Não raramente, as fábricas de automóveis apostam naquilo que chamam de carro de imagem, um modelo cuja pretensão de vendas é contida e sua presença no menu visa basicamente aumentar o prestígio da marca. É essa a função do Accord dentro da Honda.
O sedã grande (para os padrões brasileiros) vende tão pouco que não aparece nas listagens de emplacamentos da Fenabrave. Até o modo de captação de clientes é especial. Segundo a Honda, o Accord seguirá como um carro de nicho, destes cujo comprador não vai à loja – é o vendedor que vai até o interessado. Ou seja, encontrar um Accord como este das fotos será coisa rara.
O último facelift, apresentado na linha 2016, deu ao modelo o mesmo layout de base aplicado nos outros sedãs da marca, o City e o Civic. Para isso, o modelo ganhou para-choque redesenhado e um novo capô, com vincos mais delineados.
Os faróis também se destacam: com todas as luzes em led, ajudam a imprimir um ar de modernidade, além, é claro, de oferecer uma iluminação efetiva mais eficiente que o xenônio. No perfil, nenhuma alteração além das rodas com novo desenho e maior tamanho – aro 18, no lugar das aro 17.
Atrás, as lanternas agora têm iluminação com leds. No topo da tampa do porta-malas, uma pequena asa reforça o estilo esportivo, em sintonia com a parte inferior do para-choque, com extrator de ar incorporado.
Dentro, poucas (e boas) novidades. Destaque para a central multimídia, compatível com Apple CarPlay e Android Auto. A nova unidade de entretenimento ainda é dotada de DVD, entrada HDMI para fontes externas de áudio e vídeo digitais e GPS nativo com informações simultâneas em duas telas (inferior e superior).
O pacote de novidades do Accord inclui ainda sensor de estacionamento também na dianteira, banco traseiro bipartido, partida do motor a distância, iluminação interna azulada, retrovisores externos com rebatimento elétrico e câmera auxiliar no retrovisor direito (o mesmo sistema presente no Civic Touring).
Tanto o banco do motorista quanto o do passageiro dianteiro possuem ajustes elétricos. Já os traseiros são reclináveis, aproveitando o enorme espaço para as pernas para tornar as viagens dos executivos ainda mais confortáveis.
Na pista, o Accord se mostrou o mesmo sedã executivo de sempre – e isso é um elogio. Com um V6 de 280 cv e 34,6 mkgf, ele acelerou de 0 a 100 km/h em impressionantes 7,2 segundos, registrando consumo de 8,9 km/l na cidade e 13,3 km/l na estrada.
O preço está tabelado em R$ 162.500. É um valor próximo ao do principal nome do segmento – o Ford Fusion Titanium AWD, com 248 cv e 38 mkgf, por R$ 158.700 – e bem menor que o do principal concorrente histórico (o Toyota Camry V6 de 277 cavalos, que custa R$ 204.990).
VEREDICTO
Um dos carros de passeio mais vendidos nos EUA, o Accord, por aqui, é um modelo de nicho, destinado apenas aos fãs da marca. Uma pena – entre os sedãs grandes, ele ainda seria competitivo, caso fosse encontrável.
Teste de pista (com gasolina)
ACELERAÇÃO | |
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de 0 a 100 km/h: | 7,2 s |
de 0 a 1000 m: | 27,4 s – 195,2 km/h |
Velocidade máxima: | n/d |
RETOMADA | |
de 40 a 80 km/h: | 2,8 s |
de 60 a 100 km/h: | 3,7 s |
de 80 a 120 km/h: | 4,4 s |
FRENAGENS | |
60 / 80 / 120 km/h: | 15,3 / 26,3 / 62,8 m |
CONSUMO | |
Urbano: | 8,9 km/l |
Rodoviário: | 13,3 km/l |
Preço: | R$ 162.500 |
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Motor: | diant., V6, 3 471 cm3, 24V, transv., DOHC, 89 x 93 mm, 280 cv a 6 200 rpm, 34,6 mkgf a 4 900 rpm |
Câmbio: | automático, seis marchas, tração dianteira |
Suspensão: | McPherson (diant.), multilink (tras.) |
Freios: | disco ventilado (diant.), disco sólido [tras.) |
Rodas e pneus: | liga leve, 235/45 R18 |
Dimensões: | comprimento, 491 cm; altura, 147,5 cm; largura, 185 cm; entre-eixos, 277,5 cm; peso, 1 632 kg; tanque, 65 l |
Equipamentos de série: | ar digital bizona, direção elétrica, piloto automático, ESP, controle de tração, multimídia com tela dupla, faróis de led, rodas aro 18, bancos do motorista e do passageiro com ajustes elétricos, revestimento interno de couro |