Volkswagen Voyage e Fox deixarão de ser fabricados no Brasil ainda em 2021
Antigos e arcaicos, modelos vêm se tornando um fardo na busca da VW por catálogo mais racional e atraente
Depois de o Up! ter seu fim definido pela Volkswagen, em busca de portfólio mais enxuto e eficiente, o Fox é um dos próximos que se preparam para se despedir. A novidade é que a linha de sedãs da marca vai ser reduzida a Virtus e Jetta no Brasil.
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Segundo informações adiantadas pelo colunista Fernando Calmon e o portal Autos Segredos, a montadora prepara a aposentadoria do Fox e do Voyage ainda para este ano. A ideia é produzir os modelos até dezembro, já como linha 2021/2022, vendendo eles enquanto durarem os estoques.
A atual geração do Voyage remonta a 2008, quando foi lançada. Sua plataforma, PQ24, porém, é ainda mais antiga: começou a ser usada pela Volks europeia ainda no século XX. O próprio Fox, lançado no Brasil em 2003, faz uso dela.
Como resultado da crescente obsolescência, o sedã carece de itens como controle de estabilidade, em breve obrigatório no Brasil. Estilo datado e mudança no perfil do consumidor vem sacramentando ainda mais o fim do modelo.
Entre 2012 e 2016 o Voyage teve queda de 75% nas vendas. As 96.400 unidades comercializadas há nove anos se tornaram apenas 23.300 quatro depois, com quedas anuais. A reestilização do longevo até surtiu efeito, fazendo-o saltar, em 2017, para 40.800 emplacamentos, antes da queda recomeçar.
Novidades como transmissão automática e motor 1.6 MSI, entretanto, não foram suficientes para conter o desinteresse.
Diante de novas leis, a Volkswagen ainda melhorou a segurança do Voyage 2021, incluindo cintos de três pontos e encosto de cabeça para todos os ocupantes.
Na terra, cada vez mais, dos SUVs e caminhonetes, a Volkswagen está mais interessada em conter a ofensiva da Stellantis (principalmente a dupla Fiat-Jeep, da finada FCA) com os novos Pulse, Compass, Commander e o SUV cupê provisoriamente chamado de 376.
Marcando presença com Virtus e Jetta, a VW garante simbolismo de quem já ostentou clássicos como o Santana ao passo que o pragmatismo rouba atenção da alemã ao novo Polo e um suposto novo SUV compacto, abaixo do Nivus e de olho na zona incerta entre as versões mais baratas do Pulse e mais caras do Fiat Argo – também em xeque.
Os novos modelos da Volkswagen também usufruem da plataforma modular MQB e, deste modo, sustentar o ferramental específico para modelos impopulares e arcaicos se torna desperdício insustentável.
Interessados nos prováveis últimos Voyage têm dois motores à disposição. Na versão básica quem manda é o 1.0 de 84 cv e 10,4 kgfm. Com transmissão apenas manual, o carro tem máxima de 173 km/h e vai de 0 a 100 km/h em 13,3 s. Sem opcionais, custa R$ 70.790.
O Voyage 1.6 já tem mais fôlego, com um 1.6 8V de 104 cv nas versões com câmbio manual e o 1.6 16V de 120 cv na opção com câmbio automático. Entre outros detalhes, o modelo oferece opcionais como central multimídia, elevando seu preço aos R$ 90.580.
O Fox, por sua vez, é vendido em duas versões. O Fox Connect custa R$ 62.340 e o Fox Xtreme, que herdou alguns elementos visuais do falecido CrossFox, custa R$ 67.990. Nos dois casos o motor é o 1.6 8V flex que gera até 104 cv (5.250 rpm) e 15,6 kgfm de torque (2.500 rpm), sempre combinado ao câmbio manual de 5 marchas.
Além do novo Polo Track, que pode assumir o posto de veículo de entrada da Volkswagen, a empresa prepara uma atualização do Virtus, mantendo-se viva na briga dos sedãs médios em diante.
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