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Ford Pampa S era picape em versão refinada e esportiva

Baseada no Corcel II, a Ford Pampa foi a única picape derivada de carro de passeio a ter opção 4x4

Por Fabiano Pereira
15 jul 2023, 14h00
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  • Não há como negar que o projeto do Corcel II, lançado em 1977, foi dos mais bem aproveitados da história da Ford no Brasil. Mais que variações de carroceria, ele ganhou a missão de cobrir variados segmentos do mercado nos anos 80.

    Além do sedã médio de duas portas e sua perua Belina, ele deu origem ao luxuoso Del Rey e à perua Scala, uma Belina mais sofisticada, e à picape Pampa. Lançada em 1982, ela foi a primeira derivada de um veículo de passeio na linha Ford e a segunda picape compacta da nossa indústria, repercutindo a boa aceitação da Fiat 147 Pick-up/City.

    Até então, picape Ford era grande e, na maior parte, equipada com motor V8, caso das F-100. De quatro cilindros até já havia a F-1000 a diesel, mas nenhuma delas era prática para trânsito urbano ou vagas apertadas.

    Para fazer o Corcel II peitar 600 kg de carga (motorista incluso), a Ford precisou alongar o vão entre os eixos de 2,44 para 2,58 metros para distribuir melhor o peso, aumentar a distância do solo em 3 centímetros (para 16,5) e usar pneus maiores.

    Grandes Brasileiros
    (Marco de Bari/Quatro Rodas)

    As molas helicoidais da suspensão traseira do sedã foram trocadas por feixes de molas semi-elípticas, mais aptas a suportar a carga extra. A tração ainda era dianteira e o motor, o mesmo quatro-cilindros de 1,6 litro, mas o câmbio de cinco velocidades tinha escalonamento próprio.

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    A estréia da Pampa na QUATRO RODAS se deu em abril de 1982. “O desempenho da Pampa é semelhante ao do Corcel: velocidade máxima de 148 km/h e aceleração de 0 a 100 km/h em 17,5 segundos são as marcas mais significativas”, dizia o texto de Cláudio Carsughi. Segundo ele, a válvula equalizadora da Pampa evitava que os freios travassem as rodas traseiras com a caçamba vazia, comum em picapes.

    Foi na edição de fevereiro de 1984 que a revista apresentou o ponto alto da história da Pampa, sua versão 4×4. No lugar da quinta marcha, o câmbio tinha a caixa de transferência para a tração nas rodas de trás. O eixo traseiro deu lugar a outro rígido, com diferencial nas extremidades dos semi-eixos e roda automaticamente livre com a tração traseira desligada.

    A capacidade de carga era reduzida para 440 kg, graças ao peso extra. A grade era dividida em retângulos e os pneus eram lameiros. O modelo marcou 136 km/h e 21,68 segundos para ir de 0 a 100 km/h no 4×4. Apesar da boa primeira impressão, o sistema seria criticado mais tarde pela pouca durabilidade.

    Grandes Brasileiros
    (Marco de Bari/Quatro Rodas)
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    Com a Chevrolet Chevy 500, VW Saveiro e Fiat 147 City, no comparativo de agosto de 1984, a Pampa 4×2 foi a que acelerou menos e teve a direção mais pesada, a pior estabilidade e, então com 67 cv, levava só 500 kg. Ainda assim, as vendas só subiam.

    Em outubro de 1986, a GL, com opcionais como direção hidráulica e ajustes dos bancos, teve o melhor nível de ruído, apesar da falta de espaço para quem tinha mais de 1,80 metro e o consumo maior do que nas rivais.

    Grandes Brasileiros
    (Marco de Bari/Quatro Rodas)

    Então, em 1987 era lançada a versão Ghia, que trouxe um pouco da sofisticação do Del Rey. A frente usava os faróis trapezoidais que chegaram a Corcel e Del Rey em 1985. Líder do segmento, a Pampa vinha com o painel do modelo de luxo da Ford, mas a direção hidráulica não era sequer um opcional.

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    Como fruto da Autolatina, parceria entre a Ford e a VW de 1986 a 1994, para 1990 o motor já podia ser o mesmo AP-1800 da Saveiro, que na Pampa rendia 92 cv.

    Grandes Brasileiros
    (Marco de Bari/Quatro Rodas)
    Grandes Brasileiros
    (Marco de Bari/Quatro Rodas)

    O exemplar fotografado pertence ao médico e apaixonado por Corcel Sérgio Minervini. É uma S 4×2 1993 a álcool. Com acabamento mais esportivo e sofisticado, a versão nasceu em 1991. O dono sabe de cor os itens que diferenciam sua S das demais Pampa.

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    “Ela tem spoiler dianteiro, dois retrovisores, rádio digital, rodas pintadas de branco pérola, janela traseira, grade da cor do carro, pára-brisa degradê, vidros verdes, faróis de milha, adesivos exclusivos, encostos de cabeça e painel do Del Rey Ghia.”

    Última herdeira em linha do projeto do Corcel II, a Pampa durou até 1997 – único ano em que foi equipada com injeção eletrônica – para dar lugar à Courier.

    Porém, produzida até 1994, apesar das críticas, foi a opção de tração 4×4 que fez da Pampa um caso até hoje sem igual no segmento de picapes derivadas de carros de passeio. Numa época como a atual, em que até hatches compactos ganham visual off-road, sua coerência deveria servir de inspiração.

    Ficha técnica

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    Teste QUATRO RODAS – JUNHO DE 1992

    Preço

    Maio de 1992 – CR$ 33.877.278

    Atualizado – R$ 136.780 – IGP-M (FGV)

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