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Audi Q3 x BMW X1 x Mercedes GLA

A chegada do Mercedes GLA acirra a briga entre as alemãs: o novo SUV enfrenta Audi Q3 e BMW X1

Por Paulo Campo Grande
Atualizado em 21 mar 2024, 18h33 - Publicado em 19 nov 2014, 14h16
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Audi, BMW e Mercedes são arqui-inimigas. Conterrâneas, elas disputam os mesmos consumidores. Por isso, cada movimento de uma é acompanhado de perto pelas outras. A estratégia é estar presente nos mesmos mercados e segmentos, para não perder terreno. Não é por acaso que as três estão chegando, quase em bloco, com fábricas no Brasil, produzindo os mesmos tipos de veículo. Aqui reunimos três dos modelos que vão representá-las no front dos futuros SUVs nacionais: Audi Q3, BMW X1 e Mercedes GLA. O embate das versões made in Brazil ocorrerá somente em 2016, quando as fábricas das três estarão em operação. A da BMW será inaugurada em outubro, a da Audi está prevista para o fim de 2015 e a da Mercedes deve iniciar a produção no princípio de 2016. Mas as contendas já começaram, com a estreia do Mercedes GLA no mercado. Neste confronto, os SUVs importados se enfrentam em versões intermediárias: Q3 2.0 TFSI Ambiente, X1 sDrive 20i GP Teto e GLA 200 Vision, todas na faixa de R$ 150 000. Veja a seguir como eles se saíram.

BMW X1 sDrive 20i

Lançado em 2009, o X1 não pode ser considerado um veterano. Mas sua passagem para a reserva foi decretada pelos rivais, que chegaram depois e renovaram a oferta do segmento. Não foi à toa que a BMW decidiu antecipar a chegada da nova geração do SUV para 2016. Em condições normais, nesse ano o X1 estaria recebendo a primeira reestilização. Apesar da aposentadoria precoce, o X1 ainda está em forma.

Um de seus pontos fortes é o motor 2.0 turbo, o mais potente do comparativo. O outro é o câmbio automático de oito marchas, que, além de rápido, explora bem a força do motor. Recentemente, o X1 recebeu também um arsenal eletrônico, com GPS e acesso à internet, que possibilitou o uso de aplicativos e de serviços indisponíveis para os rivais – Q3 e GLA podem se conectar apenas via celular. A partir de outubro, o X1 ganha outra novidade: a versão flex, equipada com a mesma tecnologia do sedã da Série 3. O modelo a gasolina mostrado aqui fica somente até o fim dos estoques, segundo a fábrica, que não sabe dizer quando isso deve ocorrer. Com base no teste do sedã 320i, podemos afirmar que a nova motorização deve melhorar o desempenho do X1, embora as mudanças não tenham alterado especificações do motor, como potência e torque.

Neste comparativo, porém, o X1 ficou para trás por ser discreto justamente nas qualidades típicas dos SUVs. Sua carroceria o deixa mais parecido com uma perua off-road como a Subaru Outback do que com um de seus pares. E essa característica não é somente visual. É funcional também. O espaço interno não sofre por isso, mas ao volante o motorista não se sente a bordo de um SUV, seja pela posição de dirigir, seja pelo comportamento do carro, principalmente na direção, com peso e respostas próprias de um sedã BMW. Além disso, o X1 fica devendo em conteúdo. Dos três, ele é o único sem sistemas como assistência de partida em rampa e Isofix. Seu ar-condicionado é convencional, enquanto os outros são dual-zone. E o revestimento de seus bancos é de um material sintético que está longe de parecer couro. O GLA é predominantemente de tecido e o Q3 usa material sintético que imita bem couro.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO

Os sistemas são eficientes, mas têm características e comportamento típicos de uma perua.

MOTOR E CÂMBIO

O conjunto mecânico é robusto e eficiente. Já tem versão flex. Mas faltou a tração 4×4.

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CARROCERIA

O X1 tem qualidade construtiva, mas seu estilo de station se distancia do conceito off-road dos SUVs.

VIDA A BORDO

Tem GPS e conexão à internet. Mas os bancos de material sintético não agradam ao olhar e ao toque.

SEGURANÇA

Conta com quatro airbags, ESP e faróis de neblina.

SEU BOLSO

Com a chegada da segunda geração, em 2016, o atual X1 vai desvalorizar mais cedo.

2º Mercedes-Benz GLA 200

GLA e X1 se revezam nas qualidades e nos defeitos. Onde um é bom, o outro é ruim (ou não tão bom). O motor do Mercedes, por exemplo, é o menor e o mais fraco deste comparativo. Essa diferença ficou evidente napista de testes. O GLA só não sucumbiu diante dos rivais porque compensou seu desempenho tímido com médias de consumo exemplares. Analisando os tempos obtidos nas provas de aceleração, a classificação dos SUVs foi a seguinte: o X1 ficou em primeiro, com o tempo de 7,6 segundos, o Q3 veio em segundo, com 7,8 segundos, e o GLA foi o terceiro, com 9,6 segundos. Nas medições de consumo, as posições variaram. O Mercedes se destacou com as médias de 11,4 km/l na cidade e 15,3 km/l na estrada. Já os concorrentes conseguiram respectivamente 9,1 e 14,4 km/l, no caso do BMW, e 8,9 e 12,6 km/l, no do Audi.

