Tiggo 7 Pro, VW Taos ou Jeep Compass: qual o melhor SUV médio?
O Compass está na frente. Mas este confronto com Tiggo 7 Pro e Taos prova que a concorrência se esforça para chegar lá
SUVs médios são uma das categorias que mais receberam lançamentos em 2021. E não é para menos: por pouco, o líder desse segmento, Jeep Compass, não se torna o SUV mais vendido do mercado, ultrapassando o SUV compacto mais comercializado, o Jeep Renegade.
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Até o meio do ano passado, já tínhamos novidades importantes como o Toyota Corolla Cross, o Volkswagen Taos, além da renovação do próprio Jeep Compass – que passou a adotar o novo motor T270 que comprovadamente lhe deu vida nova.
Mas, bem perto do ano acabar, a Caoa Chery apresentou o Tiggo 7 Pro, que ficou maior, mais tecnológico e ganhou o mesmo motor do irmão maior, Tiggo 8, além de um visual atualizado que em nada lembra seu antecessor Tiggo 7.
Aqui alinhamos os rivais: Compass, Taos e Tiggo 7 Pro. Por enquanto o Corolla Cross foi convocado para outro confronto, com o Hyundai Creta.
Vendido em única versão e sem opcionais, o Tiggo 7 Pro custava R$ 189.990 até o fechamento desta edição – ele teve um reajuste de R$ 8.000 seis dias após ser lançado, passando de R$ 179.990 para R$ 187.990, e um mês depois teve novo aumento, ficando R$ 2.000 mais caro.
Curiosamente, o preço atual é exatamente o mesmo do Compass, na versão Limited, que também é compatível com o Tiggo 7 Pro no conteúdo. O Taos Highline, por sua vez, sai por R$ 200.640. Mas compensa essa diferença com uma lista de equipamentos mais completa. Para saber como os preços, os equipamentos e outras características pesaram no comparativo, vire a página.
3º Caoa Chery – Tiggo 7 Pro
O SUV aposenta de vez o modelo anterior, afinal o Tiggo 7 foi o SUV menos vendido da marca em 2021. Com o objetivo de virar esse jogo, a estratégia da Caoa Chery foi transformá-lo em uma espécie de versão cinco lugares do Tiggo 8, que é líder em vendas de sua categoria.
A estratégia deu certo até agora porque, segundo a fábrica, seu primeiro lote de 500 unidades se esgotou em 24 horas. E atributos para esse sucesso ele tem. Ficou maior, está 0,5 cm mais largo e 3,5 cm mais alto que o antigo, e em relação aos rivais é o mais comprido dos três, com 450 cm, e também o mais alto, com 170,5 cm.
Essas dimensões o tornam um dos mais espaçosos e oferece para os passageiros traseiros a maior distância para pernas: 96 cm, contra 95 cm e 90 cm de Taos e Compass, respectivamente.
Uma outra vantagem do modelo é o desempenho do conjunto mecânico herdado do Tiggo 8: motor 1.6 turbo GDI combinado com a transmissão de dupla embreagem de sete marchas. Trata-se do propulsor mais potente do comparativo, com 187 cv. O Jeep rende até 185 cv e o VW oferece 150 cv.
Ser mais potente, credenciou o Tiggo 7 Pro a obter o melhor desempenho no teste. O SUV fez de 0 a 100 km/h em 8,8 segundos, enquanto o Compass fez em 10,3 segundos e o Taos 10,2 segundos.
Suas retomadas também foram superiores, com o tempo de 4,1 segundos de 60 a 100 km/h, ante 5,6 e 5,7 segundos de Taos e Compass, respectivamente.
A contrapartida do desempenho foi o consumo elevado. Além de só aceitar gasolina, enquanto os outros são flex, o motor Caoa Chery fez as médias de 9,9 km/l na cidade e 14,4 km/l na estrada, ficando atrás do VW com as marcas de 11,4 km/l e 14,3 km/l.
Nesse quesito, porém, o Jeep foi o lanterna, com as médias de 9,3 km/l e 13 km/l. Nas provas de frenagem o Tiggo 7 também ficou devendo uma performance melhor. Vindo a 80 km/h, ele parou em 27,6 m.
Pesou contra ainda a ausência de tecnologias como piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência e alerta de saída de faixa, nem mesmo como opcional e que estão presentes nos rivais. Ele traz outros recursos de auxílio ao condutor, como alerta de risco de colisão traseira, mas de menor importância.
