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Kia Niro é SUV híbrido que faz 22 km/l e acerta no design e tecnologia

Ele é mais barato, mais espaçoso e muito mais econômico que o novo Kia Sportage. No vídeo a gente explica o porquê dessas vantagens!

Por Eduardo Passos | Fotos Fernando Pires
Atualizado em 4 nov 2022, 19h30 - Publicado em 3 nov 2022, 17h01
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  • De quais lançamentos de Kia e Hyundai nos últimos anos você consegue se lembrar? Se o leitor pensa muito mais na fabricante do HB20 do que na irmã menor, é porque, de fato, a glória esteve mais ao lado da Hyundai nos últimos anos – principalmente no Brasil.

    Mas a Kia está com saudade dos holofotes, e o Brasil vem recebendo alguns dos melhores carros fabricados pela coreana. O Kia Niro é um deles.

    Ele chega em duas versões, EX (R$ 204.990) e SX Prestige (R$ 239.990).

    Kia Niro é SUV híbrido que faz 22 km/l e acerta no design e tecnologia
    A única iluminação na tampa traseira é o brake light (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Desde a EX, há um bom nível de equipamentos e atenção aos detalhes, além da mecânica híbrida. A topo de linha vai além e acrescenta elementos que tornam o Niro um carro digno de chamar bastante atenção.

    Nos Kia mais novos, o exterior dos carros é bem particular e a cabine praticamente igual.

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    Desse modo, o visual do Niro é totalmente diferente de qualquer outro modelo da marca à venda. As lanternas chamam atenção pelo formato de bumerangue e estão na coluna C – deixando a tampa do porta-malas limpa.

    KIA NIRO
    Rodas são de 18 polegadas (Fernando Pires/Quatro Rodas)
    Kia Niro e
    Coluna traseira tem passagem de ar e cor distinta da carroceria (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O sentido vertical do par de luzes parece “empinar” a traseira do SUV e, de vez em quando, durante nosso test-drive, algum curioso, induzido pela aparência, perguntava se ele é superior ao novo Sportage.

    Em termos de preço não é (o Sportage custa entre R$ 224.990 e R$ 259.990), mas o Niro é mais eletrificado do que o híbrido leve e, mesmo menor no porte, tem entre-eixos maior.

    “O Sportage está com uma fila de espera considerável. Vários concessionários ofereceram o Niro como alternativa e mais da metade do primeiro lote de 145 unidades foi vendido assim”, contou o presidente da Kia do Brasil, José Luiz Gandini.

    Kia Niro
    Espaço para as pernas é bom na frente (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Esses clientes trocaram um motor turbo e hibridização leve por um motor aspirado em um híbrido convencional: automóvel que, a exemplo do Toyota Corolla Cross, tem um motor elétrico capaz de tracionar o carro, mas sem conexão à tomada.

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    Esse conjunto costuma favorecer as arrancadas. Mas o Niro deixa a desejar em cenários como a ultrapassagem em pista simples, uma vez que acima dos 100 km/h as retomadas são lentas.

    Com 141 cv e 27 kgfm, o modelo é só um pouco mais potente que o Fiat Pulse 1.0 turbo, mas tem torque de Jeep Compass 1.3 turbinado.

    Kia Niro
    Atrás, a largura do carro tem utilidade (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Isso ocorre por conta do motor elétrico, que favorece bastante o torque; principalmente nas acelerações urbanas, o carro tem agilidade bem superior à de um modelo convencional.

    Surpresa na pista

    O grande acerto está na forma de harmonizar os dois motores em busca de eficiência máxima.

    Surpreendidos pelos resultados apontados pelo Inmetro (19,8 km/l de gasolina, cidade), nos apressamos em levar o Niro à pista de testes, onde a surpresa foi maior.

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    Kia Niro
    Porta-malas, porém, não impressiona (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Na nossa prova, ele atingiu 21,7 km/l na cidade e 20,2 km/l na estrada, superando os 18,3 km/l e 16,9 km/l do Corolla Cross.

    São raras as ocasiões em que o 1.6 do Niro está ligado na cidade, e o torque instantâneo do motor elétrico dá agilidade em saídas do repouso.

    Em médias velocidades, o motor térmico começa a trabalhar, afinal de contas o elétrico tem apenas 43 cv e as baterias, meros 1,6 kWh (um carro 100% elétrico pode ter 60 vezes isso).

    Kia Niro
    Acabamento faz uso extensivo de materiais reciclados (FErnando Pires/Quatro Rodas)

    A partir daí, o computador do veículo trabalha ativamente e, em um 1 km, pode mudar o modo de condução mais de dez vezes, segundo a fábrica.

