VW fará motor 1.5 TSI híbrido-flex no Brasil após acordo com sindicato
Depois de muita negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos e Ibaté, um acordo foi selado e atividades na fábrica da VW se estendem até 2028
O acordo entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos e Ibaté e a Volkswagen sinalizou os rumos futuros da fabricante alemã no Brasil. A extensão do contrato entre as partes por mais 3 anos contempla a produção nacional do motor 1.5 TSI EVO2 em versão híbrida-flex, que tende a substituir o 1.4 TSI atual.
Com o acordo coletivo assinado, o novo motor se tornará o primeiro eletrificado da marca a ser produzido no Brasil, na fábrica de motores de São Carlos (SP).
Em comunicado oficial, o Sindicato reiterou a importância do investimento do motor no Brasil: “Para a planta de São Carlos o investimento negociado para a produção do motor 1.5 híbrido-flex EVO2 e o credenciamento para fabricação de componentes do motor híbrido garantirá o futuro da fábrica, pois o Motor EA 211 atual tem prazo de validade em função das normas de emissão de poluentes.”
As normas das quais o Sindicato se refere são do Proconve L8, que entra em vigor a partir de 2025 na nova fase do projeto que busca a diminuição das emissões de gases poluentes.
O novo motor 1.5 TSI EVO2 é a segunda geração de uma atualização do atual 1.4 TSI feito por aqui. Ele foi implementado em diversos mercados na Europa e na América do Norte e hoje equipa carros como Golf e Taos que são fabricados no México.
Nos quesitos de configuração e números, ambos são bem parecidos. O 1.5 TSI gera os mesmos 150 cv de potência e 25,5 kgfm, 1,3 kgfm a menos que o 1.4 (26,8 kgfm). No entanto, em questões de modernidade, a versão atualizada está muito a frente. Ele possui tecnologias como turbo de geometria variável e desativação de cilindros (desligando até dois com o carro em movimento).
Porém, o destaque fica para a combinação com sistemas híbridos, seja ela leve ou plug-in. Por isso, recentemente a marca estava testando dois carros por aqui, o Golf R-Line, que possui sistema híbrido leve, e uma unidade do Taos com camuflagem, que abre esta reportagem.
Ainda não foi divulgado pela Volkswagen o valor do investimento que será feito no Brasil, mas os sindicatos indicam que gira em torno de R$ 5,4 bilhões. O investimento será direcionado para as 4 fábricas que a empresa possui no Brasil.
Esse investimento deverá garantir a atualização dos carros fabricados no Brasil para mecânicas híbridas, além do lançamento de três carros inéditos. Um seria um novo SUV compacto de entrada e outro a picape Tarok, rival da Toro, como já adiantado por Quatro Rodas.
A Volkswagen também vem investindo alguns milhões de reais em projetos de pesquisa de mecânicas híbridas-flex em universidades brasileiras, como a Unicamp, a UFC, a UECE e a UTFPR.
As novas normas só entrarão em vigor a partir de 2025, portanto modelos como Taos, T-Cross Highline, Polo GTS e Virtus Exclusive tendem a receber a nova mecânica mais para a frente, até a mudança completa na linha 2025. No caso do Taos, ele deve receber o 1.5 TSI apenas em 2026. Futuros modelos, como os dois híbridos e a picape Tarok também devem vir com a motorização híbrida.