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Honda City e Toyota Yaris revivem a velha rivalidade entre Civic e Corolla

O sedã da Toyota chega a linha 2023 com alterações no design e na calibração do motor 1.5, já o Honda mudou de geração e tem motor mais potente e eficiente

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
11 abr 2022, 10h45
Yaris x City
City e Yaris reeditam uma rivalidade histórica entre as marcas japonesas  (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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Quem tem um irmão ou primo mais velho sabe que é natural que os mais novos os tomem como modelo e sigam os seus passos. Esse fenômeno também pode acontecer no mundo dos automóveis, onde as referências são os carros consagrados pelo mercado.

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Esse é o caso dos “irmãos mais velhos” Honda Civic e Toyota Corolla, que serviram de base e inspiração para os menores City e Yaris.

E a pretensão de seguir os mesmos passos nesses dois casos tem uma razão adicional, que é o fato de os novatos chegarem com a missão de substituir as versões de entrada dos irmãos maiores.

Toyota Yaris
As rodas de 15” têm acabamento em dois tons na versão topo de linha (Fernando Pires/Quatro Rodas)

No caso do Honda ele realmente ocupa o espaço do Civic, afinal o sedã já não é mais fabricado no Brasil e será oferecido em versão importada, mais cara. Já o Toyota tem a vontade de ser considerado alternativa à versão de entrada do Corolla, a GLI.

Seguindo a tradição da rivalidade entre Civic e Corolla, City e Yaris são inimigos declarados. O Honda mudou de geração em dezembro do ano passado e já em janeiro o Toyota recebeu um facelift para fazer frente ao concorrente.

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Alinhamos aqui as versões topo do Yaris (XLS) e intermediária do City (EXL), que se equiparam em conteúdo e em preço para um duelo.

YARIS
Bancos são parcialmente revestidos de couro sintético. Assoalho é plano. Porta-malas tem capacidade de 473 litros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Toyota renovado recebeu mudanças estéticas sutis. A frente foi assumidamente inspirada no Corolla, com bastante semelhança nas entradas decorativas laterais. A grade também é nova, em formato trapezoidal e acabamento tipo colmeia.

Os faróis continuam afilados, mas agora são de led com luzes de rodagem diurna integradas na mesma peça – atributo presente apenas na topo de linha.

O City mudou de geração e, portanto, o esperado era uma alteração mais significativa em visual, mas não foi bem isso que aconteceu. O design segue a identidade visual da marca, que é mais conservadora.

Yaris
Plástico rígido predomina. Central tem tela de 7” (Fernando Pires/Quatro Rodas)

As linhas são predominantemente horizontais e em relação à geração anterior ele está mais baixo e largo. Na frente, o destaque é a nova grade, que consiste em uma régua cromada que, por sua vez, une os faróis, formando uma peça única.

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E, na versão EXL, as lâmpadas são halógenas, enquanto o rival tem faróis de led. Apenas a topo de linha Touring traz faróis com tecnologia full-led.

Yaris
Resolução da imagem da câmera de ré é superior. Ar é digital de apenas uma zona (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Economia é prioridade 

Não é segredo que ambos os sedãs têm foco na economia de combustível e suas respectivas engenharias trabalharam em seus motores para proporcionar o máximo de desempenho possível com o mínimo de consumo.

E o objetivo não foi somente poupar os clientes na hora de abastecer, mas também se adequar às novas regras de emissões de poluentes mais rígidas que entraram em vigor este ano em nosso mercado.

Assim, toda a linha Yaris passou a contar com motorização única: 1.5 Dual VVT-i de 110 cv e 14,9 kgfm.

Yaris
Motor 1.5 aspirado rende até 110 cv e 14,9 kgfm (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Esse motor, que traz duplo comando de válvulas variável, recebeu nova calibração e melhorias no sistema de alimentação, notadamente na construção do tanque de combustível, para reduzir a emissão de poluentes por evaporação.

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Já a Honda renovou por completo o propulsor do City (que tem o mesmo deslocamento e também é aspirado, assim como o Toyota).

O novo 1.5 traz cabeçote com duplo comando de válvulas variável e injeção direta, e ganhou um incremento de 10 cv. Agora são 126 cv contra 116 cv do antecessor.