    A maioria dessas mudanças é imperceptível ao motorista e envolve desligar o motor 1.6 em descidas, utilizar ambos ao mesmo tempo para ultrapassagens, usar o 1.6 para carregar as baterias ou simplesmente desligar tudo, aproveitando a frenagem em descida para recarregar o conjunto de células.

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    Um programa de computador bem projetado, vale destacar, já é tão importante para um carro híbrido quanto a qualidade mecânica de seus outros componentes.

    Kia Nirov
    Ambas as telas contribuem para o uso ideal das funções autônomas do carro (Fernando Pires/Quatro Rodas)
    Kia Niro
    (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Niro é fabricado sobre a nova plataforma global do Grupo Hyundai/Kia, K3.

    Ela tem como característica um vão livre menor, o que pode fazer o Niro raspar em rampas ingratas. Ao mesmo tempo, sua proporção mais larga e mais baixa traz bastante estabilidade em curvas.

    Um Quê futurista 

    O conjunto de suspensão colabora e filtra as vibrações, amenizando a circulação em vias esburacadas.

    Kia Niro
    Seletor substitui alavanca de câmbio (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O isolamento acústico nas caixas de rodas completa a lista, favorecendo o silêncio interno.

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    Mesmo a versão de entrada vem com sete airbags, e o trabalho estrutural na plataforma fez o Niro obter 5 estrelas nos testes de segurança como os criteriosos Euro NCAP e NHTSA.

    A versão de topo amplia a proteção com o pacote de automação veicular e inclui sistemas que previnem colisões.

    Kia Nirof

    Kia Niro
    Quadro de instrumentos é versão 100% digital do que equipa o HB20 topo de linha. (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    No Niro, a Kia repetiu o interior de modelos como o Sportage e o prestigiado elétrico EV6.

    Todos contam com o mesmo painel, com duas telas de 10,25 polegadas unidas sob a mesma moldura, que funcionam como quadro de instrumentos e central multimídia.

    No console central, um disco substitui a alavanca de câmbio e o volante de dois raios nos remete aos anos 1970, quando esse desenho era moda.

    Kia Niro
    Teto solar só na versão de topo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Comparado a outros SUVs médios, de marcas generalistas, o Niro tem nível de acabamento acima da média, com pouco plástico duro e visual de luxo e atenção aos detalhes.

    Há um quê futurista nas telas e na barra de comandos touchscreen, que serve para a multimídia e o ar-condicionado bizona e todo o acabamento interno tem variedade de texturas.

    Em tempos em que é difícil se sentir especial dentro de um carro, o modelo da Kia parece fazer questão de mostrar cuidado em sua montagem. O Niro não é barato, mas sem dúvida faz questão de lembrar, o tempo todo, que o seu dinheiro foi bem gasto.

    Kia Niro
    Motor 1.6 não empolga mas bebe pouco (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    Veredicto Quatro Rodas

    Cumpre o que se espera de um SUV médio híbrido na faixa dos R$ 200.000. Logo, sem esportividade.

    Teste Quatro Rodas

    Aceleração
    0 a 100 km/h: 11,5 s
    0 a 1.000 m: 32,9 – 159 km/h
    Velocidade máxima
    Retomadas
    D 40 a 80 km/h: 5,6 s
    D 60 a 100 km/h: 7,5 s
    D 80 a 120 km/h: 9,1 s
    Frenagens
    60/80/120 km/h a 0: 13,5/24,1/54,2 m
    Consumo
    Urbano: 21,7 km/l
    Rodoviário: 20,2 km/l
    Ruído interno
    Neutro/RPM máx.: 45,2/66,7 dBA
    80/120 km/h: 62,5/69,8 dBA
    Aferição
    Velocidade real a 100 km/h: 98 km/h
    Rotação do motor a 100 km/h: 1.900 rpm
    Volante:  2,5 voltas
    Seu Bolso
    Preço básico: 239.990
    Garantia: 5 anos
    Condições de teste: alt. 660 m; temp., 29 °C; umid. relat., 49,5%; press., 1.010 kPa. Realizado na Pista de Testes ZF

    Ficha Técnica

    Motor: gas., diant., transv., 4 cil., 16V, 1.589 cm³, 141 cv a 5.700 rpm, 14,7 kgfm a 4.000 rpm. Elétrico, dianteiro, 43 cv, 17,3 kgfm; potência combinada, 141 cv; torque combinado, 27 kgfm
    Câmbio: automático, DCT, 6 marchas, tração dianteira
    Direção: elétrica progressiva, 10,6 m (diâmetro de giro)
    Suspensão: McPherson (diant.), multilink (tras.)
    Freios: disco ventilado (diant.), disco sólido (tras.)
    Pneus: 225/45 R18
    Peso: 1.394 kg
    Dimensões: compr., 442 cm; larg., 182,5 cm; altura, 154,5 cm; entre-eixos, 272 cm; porta-malas, 425 litros; tanque, 50 litros

     

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