Até a entrega das primeiras unidades do Jeep Commander aos proprietários, no início de outubro, o único SUV monobloco com sete lugares com motor turbodiesel é o Mitsubishi Outlander HPE-S 2.2 (163 cv, R$ 283.990), como o que tivemos no Longa Duração.
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A carência de opções a diesel pode ser ainda mais latente, mesmo que a Jeep estime uma divisão perfeita nas vendas entre os motores 1.3 turbo flex e o 2.0 turbodiesel.
Fato é que o Jeep Commander recebeu um desenvolvimento especial do motor 2.0 Multijet turbodiesel. Assim como no Compass 2022, o Commander depende de Arla 32 para alcançar as exigências de emissões do Proconve L7, mas só o sete lugares recebe volante do motor, conversor de torque, turbocompressor e mapa de calibração exclusivos.
Se manteve os 170 cv, ganhou mais torque. São 38,7 kgfm ante os 35,7 kgfm disponível em Compass e Toro, às mesmas 1.750 rpm. A Jeep justifica o ganho pela necessidade de mostrar que os Commander mais caros entregam mais que um Compass.
O câmbio é automático de nove marchas e a tração 4×4 com distribuição de força entre os eixos automática e modos de operação predefinidos estão mantidos. E também tiveram sua programação ajustada para o SUV maior e mais pesado. A propósito, a versão diesel chega aos 1.908 kg – 145 kg a mais que um Compass Trailhawk.
Para os olhos, o que muda é o para-choque frontal com base mais curta (e menos aerodinâmica), que eleva o ângulo de ataque de 21 para 26°. Mas será difícil notar que os flex têm 20,6 cm de vão livre e os diesel, 21,4 cm – só 0,4 a menos que um Compass Trailhawk.
O que mais pode influenciar o comportamento do Commander no off-road é a diminuição do ângulo ventral, por conta do entre-eixos longo. No topo de uma ladeira, onde o Compass quase raspa o fundo, o Commander certamente vai raspar. Mas a capacidade mecânica de ambos é a mesma.
A experiência com o Commander 4×4 foi justamente na pista off-road onde ele foi desenvolvido, longe de ser um lugar neutro. Mas encarou rampas de 30° e 45°, além de ter escalado uma longa escadaria sem titubear. Para isso, claro, foi necessário ligar o modo equivalente à reduzida e escolher a opção de tração off-road.
O nome Overland já foi usado no Brasil nas versões mais caras do Grand Cherokee. No Commander, identifica as versões mais refinadas. O “algo a mais” vem das rodas de liga leve de 19”, do interior marrom, além do teto solar panorâmico, sistema de som premium Harman Kardon, banco de passageiro elétrico, porta-malas com sensor de presença e tomada de 127 V.
Ela ainda traz Adventure Intelligence Plus, com a assistente Alexa embarcada, além das molduras inferiores pintadas na mesma cor do veículo.
Mas não custa salientar que mesmo a versão Limited tem piloto automático adaptativo, frenagem de emergência, assistente de faixa, carregador de celular por indução, chave presencial, banco dianteiro com ajustes elétricos e abertura elétrica do porta-malas, faróis full-led e bancos de couro. Enfim, tem patente alta. Só faltavam as condecorações.
VEREDICTO:
Só o fato de ter motor diesel já destaca os Jeep. Mas o Commander Overland tem itens que podem ser dispensáveis para a grande maioria das pessoas.
FICHA TÉCNICA
Preço: R$ 279.990
Motor: diesel, dianteiro, transversal, 4 cilindros, 16V, 1.956 cm³, 170 cv e 38,7 kgfm
Câmbio: automático 9 marchas, tração 4×4
Direção: elétrica, diâm. giro, 11,4 m
Suspensão: McPherson (diant. e tras.)
Freios: disco ventilado nas quatro rodas
Pneus: 225/50 R19
Dimensões: comprimento, 476,9 cm; altura, 170 cm; largura, 185,9 cm; entre-eixos, 279,4 cm; porta-malas, 233-661-1.760 l; peso, 1.908 kg