A Roadwin 250R foi apresentada ao público no último Salão Duas Rodas, no fim do ano passado, mas apenas agora ela foi efetivamente lançada e pudemos levá-la ao limite, em um circuito fechado. Ela é o primeiro fruto da recente parceria da Dafra com a Daelim, fabricante sul-coreana que já teve uma breve passagem pelo país há alguns anos.
Com carenagem integral de bom desenho e preço de 12 490 reais, a Dafra Roadwin vem apimentar o caldo em que já fervem as também carenadas Kawasaki Ninja 250R (15 500 reais) e Kasinski Comet GT-R 250 (também coreana, de 13 990 reais) e que sera engrossado com a chegada, confirmada para abril, da Honda CBR 250R, com preço estimado de 14 200 reais.
Com motor monocilíndrico de 247 cc, OHC, refrigerado a água e capaz de render 24 cv de potência máxima a 9 000 rpm e 1,8 mkgf a 7 000 rpm de torque máximo, a Roadwin já está nas concessionárias. Muito em breve, terá a companhia da Next 250, a versão street, descarenada, dessa Roadwin.
Primeiro contato
Com visual agradável, ela surpreende pelo bom acabamento geral, principalmente nas carenagens, que se encaixam perfeitamente, sem vibrações excessivas e sem deixar fios expostos. O design lembra o das primeiras superesportivas japonesas de 600 cc, em especial a antiga Honda CBR 600RR.
A carenagem integral protege bem o farol duplo e uma falsa boca de captação de ar entre eles. A bolha para-brisa tem excelente qualidade e, mesmo requerendo um pouco de força nas costas, é capaz de proteger o piloto sem muita dificuldade. O painel é bonito e completo, com conta-giros analógico e as demais informações agrupadas em um visor LCD, caso do velocímetro e do marcador de combustível.
Apesar do visual de pista, a posição de pilotagem não tem nada de verdadeiramente esportiva: chega a contradizer a proposta, de tão confortável que é. Os semiguidões são altos e as pedaleiras, com borrachinhas, não são muito recuadas. Chama atenção o cavalete central, item raro em uma moto totalmente carenada.
Assim que o motor é acionado, percebe- se de imediato uma grande evolução entre esse projeto, mais moderno, alimentado por injeção eletrônica e dotado de refrigeração líquida, e os mais antigos com 250 cc, refrigerados a ar. Não há vibrações ou ruídos internos inesperados. Longe disso, a Roadwin é bastante silenciosa e mostra uma resposta ao acelerador suave e progressiva. O manete de embreagem é leve e a primeira marcha entra fácil e sem trancos. Em movimento, o câmbio se mostra bem sincronizado, apesar de uma considerável queda de giros nas trocas de marchas. Mesmo levando as rotações até 11 000 rpm – quando começa a faixa vermelha do conta-giros -, há uma queda de mais de 3 000 rpm nas trocas, por mais que o piloto seja rápido no comando. Para a proposta de maior esportividade, o escalonamento das marchas poderia ser mais justo, com degraus mais curtos e relações mais próximas entre si.
Dentro da pista, um circuito excelente em curvas, mas de retas muito curtas, o velocímetro marcou 120 km/h, apesar da leve subida. A Dafra declara 130 km/h de velocidade final para o modelo, o que parece coerente com o que obtivemos.
O maior atrativo da Roadwin, além do design da carenagem e do porte de moto maior, é a ciclística bem acertada e equilibrada. Diferentemente da versão comercializada no mercado asiático e exportada para alguns países europeus, a Roadwin montada em Manaus ganhou pneus Pirelli Sport Demon e ajustes nas suspensões, pastilhas e relação de transmissão final nacionais. Com dois discos de freio flutuantes na frente e um quadro de dupla trave superior de aço (curiosamente com berço duplo), ela é maneável, leve e precisa. Confortável pela posição e pela falta de vibração, a Roadwin é uma delícia de pilotar, apesar do vigor moderado do motor.
A despeito do visual, essa Dafra não é esportiva pura, o que não quer dizer que não seja agradável e adequada ao preço de 12 490 reais. Com opções nas cores vermelha e branca, a Roadwin tem sim potencial para realizar as manifestas intenções da Dafra: amealhar gradualmente uma fatia cada vez mais apetitosa do mercado.
TOCADA
Firme e confortável. Não é 100% esportiva, mas é fácil e precisa mesmo no limite de inclinação.
★★★★ DIA A DIA
Apesar da carenagem, ela encara com graça os desafios diários. Suspensões macias e potência progressive garantem vida tranquila no trânsito.★★★★ ESTILO
Agradável, sem ser radical nem futurista. Mas é encorpada, parecendo ter muito mais que suas 247 cc.
★★★★ MOTOR E TRANSMISSÃO
Não é o mais potente da categoria, mas é silencioso e não vibra demais. O câmbio surpreendeu pela suavidade.
★★★★ SEGURANÇA
Apenas um disco de freio na frente já seria suficiente, mas ela traz dois, além de excelentes pneus. Para em espaços bem curtos, sem desvios.
★★★★ MERCADO
Com a chegada da Honda CBR 250R, talvez seu destino seja o de coadjuvante, mas o preço é atrativo pelo que oferece.
★★★★