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Harley-Davidson Fld Dyna Switchback

Duas em uma: esta Harley é conversível de touring a custom em segundos

Por Eduardo Viotti | fotos: João Mantovani
Atualizado em 9 nov 2016, 11h59 - Publicado em 2 ago 2012, 15h54
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  • Harley-Davidson Fld Dyna Switchback

    De cara, a Harley-Davidson FLD Switchback resolve a dúvida existencial de quem sonha com uma grande touring – cheia de malas rígidas para viajar com garupa em alto estilo, sem preocupações com a bagagem, e bem protegido das intempéries por um vasto para-brisa -, mas ao mesmo tempo apreciaria ter uma street cruiser para dar uns rolês pela noite e sondar as possibilidades da cidade.

    Caso você tenha se identificado – e, bem, tenha os 46 000 reais de direito -, fim do conflito.A Switchback é conversível. Não, não tem capota, mas se converte de touring com malas rígidas, uma legítima bagger, a uma custom bandidona meio parecida com a famosa Fat Boy em questão de segundos.

    É facílimo retirar as malas, basta girar um manípulo dentro do compartimento estanque, que é trancado com chave. Os encaixes são sólidos e ostentam o padrão impecável de acabamento e construção da marca.

    Mais fácil ainda é retirar o para-brisa. É só puxar e deixar em casa, para sentir toda a pressão do vento no peito. A imagem da brisa no rosto é desgasta- da demais, né? Ok, então: moscas na boca; pedrisco no nariz; areia no olho. Faça sua escolha.

    Essa é, de longe, a maior graça dessa Harley que usa o chassi Dyna, de balança traseira bichoque, tamanho intermediário entre as Sportster (as menores) e as Touring (as maiores). Entre o chassi Dyna e o Touring ainda há o Softail, com amortecedores ocultos sob a moto a simular uma rabo-duro.

    No Brasil, a Harley-Davidson opta por montar o motor 96 (número que indica as polegadas cúbicas, equivalentes a quase 1 600 cc), em lugar do 103 que já equipa a Switchback no exterior, de maior cilindrada e torque. Francamente, não faz tanta diferença para o estilo da moto e o desempenho que dela se espera. O torque de quase 12 “quilos” a 3 500 rpm (e disponível em grande parte bem antes, logo depois da marcha lenta) é mais que suficiente para sentir-se em cima de um equipamento poderoso.

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    Nunca é demais fazer uma pausa e lembrar: por alguma razão obscura, mas certamente embasada em muita pesquisa de imagem, a Harley-Davidson mundial não divulga a potência de seus motores. Como jornalistas, achamos a postura meio boboca, mas vá saber. Sonegar informação, de toda maneira, nunca é boa política.

    O conforto é outro ponto alto: a posição de guiar é ótima (dentro do estilo custom, é claro, com os pés avançados e todo o peso em cima dos glúteos), com os braços em posição relaxada e um banco macio, acolhedor, em forma de concha. Ela também vai bem, na garupa, em posição mais elevada, com a certeza de usar roupas secas quando chegar lá, graças às malas rígidas.

    O estilo, por outro lado, não é dos mais brilhantes da marca. Talvez por ter servido de inspiração às custom chinesas e coreanas de pequena cilindrada, tem uma cara de déjà vu, de algo batido. O tanque é legal, mas os para-lamas são muito “assim”, vistosos demais. As beer cans que revestem o garfo dianteiro (os traseiros também são cobertos por capas cromadas) e a carenagem metálica que envolve o farol redondo são bacanas. Não consegui resolver se gosto mais com ou sem malas e bolha. E você, o que acha?

    As plataformas, adivinhe, raspam constantemente nas curvas. O escape é do tipo dois em um, celebrizado no Brasil pela Yamaha Midnight Star. Também não é muito impressionante visualmente. Só para finalizar a lista das coisas de que não gostei (calma, gostei de um monte de outros aspectos), enumero as rodas de cinco raios bem largas, polidas. Humm. Lembra aquela cara déjà vu de que falei? Se eu disser que parecem chinesas, os defensores da marca vão chiar – e os defensores das chinesas também. Parecem.

    O tanque é bonito, com nível de pintura e acabamento inigualáveis. Tem uma tira de couro entre o instrumento e o banco, ao estilo Fat Boy. O console de tanque, que abriga o painel, é uma grande peça cromada. O painel é aquilo: bem custom, difícil de ver, exige que se cole o queixo no peito quando o primeiro radar da estrada se aproxima.

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    Beleza íntima

    Sim, já dissemos isso, mas não custa frisar: a Harley-Davidson é a marca que mais valoriza o visual mecânico de suas motos. Quem gosta de metal e não de plástico entende. As aletas polidas se destacam e o filtro de ar brilha.

    O câmbio é o de seis marchas (a sexta é bem longa, para uso em autoestradas), com transmissão primária por corrente e secundária por correia dentada, tipicamente H-D, com as vantagens do silêncio, da pouca manutenção e da limpeza em relação à corrente.

    A eletrônica embarcada é boa, como os freios Brembo com ABS de série (sensor escondido dentro do cubo de roda) e injeção sequencial. O sistema de segurança, com um sensor de aproximação e chave circular, também é moderno e eficiente.

    A Switchback é uma Harley versátil e, segundo a fábrica, um dos modelos H-D mais vendidos no mundo. Pudera. É tão difícil satisfazer um sonho, que dirá dois de uma só vez!

    TOCADA

    Fácil, apesar do porte grandão. Boa de retas, com seu amplo entre- eixos. Raspa nas curvas, apesar das suspensões multirreguláveis.

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    ★★★★

    DIA A DIA

    Serve bem, desde
que destituída dos apêndices turísticos. Pouco visada por malfeitores, serve para a cidade. Ok, é grande.

    ★★★★

    ESTILO

    Sempre um
ponto de honra
para a marca,
não é o máximo neste modelo específico. Talvez a culpa seja das – muitas – imitações.

    ★★★

    MOTOR E TRANSMISSÃO

    Sobejamente conhecidos. O câmbio é rude, ruidoso, mas parece que vai acabar bem depois que você. O motor tem torque mais que suficiente, ponto.

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    ★★★

    SEGURANÇA

    ABS de série, bons pneus e freios, chama atenção por onde passa e tem um sistema de alarme moderno e eficiente. Manda bem.

    ★★★★

    MERCADO

    A marca é prestigiosa e não perde muito preço. Fácil de vender mesmo depois de anos de uso.

    ★★★★

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