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Teste: GWM Haval H6 GT é SUV cupê híbrido de 393 cv e R$ 315.000

Elétrico na cidade, híbrido na estrada e rápido sempre. Testamos o GWM Haval H6 GT, que custa R$ 299.000 e já está em pré-venda no Brasil

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 out 2023, 22h47 - Publicado em 6 jan 2023, 14h22
HAVAL H6 GT
Com 393 cv, 77,7 kgfm e visual agressivo, H6 GT é SUV cupê que custará R$ 299.000 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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A estratégia da GWM (Great Wall Motors) para o início das operações no Brasil parece ser entender o que já é feito por outras fabricantes e quase sempre fazer ou oferecer algo diferente ou inédito aos clientes. Isso vale para os produtos, para a forma de vender os carros e até para a entrega aos compradores.

QUATRO RODAS testou, com exclusividade, um dos primeiros protótipos do GWM Haval H6 GT que chegaram ao Brasil para os últimos acertos antes do lançamento, em fevereiro. Trata-se de um SUV cupê híbrido plug-in. É a mesma mecânica do Haval H6 Premium, com carroceria convencional, mas seus quase 400 cv combinam mais com o design exclusivo do SUV cupê e, não à toa, a fabricante espera que este responda pela maior parte das vendas.

HAVAL H6
H6 GT é derivado do H6 Premium, mas traz frente e traseira inéditas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Embora use a mesma plataforma, o H6 GT tem dianteira e traseira exclusivas. A grade é deslocada para baixo e o prolongamento do capô separa os faróis full-led, lembrando bastante um Lamborghini Urus.

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O caimento do teto não é mais acentuado porque as portas traseiras são as mesmas do H6 Premium (R$ 369.000), mas o aerofólio superior invertido, a faixa preta interligando as lanternas, a posição da placa traseira e os recortes nas laterais do para-choque traseiro (aqui, com lentes refletivas) não apenas lembram, mas foram mesmo inspirados no SUV italiano.

Haval H6
Dois aerofólios na traseira: um no teto e outro na tampa do porta-malas (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Por dentro, a diferença está no acabamento. O piano black do console central dá lugar a um material fosco macio e com textura que imita fibra de carbono. Portas, apoio de braço e bancos têm suede e teto e colunas ganham tom escuro.

É na coluna dianteira que está a câmera de reconhecimento biométrico: ela atua com o monitor de cansaço, mas sua função é recuperar as preferências do motorista assim que ele for reconhecido. Esse é um dos equipamentos exclusivos do H6 GT, junto com o som premium e os pneus Michelin Pilot Sport 4 SUV.

Haval H6
As linhas que inspiram esportividade não ajudam a disfarçar o tamanho do H6 GT (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A carroceria diferente não reduz o espaço, que é surpreendentemente bom até para a cabeça de quem viaja atrás. Se o cupê vendido na China tem bancos traseiros individuais com aspecto esportivo, mas para o Brasil são inteiriços – a espuma deveria ser mais densa para melhorar a sustentação e o conforto.

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Haval H6 GT
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

O carro que vem ao Brasil ainda não existe na China. Além de já seguir a nova identidade visual da Haval, com letras sem itálico e mais próximas na traseira, tem combinação mecânica exclusiva. O H6 GT vendido na China tem motores 2.0 turbo de 218 cv ou 1.5 híbrido com até 243 cv e só com tração dianteira.

No Brasil, o conjunto chamado eTraction traz um elétrico em cada eixo e o 1.5 turbo dianteiro, como nos carros da divisão mais luxuosa da GWM na China, a Wey. São 393 cv (67 cv a mais que os Haval H6 de outros mercados) e os 77,7 kgfm combinados – a GWM não divulga a potência de cada motor argumentando que isso pode confundir os clientes.

Haval H6 GT
Teto solar é opcional. Logo tem letras mais próximas do que na versão chinesa (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Haval H6 GT
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Os dois motores elétricos movem o SUV com 2.050 kg na maior parte do tempo e até os 145 km/h. O 1.5 turbo a gasolina tem algo ao redor dos 150 cv e 23 kgfm – alguma diferença deve surgir por conta da gasolina brasileira – e pode mover o carro em médias e altas velocidades, desde que os sistemas do carro julguem necessário e vantajoso.

Dado o peso do SUV, é melhor que o motor a gasolina atue como um gerador (seu motor de partida também é gerador e pode entregar torque), enviando energia diretamente para os motores elétricos e a sobra, para a bateria. Mas, se necessário, sua força chegará às rodas por meio de um câmbio automatizado de duas marchas: a primeira é usada para arrancadas e retomadas e uma mais longa para situações de rodovia.

Haval H6
O raro caso de híbrido que aceita recarga rápida. Aerofólio remete ao Urus (Fernando Pires/Quatro Rodas)
Haval H6
(Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Por sinal, a bateria de 34 kWh é maior que a de elétricos como Renault Kwid E-Tech e Chery iCar. É uma reserva tão grande que garante autonomia de até 170 km (a mesma de um BMW i3), segundo a fábrica, sem precisar acionar o motor a gasolina. É, de longe, a maior autonomia entre os carros híbridos plug-in no Brasil.

Além disso, os Haval H6 serão os únicos híbridos vendidos aqui que aceitam recarga rápida da bateria em corrente contínua (DC), a até 48 kW. De acordo com a GWM, nesse modo, a bateria vai de 10 a 80% em 29 minutos.

