Nosso mercado está longe de ser tão importante quanto o chinês. Mas, para o CEO da Bentley Americas, Christophe Georges, aqui há boas perspectivas. Ele veio ao Brasil em março para lançar o Bentley Flying Spur, de R$ 1,69 milhão. E não poderia ter melhor acolhida: a primeira unidade do sedã foi vendida no coquetel de apresentação aos clientes potenciais.
O Flying Spur é a segunda geração do Continental Flying Spur, que perdeu parte do nome porque a fábrica decidiu usar Continental só nas versões de duas portas, mais esportivas. Apesar da alteração, o quatro-portas Flying Spur não se tornou mais sisudo na nova edição. Pelo contrário. A grade dianteira ficou maior, igual à do Continental GT, e suas linhas, mais musculosas. Internamente, o volante de três raios (no lugar de quatro) e o console mais estreito deixaram a cabine com o visual mais leve. Já o motor W12 6.0 teve a potência elevada de 560 para 625 cv e o câmbio automático de seis marchas foi substituído por um de oito. O Spur vai a 100 km/h em 4,3 segundos e atinge 322 km/h, segundo a fábrica.
No acabamento, não há mudanças. A Bentley continua usando materiais de alta qualidade, como couro, alumínio e madeira, trabalhados de modo artesanal. Entre os equipamentos, o destaque é o som hi-end da inglesa Naim e a central multimídia com conexão à internet. Na rua, o Spur se desloca com majestade. Apesar de seus 5,3 metros e 2574 kg, ele tem acelerações progressivas e consistentes, acompanhadas de um discreto mas encorpado ronco do motor. Sua direção não é leve, mas desliza suavemente, e a suspensão filtra as irregularidades do piso sem isolar o motorista das interações com o piso. O espaço atrás, onde o dono passa boa parte do tempo, é um latifúndio: só há duas poltronas individuais, onde ele pode esticar as pernas e receber massagem do banco.
Em 2013, a Bentley vendeu 16 carros no país. Parece pouco, mas foi um volume 40% maior que no ano anterior.
VEREDICTO
No dia a dia, o dono de um Spur vai andar no banco traseiro, levado para o escritório pelo motorista. Mas, nas suas folgas, vai assumir o volante para usufruir de luxo e esportividade que não encontrará em nenhum outro quatro-portas.