Em 2012, quando a Chevrolet Spin nasceu, o motor 1.8 8V Família I já tinha dez anos de Brasil, equipando o Corsa e a Meriva. Era Flexpower, passou a Econo.Flex e agora, em sua terceira geração, adota o sobrenome SPE/4. É ele a grande estrela do Cobalt e, neste caso, da Spin 2017.Mesmo sem reestilização por enquanto, a minivan tem alterações técnicas profundas. Quem diria que a Spin seria o primeiro carro nacional com aerodinâmica ativa? Por trás da grade há aletas que abrem ou fecham o acesso do ar ao radiador em função da temperatura, velocidade e uso do ar-condicionado. Tecnologia vinda dos Cadillac.
Isso combinado à suspensão 1 cm mais baixa e ao defletor sob o para-choque frontal se converte em aerodinâmica 11% melhor – segundo a Chevrolet.
Já o motor 1.8 8V tem pistões e bielas mais leves, novo coletor de admissão, módulo de gerenciamento com processamento mais rápido e bobinas de ignição independentes para cada cilindro. A taxa de compressão foi aumentada de 10,5:1 para 12,3:1 e como nos 1.0 e 1.4 de Onix e Prisma, o óleo 5W30 foi trocado pelo fino e moderno 0W20, mesma especificação dos Honda atuais.
Nada mal para um motor de uma família lançada em 1982. O fato de a direção passar a ser elétrica também livrou o 1.8 do trabalho de acionar a bomba hidráulica.
Na prática, o que o motorista percebe é o funcionamento mais suave e menos ruidoso. De quebra, a potência com etanol subiu dos 108 cv a 5.400 rpm para 111 cv a 5.200 rpm, enquanto o torque máximo agora é de 17,7 mkgf a 2.600 rpm, contra os 17,1 mkgf a 3.200 rpm anteriores.
O câmbio manual de seis marchas das versões LT e LTZ é novo e substitui o de cinco. Já a Advantage testada (na tabela de preços, intermediária entre a LT e a LTZ) é vendida apenas com o câmbio automático de seis marchas de terceira geração.
Muda a programação e a bomba de óleo, que é mais eficiente e permite trocas mais suaves e rápidas, e no momento certo. Significa que o câmbio não segura as trocas até os 3.500 rpm nas primeiras marchas e ainda antecipa as trocas seguintes, algo ótimo para o consumo.
Assim, o gasto de combustível está sensivelmente menor. Em nossos testes, fez 11,5 km/l no ciclo urbano e 13,8 km/l no rodoviário, com gasolina. Para efeito de comparação, a antiga Spin Activ (com pneus de uso misto e, portanto, consumo levemente maior) cravou 10 km/l na cidade e 12,9 km/l na estrada. A aceleração de 0 a 100 km/h melhorou de 13,4 segundos para 12,8 segundos.
Por R$ 67.990, a Spin Advantage tem como único equipamento novo o OnStar em versão Protect, com rastreamento, consulta da pressão dos pneus no smartphone e chamada para o road service da Chevrolet. Até mesmo o MyLink de segunda geração, que já está no Onix, por exemplo, ficou de fora. Falta algo mais do que faróis de neblina, piloto automático e faróis e lanternas escurecidos para se destacar entre os equipamentos.
VEREDICTO
Melhor e mais econômica, enfim a Spin tem um motor agradável. Agora falta apenas um design atraente e uma lista de equipamentos que fuja do trivial.
Aceleração de 0 a 100 km/h | 12,8 s |
---|---|
Aceleração de 0 a 1.000 m | 34,5 s – 148,2 km/h |
Retomada de 40 a 80 km/h (em Dª) | 5,6 s |
Retomada de 60 a 100 km/h (em Dª) | 4,5 s |
Retomada de 80 a 120 km/h (em Dª) | 9,9 s |
Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0 | 16 / 27,2 / 62 m |
Consumo urbano | 11,5 km/l |
Consumo rodoviário | 13,8 km/l |
Motor | flex, diant., transv., 4 cil., 1.796 cm3; 16V, 111/106 cv a 5.200 rpm, 17,7/17,1 mkgf a 2.600 rpm |
---|---|
Câmbio | automático, 6 marchas, tração dianteira |
Suspensão | McPherson (diant.)/eixo de torção (tras.) |
Freios | discos ventilados (diant.) e tambor (tras.) |
Direção | elétrica, 10.9 m (diâmetro de giro) |
Rodas e pneus | liga leve 195/65 R15 |
Dimensões | comprimento, 436 cm; altura, 167,9 cm; largura, 173,5 cm; entre-eixos, 262,0 cm; peso, 1.235 kg; tanque, 50 l |
Equipamentos de série | ar-condicionado, central multimídia, piloto automático |