Yaris
Painel remete a modelos antigos. Câmbio é CVT com simulação de sete marchas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Ambos são motores modernos e que oferecem bom desempenho, porém foi o City que se saiu melhor na nossa pista de testes. Ele fez de 0 a 100 km/h em 10,5 s, enquanto o Yaris cumpriu o ensaio em 13,2 s.

Nas retomadas o Honda também foi superior, em especial na de 80 a 120 km/h, que executou em 7,7 s, enquanto o rival precisou de 9,4 s. Essa diferença pode ser atribuída ao fato de o motor 1.5 do City ser 16 cv mais potente que o do Yaris – uma diferença significativa.

E no consumo o Honda continuou soberano com médias de 13 km/l na cidade e 17,4 km/l na estrada, ante 12,9 km/l e 15,4 km/l do Toyota, respectivamente.

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yaris
(FErnando Pires/Quatro Rodas)

No dia a dia, os dois sedãs apresentam acelerações progressivas e lineares, comportamento que transmite confiança aos motoristas. E, no que diz respeito à transmissão, graças aos câmbios CVT com sete marchas simuladas nos dois carros, as trocas são suaves e sem trancos.

O que incomoda é o ruído elevado do motor que invade a cabine, principalmente nas acelerações.

Honda City
Linhas retas provocam sensação de que o City tem porte maior (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Esse problema ocorre nos dois sedãs, porém no City o ruído interno é maior. Em rotação máxima do motor, medimos 71,1 dBA no Honda contra 65,5 dBA do Toyota.

Os sedãs privilegiam o conforto e seus conjuntos de suspensão (Mcpherson e eixo de torção) enfrentam bem as imperfeições do piso.

Prós e contras 

Na linha 2023 o Yaris ganhou a central multimídia de 7”, sensível ao toque com acesso a Android Auto e Apple CarPlay com fio.

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Honda City
Revestimento imita couro. Túnel central prejudica o conforto. Porta-malas leva 519 l de bagagem (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Sua operação é intuitiva, mas os grafismos poderiam ser mais atrativos e a sensibilidade ao toque, mais responsiva.

A tela poderia ser maior, uma vez que a do City tem 8”. Mas, de todo modo, ela merece um elogio porque sua resolução é superior à do rival e isso pode ser facilmente percebido ao acionar a câmera de ré.

Já a central do City peca na resolução, ganha pontos em todos os outros quesitos, além do tamanho. Sua tela é mais responsiva e o espelhamento com smartphones se faz sem fio e, após o primeiro pareamento por Bluetooth, a identificação é automática, o que torna a vida a bordo mais confortável.

Honda City
Painel de instrumentos tem tela de 7” e central tem tela de 8” (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Só uma ressalva: a central do City incorpora a função de exibir a imagem lateral do carro quando a seta é acionada para a direita, o que é bom. Mas, se o motorista estiver usando a tela com um recurso como o Waze, a orientação do aplicativo some de vista e só volta após a manobra de mudança de faixa ou conversão ter sido concluída.

No acabamento, o Honda pontua mais uma vez. Há variedade de texturas e materiais, e mesmo o plástico rígido tem bom tratamento. O quadro de instrumentos traz uma tela em TFT de 7” (mas, curiosamente, o ponteiro do velocímetro é físico!!!).

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Seus bancos são revestidos de material que imita couro, assim como os do Yaris, que têm revestimento parcial de imitação de couro. Mas os bancos do City apoiam melhor o corpo porque têm espuma de maior densidade e apoios laterais que cumprem melhor sua função.

Honda City
Resolução da câmera de ré do City é inferior. Ar é digital e automático (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Já no Toyota, o acabamento não tem tanta qualidade percebida. Nele, predomina plástico rígido escuro sem texturas e as partes emborrachadas se resumem aos apoios de braço nas portas e no porta-objetos central. O quadro de instrumentos é analógico com tela digital de 4,2”.

A lista de equipamentos dos dois é parecida. A diferença é que o Yaris apresenta sete airbags (contra seis do City), teto solar, sistema pré-colisão (que detecta uma situação de emergência e prepara os freios para entrar em ação) e alerta de mudança de faixa.

Por sua vez o City, em sua versão intermediária EXL, traz o LaneWatch (câmera lateral do lado direito) e conexão sem fio para celulares como itens exclusivos.

Yaris
Motor 1.5 gera até 126 cv – 16 cv a mais que o Yaris (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Apenas a versão topo de linha do Honda é equipada com tecnologias semiautônomas como piloto automático adaptativo, monitoramento para saídas involuntárias de faixa e frenagem autônoma de emergência – mas todos esses itens não estão presentes nem como opcionais no Toyota.

