Compactas e modernas, as novas vans de entrada unem praticidade da Kombi com o bom rendimento do turbodiesel. Mas quem leva a melhor com e sem carga?
Por Henrique Rodriguez
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Atualizado em 28 mar 2024, 10h12 - Publicado em 10 ago 2018, 14h00
Nem tão pequena quanto um FiatFiorino nem tão grande quanto um Renault Master. A Volkswagen Kombi pode ser dirigida por qualquer motorista e entra e sai de qualquer estacionamento sem dificuldades. Só tem um problema: ela deixou de ser produzida em 2013.
A solução é recorrer ao Mercedes-Benz Vito ou aos gêmeos Citroën Jumpy e Peugeot Expert. Parecem e são um pouco maiores. Mas também são mais modernos, versáteis e, de certa forma, mais eficientes.
Tentamos descobrir qual desses furgões é mais fiel aos princípios do pão de fôrma ambulante da Volkswagen.
O Citroën Jumpy representa o lado francês. Com exceção da frente e dos logotipos, é exatamente igual ao Peugeot Expert. Têm, inclusive, os mesmos custos de aquisição e manutenção.
Repetem a redundância que já existiu entre o Jumper e o Boxer para estar presente em cidades onde só uma das marcas tem loja.
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Tanto o Jumpy como o Expert são montados no Uruguai pela Nordex – que também monta o Kia Bongo. O Citroën ainda tem versão de passageiros, com 11 lugares – contra oito da versão familiar do Vito.
O motor é sempre um 1.6 turbodiesel de 115 cv e 30 mkgf a 1.750 rpm, com câmbio manual de seis marchas e tração dianteira.
O Mercedes Vito tem mais tempo de Brasil. Chega da Argentina em duas configurações desde 2015: a 119 Tourer, de passageiros, com motor 2.0 turbo flex de 184 cv e tração traseira, e a 111 Furgão, com motor 1.6 turbodiesel de 114 cv e 27,5 mkgf a 1.500 rpm, câmbio manual de seis marchas e tração dianteira.
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Não os subestime. Vito e Jumpy têm carroceria monobloco, como a Kombi. É uma arquitetura mais leve que a de carroceria sobre chassi, usada em vans grandes, como Mercedes Sprinter e Fiat Ducato.
O conjunto independente com braço semiarrastado usado nas vans menores garante melhor dinâmica e rodar mais confortável que o eixo rígido das maiores. Elas estão mais próximas dos carros de passeio do que parece.
A van franco-uruguaia é baseada na plataforma modular EMP2, mesma dos Citroën C4 Picasso e Peugeot 3008. Mas não espere encontrar semelhanças entre eles ao volante.
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O motorista não senta tão relaxado, dirige com as pernas a 90o e diante de um volante sensivelmente deslocado para a direita, assim como os pedais.
O Mercedes Vito tem motivo para ficar mais próximo dos automóveis. Alguns componentes vêm dos Classe A e C, caso dos comandos de vidros, de faróis e de setas, e o do ar-condicionado, emprestado das versões básicas vendidas na Europa.
Além disso, o motorista fica em posição mais baixa, perto dos carros, e pedais e volante estão centralizados. Por fim, o câmbio manual de seis marchas do Vito é mais preciso e tem manuseio mais confortável que o do Citroën.
Será que entrega?
A função dos dois modelos é transportar carga. Os projetos modernos garantem boa capacidade de carga: são 1.500 kg no Citroën e 1.225 kg no Mercedes.
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As dimensões do compartimento de carga do Jumpy são pouco maiores que as do Vito, com exceção para o vão entre as caixas de roda, 12 cm maior no Mercedes.
Enquanto o Vito tem um pequeno vão que avança sob os bancos, o Jumpy tem um alçapão sob o banco do carona que permite invadir o piso da frente.
Assim, é possível carregar objetos com até 4 metros, solução criativa típica dos franceses.
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A prova de 0 a 100 km/h não tem tanto peso para veículos comerciais, mas a forma como eles reagem quando carregados importa. Por isso, testamos Vito e Jumpy duas vezes: primeiro sem carga e depois com lastro de 500 kg. É aí que os pequenos 1.6 turbodiesel mostraram seu valor.
O Jumpy obteve números melhores que os do Vito em todas as provas, o que pode ter relação com o câmbio mais curto nas primeiras três marchas.
O Vito até sentiu menos o impacto do lastro, mas continuou perdendo para o Citroën quando carregado.
No consumo, mais vantagem para o Jumpy: 12,6/16,1 km/l (cidade/estrada) contra 10,5/15,6 km/l, vazios. Com lastro, a diferença diminuiu, mas o Vito ainda é pior.
O mesmo ocorreu na frenagem: de 60 km/h a 0, o francês precisou de 20 cm a menos, como se vê nas tabelas ao lado.
O choque de realidade acontece na hora de checar os equipamentos. O Citroën Jumpy básico custa R$ 86.090 e tem airbags dianteiros, freios ABS, vidros elétricos, volante com ajuste de altura e profundidade, controles de estabilidade e tração e rádio com USB.
A versão Pack, como o carro das fotos, sai por R$ 94.290 e traz a mais retrovisores elétricos, faróis de neblina, alçapão sob o banco do carona para colocação e cargas compridas e o providencial ar-condicionado.
No Vito a situação não é muito diferente. A versão 111 CDI, de R$ 105.000, tem os mesmos equipamentos do Jumpy básico, além do rádio com USB e Bluetooth integrado ao painel, do monitor de cansaço do motorista e da forração de fibra na área de carga.
Mas ar-condicionado é um opcional de R$ 5.000, enquanto os retrovisores elétricos elevam a conta final em R$ 740. Um carro como o das fotos sai por R$ 110.740.
Na hora de manter, porém, o Vito é menos dispendioso. Com revisões a cada 20.000 km, custa R$ 2.293 para ficar em dia até os 60.000 km. Para o Citroën, as três revisões que cobrem os 60.000 km somam R$ 2.554.
A Citroën ainda promete fazer as revisões em um dia ou o próximo serviço será gratuito. A rede de concessionárias, porém, é menor: 109 estabelecimentos contra 180 para os veículos comerciais da Mercedes.
O Jumpy ainda tem o custo do Arla32, solução de ureia injetada no duto de escape para reduzir quimicamente as emissões. O tanque de 22,4 litros dura de 15.000 e 20.000 km.
Mas não é um produto caro: com o litro a R$ 2,50, encher o tanque custa R$ 56.
Apesar da manutenção um pouco mais cara, o Jumpy leva pelo custo de aquisição sensivelmente menor, melhor desempenho e consumo e por ser mais equipado e prático – o Vito só ganha em conforto e rede autorizada maior. Esse é o raro momento em que um Citroën vence um Mercedes.
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