Ficha Técnica – Caoa Chery Tiggo 7 Pro
Motor: gas., turbo, diant., transv., 4 cil. em linha; 1.598 cm3, injeção direta, 187 cv a 5.500 rpm, 28 kgfm a 2.000 rpm
Câmbio: DCT, 7 m., tração diant.
Suspensão: McPherson/multilink
Freios: disco vent. (diant.), sólido (tras.)
Pneus: 225/60 R18
Dimensões: compr., 450 cm; larg., 184,2 cm; alt., 170,5 cm; entre-eixos, 267 cm; peso, 1.489 kg; tanque, 51 litros; porta-malas, 475 litros
2º – Jeep Compass Limited
Ele já se consolidou no mercado e desde seu lançamento, em 2016, vendeu mais de 300.000 exemplares. Mas o sucesso não lhe subiu à cabeça e o modelo tratou de se renovar, passando por uma atualização que lhe deu fôlego para continuar como líder em vendas da categoria.
Esse vigor pode ser atribuído ao novo motor 1.3 turbo (T270), que rende até 185 cv e 27,5 kgfm. Em nossa pista, o Compass fez de 0 a 100 km/h em 10,3 segundos e superou bem o seu antecessor, que, equipado com o antigo motor 2.0 Tigershark de 166 cv, conseguiu o tempo de 12,7 segundos.
Mesmo com toda evolução, porém, o Compass foi o que teve o pior desempenho neste comparativo. Tendo apenas 2 cv a menos que o Tiggo 7 Pro, o Compass é 67 kg mais pesado e isso pode ter contribuído para ter chegado à marca de 100 km/h, 1,5 segundo atrasado em relação ao rival.
Ao volante, o comportamento do motor é linear e as acelerações são progressivas, o turbo de baixa inércia desempenha bem a função de reduzir o turbo lag.
A vida a bordo também é privilegiada por uma central multimídia com tela de 10,1” compatível com Apple CarPlay e Android Auto sem fio. Sua operação intuitiva e a funcionalidade sem fio é completada por um carregador por indução – item também presente no Tiggo 7 e no Taos.
O Caoa Chery tem central com a tela até um pouco maior, 10,25”, porém a conexão com smartphones é só por cabo e sua operação não foi intuitiva durante a nossa experiência.
Tivemos dificuldade para que a central reconhecesse o celular por cabo e tivemos que retornar as configurações originais para que o Apple CarPlay finalmente funcionasse.
Em conteúdo, o Compass Limited é bem completo e conta com sete airbags, enquanto os outros oferecem seis. Além disso, ele apresenta itens exclusivos como park assist e o start-stop. Ele conta com as principais tecnologias de auxílio ao motorista, mas que só estão disponíveis em um pacote opcional que custa R$ 9.900.
Outra questão é o espaço interno. O Jeep tem dimensões menores que as dos concorrentes e isso faz com que ofereça menos espaço para pernas tanto na frente quanto atrás e também o menor porta-malas, com 410 litros. Pelo conjunto, fica em segundo lugar.
Ficha Técnica – Jeep Compass
Motor: flex, diant., transv., 4 cil., 1.332 cm3; 16V, 185/180 cv a 5.750 rpm, 27,5 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
Suspensão: McPherson
Freios: disco ventilado (diant.), sólido (tras.)
Pneus: 235/45 R19
Dimensões: comprimento, 441,6 cm; largura, 182 cm; alt., 164,4 cm; entre-eixos, 263,6 cm; peso, 1.556 kg; tanque, 60 litros; porta-malas, 410 litros
1º – Volkswagen Taos Highline
O Taos não figura na lista dos mais vendidos e teve apenas 7.732 unidades comercializadas em 2021. Isso pode ser visto como negativo, mas aqui o VW defende a primeira posição, com os itens que o tornam dono de uma ótima relação custo/benefício.
A começar pelos números de consumo, que lhe dão o posto de o mais econômico. E, mesmo equipado com motor 1.4 turbo menos potente (150 cv), ele encarou o rival Compass de igual para igual.
Nas acelerações de 0 a 100 km/h, ele levou 10,2 segundos, enquanto o Jeep ficou com 10,3 segundos. Nas retomadas de 40 a 80 km/h e de 60 a 100 km/h, obteve os tempos de 4,3 e 5,6 segundos, contra 4,4 e 5,7 segundos do Compass, respectivamente.
Nas provas de frenagem foi ele que se saiu melhor entre os três. Os rivais também são equipados com freios a disco nas quatro rodas, mas o Taos se beneficia por ser o mais leve, com 1.420 kg.