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Em relação ao conteúdo, outra área de contraste entre Mercedes e BMW, o GLA vem carregado de mimos, enquanto o X1 fica devendo maior número de recursos. Além do ar-condicionado dual-zone,

faróis de leds, assistente de partida em rampa e Isofix, o SUV da Mercedes traz sistema ativo de estacionamento, airbags para os joelhos, sensores de pressão dos pneus e sistema de alerta de fadiga do motorista – a versão mostrada aqui, a Black Edition, ainda traz rodas e retrovisores pretos e pedais esportivos como diferenciais. Mas a versão considerada no comparativo é a Vision standart.

Em comum, pode-se dizer que GLA e X1 têm adesão discreta ao estilo off-road: o X1 com carroceria

de perua e tração 4×2 traseira, o GLA com estrutura de hatchback e tração 4×2 dianteira. Mas o Mercedes é mais moderno e fiel ao estilo off-road, no comportamento. Ele tem robustez, altura e geometria de suspensão de SUV. Na próxima geração, que será a segunda, a BMW deve corrigir essas limitações, mas até lá os rivais levarão vantagem nesses aspectos. Neste comparativo, o GLA superou o X1 com relativa facilidade, mas ainda demonstrou muitos altos (design, consumo) e baixos (desempenho, espaço) dentro do que se espera de um SUV compacto. Por isso, ele não conseguiu bater o Q3.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO

O GLA é bem-assentado, mas pena nas ruas esburacadas da cidade. Sua direção é precisa, e o freio transmite segurança.

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MOTOR E CÂMBIO

Andou menos, mas foi econômico. Perdeu pontos por ter tração 4×2 dianteira.

CARROCERIA

Carroceria de hatch não é o que se espera de um SUV. Mas tem visual moderno e atraente.

VIDA A BORDO

Bem-equipado e com boa posição de dirigir, é um pouco apertado no banco de trás.

SEGURANÇA

Tem alerta de cansaço e sonolência, ESP, assistente de partida em rampa, seis airbags e Isofix.

SEU BOLSO

Tem plano de revisões com preço fixo e garantia de dois anos.

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1º Audi Q3 2.0 TFSI

O Q3 fica em primeiro lugar pelo conjunto da obra. Ele não foi o melhor na pista, mas apresentou rendimento na média da categoria. Também não é dono de um projeto tão novo como o GLA. Por outro lado, não envelheceu, como o X1. Ele foi lançado em 2011 e deve receber uma reestilização simples em breve – talvez no ano que vem, para recepcionar o novo X1.

Visualmente, seu painel monocromático passa a impressão de produto básico. Apesar da sensação de simplicidade, a cabine do Audi é bem-acabada, tanto na construção como nos materiais. E o revestimento dos bancos é uma boa imitação de couro. Couro, mesmo, só no volante e na alavanca do câmbio. No que diz respeito aos equipamentos, o Audi não é tão bem-equipado quanto o GLA, mas traz mais recursos que o X1. Na comparação com os demais, o Q3 fica devendo apenas o sistema start-stop, que desliga e liga o motor, quando o carro para no trânsito, presente nos demais.

Nos demais aspectos, o Audi se sobressai. Ele é o único com tração integral e carroceria com formas e proporções de SUV. Além disso, oferece maior espaço interno. No banco de trás, por exemplo, as pessoas viajam mais confortáveis, com os joelhos alinhados aos quadris, enquanto nos outros os joelhos ficam ligeiramente levantados. Seu porta-malas também é maior: 460 litros de capacidade, contra 420 do X1 e 421 do GLA.

No dia a dia, o Q3 também agradou. Ele se mostrou o mais equilibrado do três alemães, com a direção leve, mas precisa, e suspensão que garante um rodar macio e seguro. No asfalto, o habitat natural desse tipo de SUV, o Q3 foi o mais silencioso, independentemente do estado de conservação do piso. Na buraqueira, X1 e GLA sofreram mais, apresentando maior nível de ruídos vindos da suspensão e da carroceria (estrutura e acabamento).

Em relação aos custos de manutenção, tamanho de rede, duração da garantia de fábrica e seguro, os

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três modelos se equivalem. Com o GLA, a Mercedes lançou um plano de manutenção com revisões com custos fixos, o que dá certa segurança ao proprietário. Mas é só essa a diferença.

DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO

Sua suspensão se mostrou a mais eficiente. Parou com equilíbrio. Tem direção leve, mas precisa.

MOTOR E CÂMBIO

O motor 2.0 TFSI faz um bom par com o câmbio S tronic. Além do bom rendimento na pista, o Q3 é o único com tração integral.

CARROCERIA

Com estilo de SUV, ele é bonito e bem-acabado.

VIDA A BORDO

É o mais espaçoso, confortável e silencioso.

SEGURANÇA

Tem quatro airbags, luzes diurnas, ESP, assistente de partida em rampa e Isofix.

SEU BOLSO

Dois anos de garantia e 28 revendas no país.

VEREDICTO

Com exceção do BMW, que vai passar por mudanças radicais, com troca de plataforma, os outros dois são boas opções nesse segmento de SUVs compactos premium. O Mercedes tem o apelo da novidade. Mas o Q3 demonstrou maior vocação para ser usado como um utilitário esportivo. Se precisar encarar uma trilha, ele se sairá melhor – daí ter vencido o comparativo.

Confira a ficha dos modelos

Confira o teste comparativo

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