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Citroën C4 Lounge

Sucessor do C4 Pallas, ele aposta em um estilo mais discreto para conquistar os mercados emergentes

Por Ulisses Cavalcante | Fotos Marco de Bari
Atualizado em 9 nov 2016, 00h53 - Publicado em 21 out 2013, 18h59
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    Sedã é como calça jeans. A peça nunca sai de moda e não faz feio em armário nenhum, ainda que não seja uma habituée das passarelas. Igualmente, carros de três volumes preservam a preeminência. Recentemente, aliás, têm mostrado um fôlego invejável. Não por menos, desde o começo do ano todas as edições de QUATRO RODAS apresentaram pelo menos um sedã de peso. Agora é a vez de o C4 Lounge engrossar a lista de novidades.

    Sucessor do finado C4 Pallas, o Lounge é membro da segunda geração da família e marca a estreia do novo visual da linha. A próxima da fila é a versão hatch, que já está pronta e chega no ano que vem. O Brasil ficou por último na ordem de estreia do Lounge. Voltado para mercados emergentes, roda na China desde o ano passado e na Rússia há três meses, com o nome C4 L. O nosso tem diferenças em relação ao chinês. A grade frontal foi expandida, medida necessária para abrigar o radiador maior, e o para-choque precisou ser elevado para enfrentar as lancinantes valetas nacionais. Na traseira, uma peça preta plástica faz as vezes de extrator de ar, estratégia adotada com o intuito de “alargar” o visual do carro. O sedã vendido aqui também traz menos cromados, sobretudo na dianteira.

    O Lounge privilegia o conforto e espaço interno. O encosto do banco traseiro tem inclinação de 29 graus, ante aos 25 comumente usados no segmento, melhorando a vida de quem viaja atrás. A ótima área para as pernas deve-se à manutenção do entre-eixos de 2,71 metros do Pallas (o maior do segmento), apesar de o comprimento ter caído de 4,77 para 4,62 metros. A redução foi obtida pela diminuição dos balanços dianteiro e traseiro, o que culminou na redução do porta-malas de 580 para 450 litros.

    A atmosfera receptiva repete a fartura de equipamentos que o Pallas oferecia, mas não seu estilo arrojado. Nada de volante com miolo fixo, painel de instrumentos central e dois andares de mostradores digitais. Agora apenas duas telas de LCD concentram os dados do computador de bordo e do sistema de entretenimento. O velocímetro, com uma agulha flutuante, migrou para trás do volante e funciona em redundância com o digital, que fica no seu interior. Na versão top THP, o painel de instrumentos permite a troca das cores e das informações e até a mudança do som emitido quando as setas são acionadas.

    O novo sedã C4 nivelou-se por cima ao emprestar componentes da família DS, como o volante, os comandos dos vidros e as alavancas. Painel e portas são forrados com material emborrachado e o couro tem acabamento metalizado.

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    A nomenclatura das versões mudou. São seis: a mais barata é a Origine, a 59 990 reais, seguida pela Tendance manual e automática e Exclusive automática. As quatro utilizam o 2.0 flex de 151 cv do Pallas, enquanto as duas mais caras receberam o 1.6 turbo de 165 cv desenvolvido em parceria com a BMW. A grande melhoria foi a troca da problemática caixa automática AL4, de quatro marchas, pelo câmbio de seis marchas da japonesa Aisin.

    Há uma diferença brutal na quantidade de recursos das versões equipadas com motor 1.6 THP. O C4 turbinado vem com quadro de instrumentos digital, tela touch screen de 7 polegadas no centro do painel, câmera de ré, sistema keyless de partida do motor, chave-canivete estilizada, sensor de ponto cego nos retrovisores e bancos de couro. Opcionalmente, pode receber teto solar e faróis de xenônio direcionais (que se movem lateralmente, seguindo a posição do volante). Embora o Lounge mais caro esbarre nos 80 000 reais, custa menos que Jetta, Civic e Corolla. Vale a pena conhecê-lo? Sem dúvida. Mas também compensa esperar o novo Toyota, que chega no primeiro trimestre de 2014.

    DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO

    Volante grande melhora a precisão, mas reduz a agilidade das manobras. Freios são adequados e a suspensão privilegia o conforto, apesar de ser ruidosa em pisos ruins.

    ★★★★

    MOTOR E CÂMBIO

    A troca de transmissão melhorou as respostas do motor 2.0, além de ter trazido benefício aos números de consumo.

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    ★★★★★

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    CARROCERIA

    Contrário à ousadia do Pallas, tem uma carga de conservadorismo implícita para agradar em mercados distintos.

    ★★★★

    VIDA A BORDO

    O nível de conforto e espaço, sobretudo para os passageiros, é um destaque. Quem viaja no banco traseiro não terá do que reclamar.

    ★★★★★

    SEGURANÇA

    As versões mais caras têm seis airbags e controles eletrônicos de tração e estabilidade. Na básica, conta apenas com os tradicionais ABS e airbags frontais.

    ★★★★

    SEU BOLSO

    Custa menos que os japoneses e fica bem abaixo do Jetta Highline 2.0. Não se destaca em desempenho nem em visual. Agrada pelo equilíbrio de qualidades.

    ★★★★

    VEREDICTO

    Bem equipado desde a versão Origine 2.0, o C4 não repete a ousadia estética do C4 Pallas, mas isso não é um demérito. A Tendance tem o melhor custo-benefício, com a vantagem de oferecer duas opções de câmbio. É uma boa compra, mas o Corolla está quase pronto – por outro lado, ele só chega no ano que vem.

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