A grande arma da Ford para aumentar a participação da Ranger entre as picapes médias é a versatilidade da gama de versões. A picape está em terceiro lugar no segmento com a Toyota Hilux na liderança e a Chevrolet S10 na vice.
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A estratégia de lançar novas versões tem funcionado e a marca pretende seguir oferecendo versões dedicadas a públicos distintos.
No entendimento da Ford, havia um perfil de consumidor que ainda não era atendido pelo portfólio da picape: a dos aventureiros mais exigentes, ou seja, aquele desbravador da natureza que não abre mão do conforto e da sofisticação das versões mais equipadas.
A Ranger Storm a princípio poderia atender bem esse público, mas os bancos de tecido com padronagem que remete a modelos mais antigos e a caçamba sem protetor de lataria a impedem de ser uma boa opção para esses clientes. E as versões mais caras, XLT e Limited, têm visual e proposta mais urbanos, com direito a rodas maiores e pneus para asfalto.
É missão da Ford Ranger FX4 preencher essa lacuna. A receita parece ser bem simples: combina o motor 3.2 turbodiesel, a tração 4×4 (o mesmo conjunto que equipa todas as versões a partir da Storm) com pacote de equipamentos alinhado com a XLT, versão abaixo da topo de linha Limited. Por sinal, a FX4 custará o mesmo preço da XLT.
E o que diferencia a Ranger FX4?
São itens de acabamento em preto brilhante, em especial na moldura da grade dianteira que exibe o nome da picape. Além disso, a versão conta com santoantônio com desenho exclusivo e alargadores plásticos nos para-lamas.
Também oferece snorkel como acessório, mas a marca não revelou o preço do item. Entre os acessórios, a picape também oferece uma caixa organizadora na caçamba com 42 litros com o objetivo de funcionar como um mini porta-malas.
As rodas são aro 18, assim como as que equipam a topo de linha Limited, calçadas com pneus de uso misto Scorpion ATR. Mas, também há a opção de equipar a picape com os pneus aro 17” que foram desenvolvidos para Ranger Storm e são voltados para condução fora de estrada.
Os bancos são revestidos em couro com costuras vermelhas exclusivas e o logo da versão destacado em alto relevo. As costuras estão presentes na manopla do câmbio e no volante, que por sua vez, também é de couro.
Impressões ao dirigir
Historicamente, a Ford Ranger se diferencia das rivais pelo seu comportamento mais suave ao rodar. Hoje, é ela que mais se aproxima da dirigibilidade de um automóvel. A suspensão é mais macia e confortável, mas sem ser molenga e sem o pula-pula clássico da categoria, tem direção leve e câmbio automático de seis marchas sem trancos.
O conjunto traseiro é de eixo rígido, comum entre as picapes médias, portanto qualquer depressão no piso enfrentado por uma roda é imediatamente transmitido para o outro. A versão FX4 não teve nenhuma alteração na calibração do sistema de suspensão e, portanto, o comportamento é idêntico ao das outras versões com o motor cinco cilindros 3.2.
Uma das principais vantagens da Ranger é justamente o motor 3.2 turbo diesel, com 200 cv e 47,9 kgfm. Seu trunfo não é maior desempenho, mas funcionamento mais suave, em comparação com motores de quatro cilindros.
E esse atributo proporciona uma vida a bordo mais confortável pois a vibração do motor a diesel é reduzida, em especial nas baixas rotações. E nas acelerações progressivas o comportamento é mais linear.
Comparada às rivais, Chevrolet S10 e Toyota Hilux, a FX4 perde um pouco no desempenho de 0 a 100 km/h. Ela cumpriu a prova em 11,2 segundos, enquanto a Chevrolet fez em 10,9 segundos e a Toyota em 11 segundos. A Ranger tem a mesma potência do motor 2.8 turbo diesel da S10, 200 cv, mas perde pra Hilux que com seu propulsor 2.8 rende até 204 cv.
No consumo é a Ranger que registrou os piores resultados com 9,1 km/l na cidade e 10,9 km/l na estrada – em tempos de preços dos combustíveis em alta, esse é um baita ponto negativo.
A S10 é um pouco mais econômica com médias de 9,3 km/l e 12,3 km/l, respectivamente. Já a Hilux tem o melhor rendimento no ambiente urbano com 10,3 km/l e fica na média da categoria no ciclo rodoviário com 11,9 km/l.
Conteúdo
A intenção da versão FX4 foi oferecer um pacote mais rico de equipamentos alinhado com a versão XLT.
Entre os destaques estão os sete airbags, sistema anti capotamento, diferencial traseiro blocante, controle adaptativo de carga, bancos e volante revestidos em couro com costuras aparentes, central multimídia de 8” com conexão com Apple Car Play e Android Auto e quadro de instrumentos com duas telas digitais de 4,2”.
A diferença em nível de equipamentos para a topo de linha, Limited, são as tecnologias principais de auxílio à condução como alerta de colisão, frenagem autônoma de emergência, piloto automático adaptativo, sistema de permanência em faixa e reconhecimento de placas de trânsito.
Toda essa tecnologia cobra o seu preço e a Limited é R$ 24.600 mais cara que a FX4. Mesmo com os preços atualizados com a redução do IPI a Ranger Limited sai por R$ 313.590 e a novata FX4 custa exatos R$ 288.990.
A Ford aponta como concorrentes diretas da nova picape a Chevrolet S10 LTZ e a Toyota Hilux SRV. E é a Ranger FX4 que é mais cara que a Hilux, que sai por R$ 285.780. A S10 custa R$ 293.030.
O nível de equipamentos é bem próximo, mas a S10 LTZ leva vantagem por oferecer frenagem autônoma de emergência, alerta de colisão frontal, alerta de saída de faixa e Wi-Fi embarcado de série. Com exceção do Wi-Fi, a Ranger só oferece esses equipamentos na versão Limited.
Ficha Técnica – Ranger FX4
Motor: 5 cil., 20V, diesel, biturbo, 3.198 cm³, 200 cv a 3.000 rpm, 47,9 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: aut., 6 m.
Suspensão: McPherson (diant), eixo rígido (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
Pneus: 265/60 R18
Dimensões: comprimento, 535,4 cm; altura, 182,1 cm; largura, 197,7 cm; entre-eixos, 322 cm; vaõ livre do solo, 23,2 cm; peso, 2.247 kg; caçamba, 1.180 l; capacidade de carga, 1040 kg