestilização e novos equipamentos de segurança e os novos logotipos da VW – com direito a novo volante. O lançamento será no quarto trimestre de 2022.