Essa resposta dos freios é possível ser sentida na convivência com o Taos, que também traz segurança nas ultrapassagens por oferecer o máximo de torque (25,5 kgfm) mais cedo que os rivais, aos 1.500 rpm.
Ao conduzir o SUV à noite, é perceptível a superioridade dos faróis, equipados com a tecnologia IQ.Light. Esse sistema ajusta o facho de acordo com o tráfego.
Na rodovia, há a iluminação de trechos mais distantes em velocidade acima de 110 km/h – o que traz mais segurança à condução, em especial em estradas de pista simples.
Tudo poderia ficar ainda melhor a bordo do VW se não fosse o acabamento com a predominância de plásticos rígidos. Mas, se isso ainda pode ser compensado, o quadro de instrumentos digital se integra à central multimídia de 10,1”.
E a central VW Play tem boa operação, pareamento sem fio com Apple CarPlay e Android Auto e a funcionalidade exclusiva de permitir baixar apps como Waze e Spotify direto na multimídia – o que poupa a bateria do smartphone. Contudo não há Wi-Fi e a internet utilizada é a do próprio celular.
Para arrematar, o Taos é o único que traz o ACC e a frenagem autônoma de emergência de série, acompanhada da frenagem automática pós-
-colisão e ainda tem o menor custo de seguro e revisões até 60.000 km.
Ficha Técnica – VW Taos
Motor: flex, diant., transv., 4 cil., 16V, turbo, 1.395 cm³, 150 cv a 5.000 rpm, 25,5 kgfm a 1.500 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração dianteira
Suspensão: McPherson/multilink
Freios: disco ventilado (diant.), sólido (tras.)
Pneus: 215/55 R18
Dimensões: compr., 446,1 cm; larg., 209,7 cm; alt., 163,6 cm; entre-eixos, 268 cm; peso, 1.420 kg; tanque, 51 litros; porta-malas, 498 litros
Veredicto Quatro Rodas
Tiggo 7 Pro tem bons atributos, mas a ausência de tecnologias semiautônomas e de motor flex pesa contra. O Compass evoluiu, porém obteve o pior consumo, perde em espaço interno e traz os sistemas semiautônomos como opcionais. O Taos vence por ser o mais completo e econômico de ter e manter.
Testes de pista:
VW Taos Highline 1.4T | Jeep Compass Limited 1.3T | Caoa Chery Tiggo 7 1.6T | |
Aceleração | |||
0 a 100 km/h | 10,2 s | 10,3 s | 8,8 s |
0 a 1.000 m | 31,2 s – 169,6 km/h | 31,7 s – 165,1 km/h | n/d |
Velocidade máxima* | 194 km/h | 205 km/h | n/d |
Retomadas | |||
D 40 a 80 km/h | 4,3 s | 4,4 s | 3,4 s |
D 60 a 100 km/h | 5,6 s | 5,7 s | 4,1 s |
D 80 a 120 km/h | 4,3 s | 7,1 s | 5,5 s |
Frenagens | |||
60/80/120 km/h a 0 | 13,6/25,2/54,5 m | 14,8/26,9/61,3 m | 15,5/27,6/61,5 m |
Consumo | |||
Urbano | 11,4 km/l | 9,3 km/l | 9,9 km/l |
Rodoviário | 14,3 km/l | 13 km/l | 14,4 km/l |
Ruído interno | |||
Neutro/RPM máx. | 38,3/63,6 dBA | 46,2/65,7 dBA | 38,8/67,7 dBA |
80/120 km/h | 62,9/67 dBA | 63,8/67,7 dBA | 54,3/69,1 dBA |
Aferição | |||
Velocidade real a 100 km/h | 98 km/h | 97 km/h | 95 km/h |
Rotação do motor a 100 km/h em D | 1.750 rpm | 1.800 rpm | 1.700 rpm |
Seu Bolso | |||
Preço | R$ 200.640 | R$ 189.990 | R$ 189.990 |
Garantia | 3 anos | 3 anos | 5 anos |
Concessionárias | 500 | 202 | 119 |
Revisões até 60.000 km | R$ 2.800 | R$ 3.695 | R$ 3.938*** |
Seguro ** | R$ 5.706 | R$ 6.095 | R$ 5.731 |
*Dados de fábrica **Perfil Quatro Rodas: homem, casado, 35 anos, com garagem. Cotações feitas pela TEx *** Marca só divulga o valor das revisões até 50.000 km
Condições de teste: alt. 660 m; temp., 26,5/31,5/26,5°C; umid. relat., 56/46/67%; press., 1.013/1.012/1.013 kPa