No tamanho, o Honda também leva a melhor por oferecer mais espaço interno. Ele é maior em todas as dimensões e proporciona 8 cm a mais para as pernas dos ocupantes traseiros em relação ao Yaris.

A questão é que seu assoalho tem um ressalto que deixa os pés do passageiro central desconfortavelmente elevados. E, no Yaris, o assoalho é totalmente plano. O porta-malas do City leva 519 litros, enquanto o do Yaris carrega 473 litros.

Honda City
Painel de TFT concentra todas as informações. Transmissão é CVT e tem sete velocidades simuladas (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O City vence o embate pelo conjunto da obra mesmo em sua versão menos equipada. Afinal, é melhor em desempenho e consumo, bem acabado, maior, mais conectado e mais barato.

O City EXL é exatos R$ 3.670 mais em conta que o Yaris XLS. E se considerarmos o City Touring, o placar não muda, mesmo sendo R$ 4.630 mais caro que o Toyota, pois traz de série tecnologias que justificam a diferença de valor.

Honda City
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Veredicto

O Toyota Yaris teve um facelift leve em visual e equipamentos e essas pequenas mudanças não foram suficientes para se equiparar ao Honda City, que chegou à quinta geração mais moderno, tecnológico, equipado e com motor mais potente e econômico. Esses atributos o tornam um dos melhores sedãs compactos do mercado.

Testes feitos por QUATRO RODAS

Honda CIty Toyota Yaris
0 a 100 km/h 10,5 s 13,2 s
0 a 1.000 m 31,8 s – 170,3 km/h 34,7 s – 156,4 km/h
Velocidade máxima n/d n/d
Retomadas
D 40 a 80 km/h 5 s 5,5 s
D 60 a 100 km/h 6 s 7,1 s
D 80 a 120 km/h 7,7 s 9,4 s
Frenagens
60/80/120 km/h a 0 14,9/26,6/61,6 m 15/25,4/62 m
Consumo
Urbano 13 km/l 12,9 km/l
Rodoviário 17,4 km/l 15,4 km/l
Ruído interno
Neutro/RPM máx. 39,5/71,1 dBA 39,8/65,5 dBA
80/120 km/h 64,1/69,7 dBA 68,2/71,9 dBA
Aferição
Velocidade real a 100 km/h 96 km/h 94 km/h
Rotação do motor
a 100 km/h em 5a marcha
1.800 rpm 1.750 rpm
Volante 2,7 voltas 3,2 voltas
Seu Bolso
Preço básico R$ 112.500 R$ 116.170
Concessionárias 212 216
Revisões até 50.000 km R$ 4.678 R$ 3.364

Condições de teste: alt. 660 m; temp., 29/31 °C; umid. relat., 44/67,5%; press., 1.012,5/1.033 mmHg

Ficha Técnica – Honda CIty Sedã

  • Motor: 1.5 DOHC VTEC, flex, diant., transv., 4 cil.; 16V; injeção direta, 126 cv a 6.200 rpm, 15,8/15,5 kgfm a 4.600 rpm
  • Câmbio: automático, CVT, 7 marchas simuladas
  • Direção: elétrica
  • Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
  • Freios: disco ventilado (diant.), sólido (tras.)
  • Pneus: 185/55 R16
  • Peso: 1.167 kg
  • Dimensões: comprimento, 454,9 cm; largura, 174,8 cm; altura, 147,7 cm; entre-eixos, 260 cm; tanque, 44 l; porta-malas, 519 l

Ficha Técnica  – Toyota Yaris Sedã

  • Motor: 1.5 Dual VVT-i, flex, diant., transv., 4 cil., 16V, 110/105 cv a 5.600 rpm, 14,9/14,3 kgfm a 4.000 rpm
  • Câmbio: automático, CVT, 7 marchas simuladas
  • Direção: elétrica
  • Suspensão: McPherson (diant.), eixo de torção (tras.)
  • Freios: disco ventilado (diant.), tambor (tras.)
  • Pneus: 185/60 R15
  • Peso: 1.150 kg
  • Dimensões: comprimento, 425,5 cm; largura, 173 cm; altura, 149 cm; entre-eixos, 255 cm; tanque, 45 l; porta-malas, 473 l
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