Haval H6
Sem piano black, cabine abusa de suede e partes macias com textura de fibra de carbono (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Na prática, esses Haval H6 são carros elétricos que, por um acaso, têm um motor a gasolina para garantir autonomia para longas viagens. Se nas paradas tiver carregadores, melhor: quanto mais carga na bateria, menor é a dependência do motor a gasolina. E se pisar fundo no acelerador ele será um esportivo.

Haval H6
Carregador sem fio é padrão; radar exibe na tela faixas e carros à frente (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Em nossa pista, o GWM Haval H6 GT acelerou de 0 a 100 km/h em 4,8 segundos. É mais rápido que um Chevrolet Camaro e fica a 1,2 s do tempo oficial do Lamborghini Urus. Para obter esse número, há uma mobilização geral: no modo Sport e com controle de tração desligado, todos os motores trabalham em conjunto.

Haval H6
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

O consumo é relativo. Quando a bateria chega ao redor dos 8%, o H6 GT passa a funcionar como um híbrido (HEV), combinando os motores elétricos e o térmico da forma que julga ideal. Nesta condição, cravou 20,4 km/l em regime urbano e 19 km/l no rodoviário. Considerando que o tanque de gasolina tem 55 litros de capacidade, dá para ir bem longe. Em uma condição em que o motor 1.5 atua focado em recarregar a bateria, o consumo urbano cai a 13,8 km/l e o rodoviário a 9,1 km/l. Mas esta é condição rara, considerando a enorme bateria.

Haval H6
Bancos esportivos e portas têm partes de suede (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O SUV cupê tem acerto de suspensão mais firme, com menos oscilação da carroceria que a versão convencional. O carro testado ainda não tinha a carga de amortecedores definitiva, nem o peso da direção definido (ainda há pouca diferença entre os modos mais leve e normal, ficando bem pesada no modo Sport). Já causa uma boa impressão em termos de estabilidade, embora passe a sensação de ser pesado, como SUVs elétricos.

Haval H6
Espaço traseiro é excelente mas os bancos, nem tanto (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A GWM está posicionado o Haval H6 a preço de Jeep Compass flex e Toyota Corolla Cross Hybrid. A versão de entrada é híbrida plena, tem bateria menor que o próprio motor a gasolina recarrega e abre mão do motor elétrico, por isso tem 243 cv. E custa R$ 209.000. É muito competitivo.

O GWM Haval H6 Premium custa R$ 269.000 e o H6 GT custa até R$ 299.000. Todos estão em pré-venda desde fevereiro e as entregas do primeiro lote começam em maio. Todos têm os mesmos sistemas semiautônomos e garantia de cinco anos sem limite de quilometragem, sendo 8 anos de garantia para o sistema elétrico.

Haval H6
Cupê tem enorme porta-malas, com 560 litros de capacidade (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A forma de vender também será diferente. De acordo com Ramos, o site da GWM mostrará o preço e também o custo do financiamento e da assinatura dos carros, inclusive unidades blindadas disponíveis a pronta entrega (com e sem teto solar). O negócio poderá ser fechado na internet, nas concessionárias e até em shoppings, onde a fabricante terá estandes com carros para test-drive e serviço de entrega de carros novos – que também poderão ser entregues diretamente na casa do cliente.

Fotos do GWM Haval H6 GT

Para tudo isso funcionar, cada um dos 28 grupos que representarão a GWM no Brasil, com 50 concessionárias, terão seus próprios centros de distribuição de carros e peças. A intenção é agilizar tudo e, claro, fazer diferente. É uma boa forma de a maior fabricante de carros da China se apresentar ao brasileiro.

Veredicto – Três em um, este SUV cupê esportivo apresenta uma nova realidade: a do elétrico que não está limitado pela bateria.

Teste – GWM Haval H6 GT

Aceleração
0 a 100 km/h: 4,8 s
0 a 1.000 m: 25,8 s – 188,7 km/h
Velocidade máxima 189 km/h
Retomadas
D 40 a 80 km/h: 2,2 s
D 60 a 100 km/h: 2,8 s
D 80 a 120 km/h: 3,7 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0: 13,4/24,4/54,1 m
Consumo
Urbano: 20,4 km/l
Rodoviário: 19 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx.: 43,5 (charge)/- dBA
80/120 km/h: 64,4/69,9 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h: 97 km/h
Volante: 2 voltas
Seu Bolso
Preço estimado: R$ 315.000
Garantia: 5 anos

Condições de teste: alt. 660 m; temp., 24,5 °C; umid. relat., 74%; press., 1.012 kPa. Realizado na Pista de Testes ZF

Ficha Técnica – GWM Haval H6 GT

Motor: gas., diant., transv., 4 cil., 16V, turbo, inj. direta, 1.499 cm³; 2 elétricos síncronos; potência comb., 393 cv; torque comb., 77,7 kgfm
Câmbio: automático, DCT, 2 marchas, tração integral
Bateria: 34 kWh; autonomia, 170 km
Direção: elétrica
Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
Pneus: 235/55 R19
Peso: 2.050 kg
Dimensões: compr., 472,7 cm; larg., 194 cm; alt., 172,9 cm; entre-eixos, 273,8 cm; porta-malas, 560 litros; tanque, 55 litros

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